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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

8.31.2008

Por uma economia livre

VEJA

Entrevista: James Roberts

Pesquisador da Heritage Foundation, dos Estados Unidos,
diz que o "capitalismo de comparsas" cresce na América Latina


Duda Teixeira

"Muitos governantes usam os impostos e a burocracia para massacrar os empreendedores, que vêem como uma ameaça"

O economista americano James Roberts, de 58 anos, é coordenador do índice de liberdade econômica da Heritage Foundation, entidade de promoção de políticas liberais com sede em Washington, nos Estados Unidos. A lista elaborada por Roberts compara a facilidade com que cidadãos de diferentes países conseguem começar um negócio, escolher um emprego, tomar dinheiro emprestado ou usar o cartão de crédito. Publicado anualmente desde 1995, o ranking tornou-se um termômetro da saúde e da eficiência das economias nacionais. Antes de assumir essa função, Roberts trabalhou no Departamento de Estado durante 25 anos. Como diplomata, coordenou programas destinados a assessorar a transição para o capitalismo em vários países do Leste Europeu. Roberts concedeu a seguinte entrevista a VEJA.

"Os dois fatores que fizeram o Brasil cair no ranking da liberdade econômica foram a corrupção e a falta de abertura financeira. As leis brasileiras são pouco receptivas aos investimentos estrangeiros"

A liberdade econômica é capaz de diminuir a desigualdade social de um país? Em primeiro lugar, é preciso definir o que vem a ser igualdade social. Esse conceito pressupõe que todos sejam forçados a viver em casas idênticas, ganhar os mesmos salários, comer as mesmas comidas e acreditar nos mesmos valores? Essa abordagem totalitária já foi tentada na União Soviética e está em pleno vigor em Cuba. Os resultados foram e são desastrosos, para não dizer trágicos. Como os fundadores dos Estados Unidos sabiam muito bem, é impossível para um governo arcar com a missão de assegurar igualdade para todos os cidadãos. As pessoas não nascem iguais. Elas possuem habilidades e talentos próprios. Cada uma deve decidir sozinha o que quer fazer da vida: se prefere trabalhar duro ou levar uma existência mansa e tranqüila. O principal papel de um governo não é ir contra essa realidade e forçar algo que não existe nem existirá. O bom governante é aquele que oferece oportunidades iguais para todos buscarem a própria felicidade. O capitalismo promove níveis desiguais de prosperidade. Como diria o estadista Winston Churchill, isso é muito melhor do que produzir miséria igual para todos, como faz o socialismo.

A pobreza diminui nos países com liberdade econômica? Ao dar oportunidades para que a população mais pobre prospere, a liberdade econômica é boa para todos. Quando esse conceito é implementado, a elite política fica impossibilitada de usar a máquina estatal para ganhar vantagens econômicas, o que sempre ocorre em prejuízo dos mais fracos. Essa situação terrível é o que chamamos de "capitalismo de comparsas". Nos países onde essa prática é institucionalizada, os governantes e seus amigos sobrecarregam a população com burocracia e pesados impostos com o objetivo de massacrar os empreendedores, que vêem como uma ameaça. Quando, por outro lado, existe liberdade, o poder econômico não está sujeito a forças políticas e sociais. Pequenas e médias companhias privadas, que são a espinha dorsal de uma economia e produzem a maior parcela dos impostos, têm melhores chances de crescer. A liberdade econômica é uma doutrina revolucionária que desafia o status quo e os que querem usar o poder em proveito próprio. No longo prazo, sua aplicação produz mais prosperidade, mais igualdade de renda, mais emprego e reduz os níveis de pobreza.

É possível medir esses benefícios? Se dividimos os países do mundo em cinco grupos, usando o grau de liberdade econômica como parâmetro, vemos que o grupo de países mais livres tem uma renda per capita cinco vezes maior que a do grupo de nações que consideramos repressoras. O desemprego nos países livres é de 6%, enquanto nos economicamente repressores é de 19%. As nações mais livres também possuem menor inflação, que sabidamente corrói o salário dos mais pobres.

Como está o Brasil no ranking de liberdade econômica? Em 2003, o primeiro ano do governo do presidente Lula, o país alcançou a sua melhor posição no ranking. Ficou em 58º lugar. No ranking deste ano caiu para a 101ª posição. Hoje o Brasil está ao lado de países como Zâmbia, Argélia, Camboja e Burkina Faso. Com isso, o Brasil mudou de categoria. Saiu do que chamamos de "moderadamente livre" para uma economia "majoritariamente não livre".

"O capitalismo promove níveis desiguais de prosperidade.
Como diria o estadista inglês Winston Churchill, isso é muito melhor do que produzir miséria igual para todos, como faz o socialismo"

O que fez o Brasil cair tanto no ranking? Os dois fatores que empurram o país para baixo são a corrupção e a falta de liberdade financeira. No último ranking da Transparência Internacional, que mede o grau de corrupção dos países, o Brasil aparece em 72º lugar numa lista de 179 nações. Apesar de o uso da internet nas concorrências públicas estar crescendo no Brasil, o que é positivo, muitas das empresas participantes desses leilões afirmam ter encontrado corrupção em alguma parte do processo. As leis brasileiras são pouco receptivas aos investimentos estrangeiros. O país precisa melhorar as leis de investimento, reduzir as restrições à moeda estrangeira e facilitar a vida dos empresários estrangeiros que queiram operar no país.

O senhor falou em capitalismo de comparsas. Em que países esse fenômeno é mais forte? Muitos países são vítimas desse mal, embora em diferentes graus. Os Estados Unidos já tiveram, em sua história, políticos corruptos que recebiam favores de empresários. Hoje, os americanos não vivem uma situação em que o capitalismo de comparsas possa ser considerado institucionalizado. Isso acontece mais claramente no México, na Argentina e na Venezuela. A economia mexicana é dominada por grandes empresas estatais e privadas, que exercem monopólios ou duopólios. Entre as estatais estão a Pemex, de petróleo, e a CFE, de eletricidade. O resultado é a falta de competição, que prejudica os consumidores mexicanos. Na Argentina, o governo populista dos Kirchner mostra claro favoritismo a setores dominados por colegas peronistas. Nas áreas em que há amigos, o governo não é tão severo ao exigir que as companhias obedeçam às regras ambientais, por exemplo. Já no regime do venezuelano Hugo Chávez, o capitalismo de comparsas domina inteiramente o país. A tal ponto de alguns economistas preferirem não chamar o sistema venezuelano de capitalismo. O governo Chávez é mais parecido com o fascismo ou com a ditadura da KGB, sob o comando de Vladimir Putin, na Rússia. Lá, ter sido um espião é essencial para se tornar um empresário de sucesso.

