*1º Vice-Presidente do Clube Militar*
* *
Leio que dois vereadores do PSOL, em Porto Alegre, propuseram que
o nome da Av. Castelo Branco, importante artéria de acesso à capital
gaúcha, seja trocado para Av. da Legalidade.
A proposta será votada amanhã, dia 14 de dezembro. Independente
do resultado, gostaria de apresentar três comentários.
Primeiro: o argumento que procura justificar a proposta, alegando
que se trata de um ditador, é parcial e injusto. Para ser válida, a
proposta deveria atingir todos os antigos ditadores do período republicano,
como bem escreveu na Zero Hora do dia 12 o lúcido jornalista Percival
Puggina, no artigo "As Prateleiras da História" (disponível em
www.clubemilitar.com.br). Em especial, deveria propor a troca do nome de
todas as ruas, avenidas, praças, parques, bairros e cidades que homenageiam
Getúlio Vargas, o maior ditador da história do Brasil, que governou com mão
de ferro o país por quinze anos, e, depois de tudo, acabou sendo eleito
Presidente da República, em 1950, em eleições livres e democráticas. Aliás,
não entendo por que os comunistas do PSOL poupam Vargas, pois sua ditadura
foi particularmente dura e feroz no combate ao comunismo. Talvez os
vereadores, que não eram nascidos à época, acreditem que o Brasil começou a
existir no governo Lula...
Segundo: a substituição do nome dos presidentes do período dos
governos militares em logradouros públicos e outros locais pelos
"socialistas" é a repetição do que fazia seu guru, o terrível assassino de
massas Stalin. Quando alguém caía em desgraça ou contrariava o ditador, era
eliminado fisicamente e seu nome apagado dos documentos oficiais; até sua
figura sumia das fotografias onde porventura aparecesse próxima a
Stalin. Assim,
em pouco tempo era como se nunca tivesse existido, e a história estava
reescrita, em nova versão onde, ao final, só restavam o cruel líder
comunista e seus acólitos mais chegados, até que mesmo esses fossem
assassinados, como Trotsky.
Terceiro: não tendo nada de útil a fazer, os vereadores do PSOL
dedicam seu tempo ocioso ao patrulhamento ideológico e ao apagamento da
memória dos que ousam pensar de maneira diferente daquilo em que acreditam.
Assim, na ação dos edis "socialistas", identificamos dois aspectos típicos
da conduta comunista no poder: interpretar seletivamente a história,
destacando o papel de seus líderes e minimizando ou negando o dos demais
atores, para depois reescrevê-la, como se apenas os comunistas tivessem
direito ao reconhecimento e às homenagens da nação. Para os outros, a
calúnia, a perseguição, os "gulags", o exílio, o esquecimento forjado e a
morte.
O Brasil aceitará isso?
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