Quais são as nações que mais melhoraram em termos de liberdade econômica nos últimos anos? Qual foi o impacto disso? Eu destacaria Botsuana, Estônia, Irlanda e Mongólia. O padrão de vida nesses países melhorou muito na última década. Desde 1995, todos tiveram um aumento médio anual do PIB superior a 5%. Ao reforçar o estado de direito e a transparência no governo, todos ganharam estabilidade política e econômica. A Irlanda hoje é um grande exportador de software da União Européia. A Estônia tem seguido o mesmo caminho e investe bastante em tecnologia e informática.

Por que as antigas colônias inglesas da Ásia estão entre os países com maior liberdade econômica? Parte da resposta está na cultura anglo-saxã. Dos dez países no topo do ranking, sete foram colônias inglesas. A Inglaterra é o décimo na lista. É uma tradição inglesa e do norte da Europa ter governos limpos, transparentes e responsáveis. Servidores públicos não tentam roubar, os tribunais de Justiça procuram ser honestos e não aceitam suborno. Outro fator é a relevância dada aos direitos de propriedade em países com influência anglo-saxã, como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Botsuana e Irlanda. Outros países protestantes dividem o mesmo legado. Em 1215, a Constituição inglesa já criava um sistema de pesos e contrapesos para o poder governamental, que evoluiu bastante desde então. Graças a isso, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário não interferem uns nos outros e formam um sistema transparente, que previne abusos do poder. Uma das bandeiras da reforma protestante no século XVI foi a rejeição total da corrupção que permeava a Igreja Católica na época.

Como está a América Latina no ranking? Quando analisamos o continente americano como um todo, percebemos que a liberdade econômica está diminuindo. A culpa é claramente da América Latina. A região está dividida. De um lado estão governos baseados em uma democracia mais profunda, que estimula o livre mercado e traz prosperidade para a população. É o caso do Chile, que aparece em oitavo lugar no ranking mundial, à frente da Suíça e da Inglaterra. De outro estão governos populistas que vendem fórmulas desgastadas do passado. A Venezuela está entre os dez países mais repressivos, à frente apenas de notáveis ditaduras como a de Robert Mugabe, no Zimbábue, ou a de Kim Jong Il, na Coréia do Norte. Desde que ganhou as eleições, Chávez promove um intenso ataque ao sistema privado. Muitos empresários pararam a produção porque não conseguem mais obter lucros. Na Argentina, a falta de liberdade econômica tem sido uma tragédia. O país, que em 1933 tinha um PIB equivalente à soma dos de Brasil e México e era uma das dez maiores economias do mundo, tornou-se periférico. Nos últimos 75 anos, seus governantes fizeram com que o país caminhasse para trás, apesar de ser muito rico em recursos naturais. Na Nicarágua, Daniel Ortega ressuscitou seu discurso antiamericano e sua política desestabilizadora, aproximando-se perigosamente de Hugo Chávez e do iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

Qual dos dois grupos de países está mais forte na região? Muitos países estão caminhando em direção a modelos falidos do passado. No nosso ranking, isso se refletiu no desempenho dos países. Dezessete caíram de posição, enquanto doze tiveram melhora.

Que país poderia servir de modelo para a América Latina? O Brasil pode ser citado como exemplo no que diz respeito à manutenção de sua política antiinflacionária. Exceto pelo Chile, os demais países da região não mostram a mesma disciplina. A maioria dos governos prefere comprar vantagens políticas no curto prazo, mesmo sabendo que isso está sendo feito à custa do crescimento e da saúde econômica a longo prazo.

As mudanças que Raúl Castro está promovendo em Cuba vão ampliar a liberdade econômica na ilha? Não há nenhuma informação que me leve a concluir que Cuba esteja dando passos verdadeiros em direção à liberdade econômica. Não haverá democracia baseada em livre mercado até que o regime de Fidel Castro se vá definitivamente. A transição representada por Raúl não é para valer. Ele só está tentando fazer parecer que há uma mudança, quando não há nenhuma. Os camaradas do partido dizem que as pessoas agora podem comprar celulares, mas só os que ganham pesos conversíveis podem se conceder esse luxo. Isso exclui grande parcela da população de Cuba. O governo é quem decide quem pode ou não comprar computadores e aparelhos de DVD. Ninguém tem vontade de trabalhar na ilha, porque sabe que isso não compensa. O Exército controla 60% da economia e Raúl está no comando dos militares. Certamente não tomará nenhum passo em direção a uma liberdade econômica verdadeira, porque isso ameaçaria seu próprio poder. Tudo não passa de um grande teatro.

De maneira geral, a liberdade econômica tem diminuído ou aumentado no mundo? Quando se somam todos os países, é possível ver que a liberdade econômica tem aumentado, embora muito lentamente. Quem mais puxa a curva para cima são os países europeus. Dos vinte países mais livres, metade está na Europa. Outro destaque são as antigas colônias inglesas. Hong Kong é o campeão, seguido de Cingapura.

8.24.2008

UM PAÍS QUE CAI DE BUNDA E CHORA


James Pizarro
                                                    
Sou tomado de profunda melancolia ao contemplar o desempenho do Brasil nas Olimpíadas...e constatar nossa colocação no quadro de medalhas...comparar nosso país com os países que estão à nossa frente.

Fico triste ao ver que na nossa seleção olímpica de futebol existem jogadores que ganham milhões e milhões de dólares, enquanto representantes do nosso judô choram e são humilhados por não ter dinheiro para pagar o exame de faixa preta.

Fico irado ao ver o Galvão Bueno, nas transmissões da Globo, enaltecer delirantemente 'o gênio mágico' do 'fenômeno' Phelps, nadador norte-americano...e não falar no mesmo tom do nosso nadador Cielo, este sim, um fenômeno. Fenômeno porque treinou seis horas por dia nos três últimos anos, numa cidade do interior dos EUA, sustentado pelos próprios pais e pela generosidade de alguns amigos, pois não recebe um auxílio oficial.
Fico depressivo ao contemplar na TV nossas minguadas medalhas de bronze.

E fico pensando que, de cada mega-sena e outras loterias oficiais, o governo paga apenas 30 % do arrecado ao ganhador e propaga que os outros 70 % são destinados a isso ou aquilo, sem que a gente possa fiscalizar com nitidez essa aplicação.

Estou por completar 66 anos. E desde pequenino tem sido assim. Lembro do Ademar Ferreira da Silva, nosso bicampeão olímpico do salto tríplice que foi competir tuberculoso!

E jamais me sairá da mente o olhar de estupor de Diego Hipólito caindo de bunda no chão no final da sua apresentação, quando por infelicidade e questão de dois segundos deixou de subir ao pódio. E de suas lágrimas pedindo desculpas, quando ele não tem culpa de nada. Das lágrimas de outros atletas brasileiras dizendo que não deu. Pedindo desculpas aos familiares e ao povo.

Meus Deus!

Será que vou morrer vendo um povo que só chora e pede desculpas ?

Será que vou morrer num país que se estatela de bunda no chão, enquanto os políticos roubam descadaradamente e as CPIs não dão em nada ?

Será que vou morrer num país que se contenta com o assistencialismo e o paternalismo oficiais, um povo que vende seu voto por bolsa-família e por receber um botijão de gás de esmola por mês ?

Até quando?

Há torturador no governo Lula da Silva

por Félix Maier
Há pelo menos três ministros que foram terroristas durante os anos da matraca, nas décadas de 1960 e 70, quando era comum pessoas morrerem dilaceradas por atentados a bomba. São eles: Dilma "Estela" "Luíza" "Patrícia" "Wanda" Roussef, Carlos "Jai" "José" "Orlando" Minc eFranklin Martins (mas também podem chamá-lo de "Waldir", "Francisco", "Miguel", "Rogério", "Comprido", "Grande", "Nilson", "Lula" - uma lista de codinomes que compete com o número de atos terroristas praticados por ele). Todos esses distintos cidadãos pertenceram a grupos terroristas ferozes - VAR-Palmares, ALN, MR-8 -, que seqüestraram, torturaram e dinamitaram pessoas inocentes, e fizeram assaltos a bancos e casas d'armas, para reforçar o caixa e o arsenal dos grupos terroristas.

Portanto, todos eles foram, também, terroristas. Faltou citar José "Daniel" Dirceu, defenestrado do governo Lula por que é muito pedante para viver em bando.

O ministro da Justiça Tarso Genro, em mais um ato de revanchismo contra as Forças Armadas, quer modificar a Lei da Anistia e punir apenas militares "torturadores", deixando de fora terroristas, seqüestradores e torturadores de esquerda. Esquece o infeliz que deveria começar por tentar punir a si mesmo, já que também pertenceu, no passado, a um grupo terrorista. E promover, também, uma tentativa de punição contra os ministros citados acima, que perpetraram atos terroristas no passado.

Tal como o crime de tortura, o seqüestro e o terrorismo são também crimes hediondos.

Participaram da ação (seqüestro e tortura) do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969, no Rio de Janeiro:

Franklin de Souza Martins (Waldir ) - DI/GB: atual ministro da Comunicação Social do governo Lula;

Cid Queiroz Benjamin (Vitor) - DI/GB;

Fernando Paulo Nagle Gabeira (Honório) - DI/GB: atual deputado federal pelo Partido Verde;

Cláudio Torres da Silva (Pedro) - DI/GB;

Sérgio Rubens de AraújoTorres (Rui ou Gusmão) - DI/GB;

Antônio de Freitas Silva (Baiano) - DI/GB;

Joaquim Câmara Ferreira (Toledo) - ALN;

Virgílio Gomes da Silva (Jonas) -ALN;

Manoel Cyrillo de Oliveira Netto (Sérgio) - ALN;

Paulo de Tarso Venceslau (Geraldo) - ALN: foi quem denunciou as maracutaias petistas em prefeituras de São Paulo, beneficiando o candidato Lula da Silva; em vez de o PT punir os envolvidos, expulsou Paulo de Tarso do partido;

Helena Bocayuva Khair (Mariana) - MR-8;

Vera Silvia Araújo de Magalhães (Marta ou Dadá) - MR-8;

João Lopes Salgado (Dino) - MR-8;

José Sebastião Rios de Moura (Aníbal) - MR-8.

Trecho do artigo "Seqüestro é crime imprescritível", postado no site A Verdade Sufocada:

"Durante a execução do sequestro, no momento do transbordo, como o embaixador ficou indeciso, Manoel Cyrillo deu-lhe violenta coronhada. O embaixador foi jogado no chão de uma kombi e cobeto com uma lona.

O embaixador Charles Elbrik dos Estados Unidos foi escondido dentro de uma caixa de papelão por cinco horas, até ser transferido para o 'aparelho' onde foi mantido sob a mira de um revolver apontado para sua cabeça, sendo ameaçado de morte, durante todo o período em que ficouseqüestrado.

Isso não é tortura?"

Por essa ação de seqüestro e tortura, nenhum dos terroristas acima citados pode entrar nos EUA. Nem o deputado Fernando Gabeira, que tentou, anos atrás, fazer um lobby em Hollywood do filme "O que é isso, companheiro?", baseado no livro de sua autoria que narra o seqüestro do embaixador americano. Lá é bem diferente daqui; o crime de seqüestro não prescreve nunca, assim como o crime de terrorismo.

É por essa e outras que eu costumo repetir ad nauseam: estamos vivendo literalmente em um autêntica República Socialista dos Bandidos, em que Lula e sua corja, a exemplo dos índios, bebês e loucos, são todos inimputáveis. Triste Brasil!


Félix Maier é escritor e publicou o livro "Egito - uma viagem ao berço
de nossa civilização", pela Editora Thesaurus, Brasília.
do MidiaSemMascara.org

8.23.2008

A Roça Intelectual

Por Arlindo Montenegro

Sinto-me privilegiado quando entendo quem está pagando pela notícia ou quem está tramando incutir comportamentos utilizando técnicas avançadas de persuasão: o Estado, o partido, a indústria química ou algum inocente útil das poderosas seitas financiadas pelo capimunismo, controlador da economia globalizada, controlador de mentes indefesas.

Nos idos de 60 ouvi falar de “lavagem cerebral”. Como já estava sendo aliciado para tornar-me um “idiota útil” a mais, tive o cuidado de me resguardar, mas foi inútil. Até hoje sofro as seqüelas da doutrinação comunista, utilizando frases que parecem alinhadas às “palavras de ordem”.

Freqüentemente percorro alguns sites e blogs que buscam alertar os mortais sobre a hipnose coletiva. É esta a fonte de informação que me alimenta com a matéria que os jornais e revistas não ousam comentar, porque perderam a independência econômica e conseqüentemente a independência política. Os novos jornalistas parecem analfabetos funcionais, como a maioria dos nacionais.

Leio um comentário do Cláudio Humberto dizendo:“Ninguém entendeu o que fez os presidentes do Senado e da Câmara receberem Baltazar Garzón como um chefe de Estado.” E penso que uma pá de “alguéns”, com neurônios menos embotados, entende muito bem que o Senado e a Câmara são casas que fazem o que o Executivo manda. São apêndices do Estado.

O poder legislativo está desfigurado e dependente do programa partidário do PT e do Foro de São Paulo. Os congressistas mal têm tempo de examinar as carradas de Decretos e os partidos trocam os votos por favores, aprovando Leis inconstitucionais que submetem toda a nação.

Mas temos o Poder Judiciário! Tá bom! Vai no endereço abaixo para ouvir de um Juiz, Maierovitch, a quantas andamos:

http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/e-praticamente-impossivel-punir-corruptos-no-brasil-040272C4C19327?types=A&

Adianto um pouco do que vai ser ouvido: “A corrupção priva e tira a legitimidade das instituições democráticas e acaba com a própria democracia". "Combater a corrupção é lutar pela democracia e há a necessidade de uma luta permanente". "A pior corrupção está na política". "É praticamente impossível punir corruptos no Brasil”. "Em 40 anos, o STF nunca mandou um político para a cadeia". "Precisamos mudar isso".

Tá bom. E daí? Posso fazer o quê? Este Brasil pode ser mudado?

Poucas fontes de informação, mesmo os livros e blogs mais iluminados, indicam um caminho, uma saída, uma proposta de ação que mobilize as vontades. Todos, acredito, estão procurando. No geral as pessoas sabem o que acontece, mas não vêem o que promove a despolitização, a corrupção e a inércia da justiça.

Empresários, para subsistir e ganhar mais dinheiro acabam como "inocentes úteis" à socialização que utiliza a democracia como corda que irá enforcar a todos. Heitor de Paola, autor do excelente lançamento editorial “O Eixo do Mal Latino Americano”, relembra que foi Lênin quem apontou este caminho para a tomada do poder. Atrair os que sabem ganhar dinheiro.

A leitura é didática com referências e indicação de fontes históricas, organização de idéias, descrição de ideologias e cronologia de avanço do comunismo até os dias atuais. Expõe, ilustra, contribui.

É insuficiente para identificar uma liderança que mobilize e dê uma sacudida na apatia. Não existe isso de ação espontânea. Encontro muita informação histórica, transcrição, cópia, denuncismo. Algo de filosofia, sociologia, economia e orientação para poucas ações que, via internet, parecem ter sensibilizado a consciência dos legisladores em assuntos isolados.

Vasculho alguns sites: Alerta Total, Ternuma, o Olavo de Carvalho, o Farol da Democracia e uma dezena de outros. O conteúdo é similar, as idéias se tocam centradas no combate ao comunismo e defesa da democracia. Num artigo do Dr. Olavo, (“Quem nos governa”- 5 de Julho 2008 – Diário do Comércio) vejo a referência a “ Nova Ordem globalista-socialista” e fico feliz por identificar o que chamei de capimunismo.

Mais adiante um organograma, muito parecido com o que há anos é divulgado pelo jornalista Jorge Serrão para identificar o Governo do Crime Organizado. O Dr. Olavo aponta ali a “elite globalista”. Eu leio oligarquia no lugar de “elite”, um termo nauseantemente utilizado pelos sociólogos da “esquerda útil”, para identificar muitos “inocentes úteis” que, vitimados pelas práticas gramscistas acreditam que o comunismo acabou ou mudou ou está mudando.

Fico pensando no tempo que o "trabalhador intelectual" necessita para alinhar tantos detalhes e amarrar a trama histórica de modo convincente. E como o rumo das cogitações se encontra quando combatem Gramsci, ou a Escola de Frankfurt, aplaudida pelos estudiosos da comunicação, cultuados e utilizados pela imprensa em todo o mundo atrelado a esta Nova Ordem Global.

Penso no Instituto Tavistock, raramente citado pelos intelectuais que admiro e que alimentam meu espírito. Para onde andamos? Parecemos um arquipélago. Gostaria de saber o que nos impede de unir-nos pelos pontos coincidentes e trabalhar sobre um projeto comum. Em fim o inimigo é comum e os objetivos são voltados para ampliar as liberdades e práticas democráticas.

O isolamento em ilhas encerra os viventes em suas verdades, algumas semelhantes a dogmas. Impede a interação, a identificação de lideranças. Isto de liderança pode até cheirar a personalismo. Mas se estamos em guerra e o inimigo é comum, precisamos de um comando, de uma estratégia, um roteiro de ação, divisão de atribuições, táticas eficazes.

Existem dezenas de sites e blogs com discurso idêntico. Sugerem idêntico objetivo. As edições diferem pela carga de crítica intelectual, fatalismo ou denuncismo. Sabemos da corrupção, quem é quem, o que perdemos, a institucionalização do gramscismo como ferramenta de abestalhamento da sociedade.

Vivemos num ambiente social em que a discussão política foi enterrada. Podemos identificar as patifarias e a ignorância presente em todos os quadrantes. Percebemos as decisões improdutivas para a sociedade, a contra informação, a prática totalitária em todos os setores da vida nacional, a presença poderosa do Instituto Tavistock – que dita as regras do capimunismo.

As evidências são cristalinas. As certezas são palpáveis. A informação circula. Mas e daí? Conhecer sem agir passa longe de se saber. Em outras palavras: a fé sem as obras é morta. Acreditamos na Democracia, conhecemos seus princípios fundamentais, mas não aprendemos, não sabemos como praticá-la. Nem tentamos.

Temos a pretensão de vencer o cinismo e a desconstrução da realidade que confunde a nação em todos os níveis. É uma guerra. Uma guerra de inteligências. Estamos acéfalos. Nossos democratas não percebem que conhecimento custa tempo, suor e grana.

Trabalho voluntário tem muita gente experimentando. A pauleira deixa a consciência leve, com a sensação de dever cumprido, sem mover-se do lugar. Trabalho voluntário é bom em Cuba, cortando cana pra enriquecer o Estado.

A igreja ensina que somos todos iguais diante de Deus. O comunismo, abolindo o individualismo e forçando o coletivismo quer que todos sejamos a mesma massa de manobra, um exército tocando os tambores como aquele que apareceu na cerimônia de abertura dos jogos olímpicos na China: movimentos iguais, mecânicos, a serviço do estado.

Pouco se fala do Instituto Tavistock, financiado por grandes empresas controlando dezenas de grandes instituições, centenas de filiais espalhadas pelo mundo e milhares de grupos de estudo e reflexão, com o objetivo (secreto!) de controlar o mundo e estabelecer uma nova ordem socialista, utilizando as ciências comportamentais.

O Tavistock desenvolve em alto nível, a partir de grandes centros de estudos, os mais agressivos controles para agredir e sufocar a liberdade humana, de modo a garantir cega obediência aos ditadores da Nova Ordem Mundial.

Integram as atividades do Instituto a Mont Pelerin Society, a Comissão Trilateral, o Clube de Roma e dezenas de fundações e centros de estudo espalhados pelo mundo, com revistas, filmes, publicações, cursos, todos voltados para fazer as pessoas abúlicas e incapazes de agir contra seus governantes.

Gramsci é fichinha, que os comunistas utilizam com muita eficácia nos cenários locais. O Instituto Tavistock , antes de Gramsci, desenvolveu escolas, teorias e técnicas de lavagem cerebral utilizadas experimentalmente em prisioneiros da guerra da Coréia e logo sobre a opinião pública americana.

Sua ética é a mesma de Gramsci ou Lênin: vale tudo acabar com a unidade familiar, honra, patriotismo, fé cristã e disseminar o uso de drogas e comportamento sexual anárquico.

Gente abúlica é capaz de operar em movimentos repetitivos. Qualquer semelhança com a
realidade que vivemos, não é mera coincidência.

Cérebros ainda restam. O Brasil espera melhor utilização das idéias.

Arlindo Montenegro é Apicultor.

8.21.2008

Depois do cabo eleitoral, é hora do Ibope

A cada nova rodada das pesquisas de opinião, a mídia se debruça sobre os resultados apresentados procurando entender as mudanças detectadas e as eventuais causas destas modificações. Não poderia ser diferente com a nova pesquisa IBOPE-Estadão-TVGlobo divulgada nos últimos dias e publicada pelo jornal O Estado de São Paulo de 16 agosto.

Pelos números do IBOPE, em um mês a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) cresceu 7 pontos e assumiu a liderança folgada na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Com 41% , ela abre 15 pontos porcentuais sobre Geraldo Alckmin (PSDB), que caiu 5 pontos e tem agora 26%. Na última pesquisa IBOPE Marta liderava, mas estava tecnicamente empatada com Geraldo Alckmin. Kassab caiu dois pontos porcentuais e, com 8%, está empatado com Paulo Maluf (PP) que se manteve com 9%. Soninha Francine (PPS) e Ivan Valente (PSOL) não oscilaram e se mantém, respectivamente com 2% e 1%. Os demais candidatos não pontuaram.

O desempenho da candidata petista melhorou de forma acentuada na base da pirâmide social, nas faixas de mais baixa escolaridade e renda, e repetiu-se de forma semelhante nas simulações para o primeiro e segundo turnos. Esta ascensão permitiu que a candidata virasse, até mesmo, a previsão para o segundo turno. Agora aparece na frente, com 47% e empatada tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSDB) que teria 43%.

Analistas imputam esta surpreendente melhora ao fato da candidata petista ter sido a primeira a apresentar um plano de governo completo e por ter respondido de forma mais convincente aos questionamentos feitos, sobretudo, nas áreas da saúde, coleta de lixo e segurança nos bairros.

Estas análises me parecem simplistas. Atribuem valor exagerado a um plano de governo que poucos leram, principalmente aqueles de baixa renda e/ou escolaridade. As entrevistas "convincentes", quanto toda a mídia privilegia as Olimpíadas , pouco apelo têm mesmo para os cidadãos mais letrados, inclusive politicamente. Prefiro acreditar nos visitadores assalariados que teriam sido contratados pelo PT.

Mais ainda, se repetindo práticas conhecidas e muito praticadas em eleições anteriores, visitaram antecipadamente as regiões que seriam pesquisadas pelo instituto contratado. Depois do mensalão e do dossiê produzido pelos aloprados nas eleições de 2006, isto seria brincadeira de criança levada.

Afinal no vale-tudo empreendido pelo PT para evitar um segundo turno, onde a rejeição da candidata do PT fará muita diferença, nada me surpreenderia. Estou pagando para ver!

Milton Flávio, médico, professor da UNESP e ex-Deputado Estadual-PSDB

do Diario do Comercio


8.20.2008

TCU vê irregularidades no uso de cartões da Abin

BRASÍLIA - Campeã de gastos secretos e saques em dinheiro com cartão corporativo, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teve parte de sua prestação de contas considerada irregular pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de acordo com relatório divulgado ontem.

Os ministros do tribunal censuraram a Abin por usar dinheiro vivo, sacado com cartões corporativos, para pagar 99,9% das despesas. Diante da farra, multaram em R$ 10 mil Antônio Augusto Muniz de Carvalho, ex-diretor de Administração do órgão. A Abin, por intermédio de sua assessoria de imprensa, disse que recorrerá da decisão.

Entre as irregularidades detectadas no uso do cartão corporativo pelos agentes e burocratas da agência estão a "aquisição irregular de material permanente e pagamentos e gratificações a informantes e colaboradores eventuais".

Embora fora do radar da auditoria, que não analisou as prestações mais recentes, os técnicos constataram, para mostrar a reincidência da prática, que os arapongas gastaram cerca de R$ 11,5 milhões via cartões, mais que o dobro em relação a 2006 (quando somaram R$ 5,5 milhões).

O ministro Ubiratan Aguiar, relator do processo, estranhou que o volume de recursos sacados ter praticamente dobrado de um ano para outro, o que aumenta a relevância da ocorrência.

"A Agência quase que exclusivamente utilizou o cartão de pagamento do governo federal para fazer saques e realizar pagamentos em moeda corrente, não observando o caráter excepcional dessa modalidade. As características peculiares da Abin não justificam, de modo absoluto, a prática generalizada desse procedimento", disse no relatório o ministro Ubiratan Aguiar.

O governo argumenta que esse aumento dos recursos usados pela Abin com o cartão foi causado pela utilização de agentes durante os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Gastos aumentam

O governo federal já gastou R$ 98,7 milhões de 2004 a 2007 em despesas sigilosas, consideradas de interesse da segurança do Estado. Esse tipo de gasto, que inclui contas da Presidência da República, vem aumentando ano a ano. Em 2007, o governo pagou cerca de R$ 35,7 milhões em despesas sigilosas, usando os serviços de 607 empresas. O valor é 42,8% superior ao de 2006 - em que os gastos desse tipo somaram cerca de R$ 25 milhões - e mais que o dobro dos R$ 16,9 milhões registrados em 2004.

O mesmo tipo de despesa ocorre com outros órgãos com atividade policial ou de inteligência, como a Polícia Federal, por exemplo. Mas há gastos de setores do governo como Casa Civil e o próprio gabinete da Presidência da República, que também são protegidos pelo sigilo.

Os recursos utilizados de forma sigilosa começaram a ter registro no Portal da Transparência, site na internet administrado pela Controladoria-Geral da União (CGU), a partir de 2004. Naquele ano, o total usado sob essa classificação, incluindo os gastos da Abin e de outros órgãos, como a Polícia Federal, foi de cerca de R$ 16,9 milhões, com pagamentos feitos a 424 empresas. A partir daí, esse tipo de despesa só fez crescer. Em 2005, pulou para R$ 20,9 milhões, com pagamentos para 492 empresas. No ano seguinte, chegou a R$ 25 milhões, com 465 empresas remuneradas. Até alcançar a marca do ano passado, de R$ 35,7 milhões, com 607 empresas.

Publicado na Tribuna da Imprensa

COM ORGULHO


Publicado no Jornal O Dia (16/08/2008)

Flávio Bolsonaro - Deputado Estadual pelo PP

Rio - Quem tem mais de 50 anos e tem vergonha na cara conhece o Brasil de antes e de depois de 1964. A imprensa da época, de forma unânime, saudou os Militares que, naquele glorioso 31 de março, puseram fim à desordem e à corrupção generalizadas. Enquanto os Militares estiveram no poder, tínhamos o direito, com segurança, de ir e vir. Existia a família como célula do Estado, o pleno emprego e o respeito entre irmãos.

Contudo, os perdedores de 64, inconformados com o apoio popular a Castelo Branco, Costa e Silva e Médici, lançaram-se na luta armada. Quem os financiava na compra de armamentos, confecção de bombas e meios para a prática de atos terroristas, seqüestros e torturas ? Cuba !

A ditadura sanguinária de Fidel Castro patrocinava a luta por democracia no Brasil. Quanta hipocrisia. Só os ignorantes acreditam que a esquerda, que hoje está no poder, ainda admiradora de Fidel, parceira do MST e sócia das Farc pense num Brasil justo e democrático para todos.

Hoje, tendo à frente Tarso Genro, o mesmo que em menos de 48 horas devolveu para Fidel dois boxeadores cubanos que pediam asilo no Brasil, fala em punir torturadores do passado. Que moral tem ele para falar em direitos humanos ?

Os arquivos do regime militar, caso abertos, trarão um estrago enorme para figurões do primeiro escalão do governo Lula. Dilma e Minc assaltaram a casa da mulher de Adhemar de Barros em 68 e sumiram com os US$ 3 milhões. Gabeira e Franklin Martins seqüestraram o embaixador americano.

O chefe supremo das Forças Armadas, o chefe da Casa Civil e o ministro da Justiça são do PT.

Eles bradam pela abertura dos arquivos, mas só da boca pra fora.

Salve as Forças Armadas do Brasil, baluarte da democracia.

Pobreza não é virtude

por João Luiz Mauad em 20 de agosto de 2008

Talvez não exista nada mais representativo das diferenças culturais
entre as sociedades brasileira e americana do que o tratamento que
dispensam à riqueza e à pobreza. Enquanto os americanos costumam
reverenciar a riqueza, os brasileiros a demonizam de todas as formas
possíveis, como se ela fosse um pecado mortal e sua posse sinônimo de má
índole ou crime pregresso. Já a pobreza, se – graças aos esforços
politicamente corretos da esquerda – já não é mais motivo de vergonha,
como foi um dia lá por aquelas bandas, pelo menos ainda não se tornou
razão de orgulho altaneiro, como é por aqui.

Um amigo, que estudou por vários anos nos EUA durante a década de 70,
conta que, certa vez, assistindo a uma cerimônia de fim de ano no campus
da universidade, deparou-se com algo bem estranho. Havia na platéia
dezenas de senhores e senhoras segurando placas com números os mais
variados. Sem nada entender, perguntou a um colega o que era aquilo.
Para sua surpresa, ficou sabendo que os números escritos nas tais
placas, expostas com orgulho para o alto, significavam a quantidade de
milhões de dólares que cada um deles já havia feito – nos EUA, se
costuma dizer que alguém faz dinheiro, ou seja, transforma trabalho em
dinheiro, e não que ganha como se diz por aqui – desde que deixara a
faculdade. Não é incomum também que os ex-alunos façam doações generosas
às universidades, numa forma de demonstrar gratidão pela ajuda na
obtenção do sucesso.

Aqui no Brasil, por outro lado, muita gente é levada a esconder o
dinheiro que possui, ainda que obtido licitamente e a troco de muito
trabalho, para não despertar o preconceito alheio. Enquanto isso, ser
pobre virou sinônimo de virtude. A começar pelo indefectível "Central da
Periferia", programa apresentado na TV pela atriz Regina Casé, cuja
proposta é a exaltação dos hábitos e costumes das gentes da dita
"periferia", o "pobrismo" no país de Macunaíma está mais em alta do que
nunca. Tudo que emana dos pobres é "do bem", é "tudo de bom". Vejam, por
exemplo, o famigerado estilo "funk" de música, que mistura uma batida
horrível com letras degradantes, e virou uma verdadeira cachaça país
afora. Ou a moda "cachorra" e suas calças torturantes de tão apertadas,
que vestem onze de cada dez adolescentes do país.

Uma das conseqüências mais visíveis desse estado de coisas está no fato
de a maioria dos políticos, de uns tempos para cá, fazer questão de
declarar-se formalmente pobre. Alguns, inclusive, declaram-se tão
miseráveis que dá até pena.

Dos candidatos a prefeito do Rio de Janeiro, por exemplo, apenas um
declarou possuir algum patrimônio, ainda que este não chegue nem perto
do que se possa chamar de riqueza. Só para se ter uma idéia do
descalabro reinante, um certo candidato – representante daquela que
Nelson Rodrigues chamaria de "esquerda festiva" – chegou a apresentar
uma declaração de bens onde tudo que consta é uma caderneta de poupança
com pouco mais de 11 mil reais. Alega também que mora de favor, num
apartamento emprestado pela octogenária vovozinha de sua mulher.

Tudo bem, ninguém tem nada com a vida privada dele, mas o indigitado é
filho de uma família de classe média e detentor de mandatos legislativos
há vários anos. Portanto, seguindo a lógica dos fatos, de duas, uma: ou
o fulano é um perdulário inconseqüente que, já na meia-idade, ainda não
conseguiu poupar nada nem adquirir um único bem de valor, malgrado uma
renda bem acima da média nacional; ou, por pura demagogia, esconde o
patrimônio que tem.

A idiossincrasia pobrista chegou a tal ponto que o velho desejo de
ascensão de classe sequer existe mais. Essa característica
comportamental, tão estranha quanto absurda, pôde ser vista com clareza
a partir da divulgação recente de um estudo estatístico (a meu ver
capenga, mas isso é o que menos importa aqui) da FGV, amplamente
comentado pela mídia, onde se procura demonstrar que a classe média é
hoje a maioria no país. Vejam esta matéria do jornal Folha de São Paulo
(os grifos são meus):

CLASSE MÉDIA EMERGENTE SE ACHA POBRE

ELVIRA LOBATO

DA SUCURSAL DO RIO

Poucas notícias provocaram mais reação em Vila Kennedy - bairro de 200
mil habitantes, na zona oeste do Rio - do que a pesquisa da Fundação
Getulio Vargas que classificou como classe média as famílias com renda
mensal a partir de R$ 1.064. Até moradores com rendimento acima desse
patamar se vêem como pobres e rejeitam serem chamados de classe média.

"É uma baixaria. Fiquei revoltado quando vi a notícia na TV. A
classificação é vazia e mentirosa", reagiu o aposentado João Galdino de
Melo, presidente da Associação dos Moradores de Vila Progresso. Pai de
três filhos, que estudam e trabalham, Galdino diz não ter dúvida de que
sua família é pobre, embora a renda familiar atinja R$ 2.400.

(...)
Mara Martins, 32, cinco filhos, tem renda familiar mensal de R$ 1.800,
somando a pensão de R$ 200 que recebe do pai de um dos filhos; (...) Ela
diz que ficou "doente" ao saber da notícia sobre a classe média, da
qual, agora, seria parte. "A única roupa que comprei para mim neste ano
foi um vestido, de R$ 10. Nunca fui a um cinema. Trabalho todos os dias
e não tenho lazer. Classe média, para mim, tem de ter lazer."

(...)

O ex-funcionário da Petrobrás José Camilo Neves, 57, taifeiro
aposentado, tem pensão de R$ 3.400 por mês, mas nem ele se considera
classe média, pois cinco pessoas dependem de sua renda, não tem lazer e
mora em rua sem calçamento, que há até pouco tempo tinha esgoto a céu
aberto.

A posse de bens de consumo não foi considerada pelos entrevistados de
Vila Kennedy como indicador de classe média, porque mesmo os que se
definem como pobres possuem televisão, geladeira, fogão, DVD, aparelho
de som e pelo menos um telefone celular.

Na avaliação do aposentado João Galdino de Melo, 51, a renda familiar
mínima para definir classe média deveria ser de R$ 4.000 por mês. Isso
porque ele e os filhos têm rendimento conjunto de R$ 2.400 e a família
se considera pobre, morando na periferia da cidade, onde o Estado é ausente.

Os salários dos filhos não são suficientes para pagar as despesas deles,
e o pai, cuja pensão é de R$ 1.200, paga parte delas. Os três estudam em
faculdade particular.

Galdino leva a reportagem da Folha até sua casa, para mostrar o padrão
de vida da família. Na garagem, um Fiat Prêmio de 18 anos. A casa tem
TV, geladeira, fogão, aparelho de som, DVD e computador. A TV por
assinatura e a internet rápida são oferecidos por operador clandestino.
(...)

Independentemente dos eventuais erros cometidos no referido estudo, está
na cara que há muita gente aí com medo de perder as benesses do
assistencialismo estatal que o status de pobre lhes confere, bem como
alguns outros que assim reagem por puro oportunismo político, como
parece ser o caso do Presidente da Associação dos Moradores. O fato,
porém, é que a ascensão de classe, uma realização que, num passado não
muito distante, seria motivo de orgulho para qualquer um, hoje passou a
ser considerado quase uma desonra. É a velha luta de classes, cantada em
prosa e verso pela esquerda irresponsável, mostrando a que veio.

É conhecida a piada que conta a história de dois operários – um
brasileiro e outro americano – que trabalhavam numa obra de rua em Miami
quando, ao verem passar uma reluzente Ferrari, têm reações absolutamente
distintas. O americano, cujo pensamento foi certamente moldado pela
velha "ganância" ianque, diz a si mesmo: "vou trabalhar muito, de sol a
sol se preciso for, até poder comprar um desses". Já o brasileiro,
extravasando toda a sua raiva contra os ricos, vocifera: "Esse ladrão
deve ter roubado muito!".

Infelizmente, essa mentalidade tacanha, cada vez mais disseminada no
seio da sociedade brasileira, não nos levará muito longe.

do © 2008 MidiaSemMascara.org

CONTRA-INFORMAÇÃO E PROPAGANDA

Foi cirúrgico: ao tempo em que vieram a público as notícias sobre os e-mails encontrados no computador do terrorista Raúl Reys, comprometendo autoridades brasileiras ligadas ao PT, o ministro da Justiça, Tarso Genro, inventou o factóide de revisão da Lei de Anistia, atiçando a ira do meio militar. A notícia importante, a ligação de nossas autoridades com o terrorismo das FARC, sumiu como por encanto de todos os meios de comunicação, entrando em seu lugar o factóide inventado por Genro. Dias depois o bondoso Lula mandou seu ministro se calar, ficando o dito pelo não dito, mas o escândalo dos e-mails foi devidamente esquecido.

Fiquei muito impressionado com o poder da contra-informarão e o soberbo poder demonstrado sobre a mídia que têm os estrategistas do Planalto. Nem nos tempos do Regime Militar vi tamanha eficiência e grau de controle do poder constituído sobre a mídia. A notícia mais sensacional e importante de nossa grande política foi picada no triturador de papel, no caso as manchetes de jornais que deixaram de ser impressas.

-x-x-x-

Vou votar em Geraldo Alckmin para prefeito de São Paulo. É o melhor nome, o único em condições de vencer Marta Suplicy. Ontem o IBOPE divulgou estranhíssima pesquisa, pela qual a candidata do PT abriu quinze pontos de vantagem sobre o candidato do PSDB. Como nenhum fato novo relevante aconteceu desde a última pesquisa divulgada (dava vantagem a Alckmin), só posso concluir que esses novos números ou têm forte viés de amostra (erro técnico) ou a mão deliberada do inimigo. A mesma técnica usada para apagar os rastros de Raúl Reys da mídia pode estar sendo utilizada para induzir o eleitorado a achar que Marta “já ganhou”.

Reiteradas vezes tenho apontado que o fato de São Paulo (prefeitura e Estado) não estar nas mãos do PT é o grande freio para as ambições totalitárias do partido governante. Não que José Serra seja alguém diferente do PT, ao contrário. Serra, assim como muitos dos que se filiam ao PSDB, comunga das idéias igualitaristas do PT e pratica objetivamente a mesma política. Ocorre que esses políticos não empunham mais a bandeira revolucionária e aceitam o jogo democrático da alternância de poder. No caso particular de Serra há um terceiro fator: seu grupo não se dá pessoalmente com o PT, até onde se sabe. O efeito “caciquismo” é importante para que o governador de São Paulo se mantenha longe da influência petista.

Mas Serra, por seu voluntarismo individualista, pode indiretamente estar ajudando o PT. Ao forçar a candidatura do prefeito Kassab contra suas próprias bases e contra as evidências de que Alckmin reúne as melhores condições para derrotar Marta Suplicy, põe água a mover o moinho do PT. De fato Serra, ao não se ligar publicamente ao candidato de seu partido e ao não somar esforços eleitorais consistentes – vale dizer, pôr recursos e energia na campanha – está fazendo o jogo do inimigo.

Uma eventual derrota de Geraldo Alckmin poderá comprometer mais do que a futura candidatura de Serra à Presidência da República, poderá significar a perda sucessiva da prefeitura de São Paulo e do governo do Estado. Marta, eventualmente vitoriosa, marchará resoluta para ganhar o governo do Estado. Aí o país inteiro ficará á mercê dos revolucionários que comandam hoje o Palácio do Planalto. O que está em jogo é o futuro da democracia no Brasil.

A miopia do grupo de José Serra reflete a miopia de nossa classe pensante, desde sempre, a de que o PT é um partido como outro qualquer. Não é. É um partido revolucionário que está à espera de acumular forças suficientes para colocar seu projeto totalitário em ação. Se seus dirigentes ganharem a prefeitura de São Paulo darão um passo gigante na direção de sua hegemonia. Aí até o projeto de re-reeleição de Lula sairá do papel com rapidez.

Mentiras como essas de Tarso Genro sobre a Lei da Anistia, para enganar a opinião pública, assim como essas pesquisas tecnicamente contestáveis sobre a tendência do eleitorado nem mais precisarão ser utilizadas como expediente. Podemos estar agora na véspera do poder totalitário.

Por Nivaldo Cordeiro

8.19.2008

O dia em que nosso Lula imitou o rei Salomão

José Nêumanne
E o presidente pôs fim à exumação da guerra suja usando uma falácia

O presidente da República pode não ser um homem letrado nem ilustrado, mas até seus adversários mais ferrenhos, que não toleram a hipótese do terceiro mandato nem em pesadelo, devem concordar que ele tem um bom senso invejável, além de um enorme talento para driblar obstáculos. Foi o que ele fez, aparentemente de maneira brilhante, na semana passada, ao encontrar uma solução salomônica para a proposta inoportuna e insensata feita por seu ministro da Justiça, Tarso Genro, e seu secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, de reabrir unilateralmente a Lei da Anistia para punir apenas os torturadores.

Se cedesse à pressão dos comandantes militares e desautorizasse os dois auxiliares na cerimônia de apresentação dos novos oficiais-generais, terça-feira 12, no Palácio do Planalto, poderia passar a impressão de que carece de apoio da caserna para permanecer no legítimo posto em que está por decisão majoritária e soberana do povo brasileiro. Se, ao contrário, nada falasse, autorizaria uma insensata exumação de esqueletos da guerra suja, que não se sabe a quem poderia interessar, mas com certeza não interessa à sociedade nacional nem, por extensão, à paz em seu governo. O presidente calou na reunião com os oficiais, mas falou mais tarde em cerimônia no quartel-general de um dos maiores inimigos dos militares descontentes com a proposta de Paulo e Tarso: a União Nacional dos Estudantes (UNE). A escolha do lugar exalta os méritos do estrategista. A frase cunhada para encerrar o assunto comprova seu talento inato e invulgar de lidar com as palavras, ainda que muitas vezes atropele a gramática. Num arroubo digno de fazê-lo figurar entre os governantes que se celebrizaram pelo estilo conciliador quando detinham o bastão de mando, de dom Pedro II a Getúlio Vargas, de Bernardo Pereira de Vasconcelos a Tancredo Neves, Lula jogou o tema para escanteio num carrinho retórico, sem machucar ninguém: ele afirmou que era preciso "transformar os mortos em heróis, e não em vítimas".

A sentença funcionou como um calmante para os quartéis inquietos com a reabertura da discussão imprópria. Os comandantes e seu chefe, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, saíram comemorando o encerramento da discussão e a dupla Paulo e Tarso não se sentiu desautorizada nem repreendida. Mas a reencarnação do justiceiro rei hebreu Salomão no ex-dirigente sindical metalúrgico não passa de um truque impreciso do ponto de vista semântico, de lógica canhestra e falacioso no ângulo histórico, embora muito sagaz politicamente. Não há, ao contrário do que a sentença insinua, oposição entre a condição de vítima e o heroísmo. Há até muitas vezes uma relação estreita, embora não obrigatória: nem toda vítima é herói, mas muitas vezes o herói tem de ser vitimado antes, assim como o é o mártir.

No caso que serviu de tema à fala presidencial, quem foi torturado na ditadura militar exige tratamento de herói da democracia, embora não o tenha sido. Salvo raras exceções que confirmam a regra, os inimigos da ditadura militar de direita não lutavam pelo Estado Democrático de Direito, mas por outra ditadura, de sinal oposto, cujos exemplos - a Rússia de Lenin e Stalin, a China de Mao, a Cuba de Fidel Castro ou o Camboja de Pol Pot - são tão próximos de uma democracia quanto as tiranias de Nero, Calígula, Gengis Kahn, Hitler, Franco e Mussolini. Houve, sim, heróis da democracia na resistência civil contra os militares no Brasil - e Lula está entre eles, pois ajudou a desmoralizar a legislação autoritária com as greves que liderou, à custa de prisão e pena. Mas nenhum deles pegou em armas para enfrentar a ditadura.

Ao contrário do que imaginam os ingênuos que crêem nas versões falaciosas politicamente corretas de que havia nas ruas das metrópoles e nos sertões do Araguaia mais uma versão do conflito entre o Bem e o Mal, a idéia de derrubar o regime autoritário pelas armas não contribuiu para sabotá-lo. Mas colaborou para torná-lo mais cruel e talvez mais longevo. A ditadura durou mais do que era previsto que durasse pelos oficiais que interromperam o mandato de João Goulart, em 1964, porque teve a própria fúria contra as instituições nutrida pela aventura insensata dos que tentaram implantar no Brasil as idéias insanas do foquismo cubano dos barbudos de Sierra Maestra. E terminou ruindo sobre os próprios pés de barro, com a ajuda de democratas de verdade que participaram da difícil reconstrução das instituições enquanto muitos aventureiros da guerra suja ainda sonhavam com o sangrento assalto ao poder.

A dupla Paulo e Tarso não está sozinha na leitura distorcida destes eventos históricos. As comissões de burocratas que distribuem generosamente dinheiro público à guisa de remunerar os serviços prestados à luta contra a ditadura prestam idêntico desserviço à Nação. Não tem sentido subtrair dinheiro que deveria servir para resgatar a tal da dívida social, à qual Lula vive se referindo, para pagar indenizações milionárias a ex-combatentes que optaram pela luta e agora tratam essa opção imatura, mas consciente, como um investimento, conforme apontou com lucidez Millôr Fernandes. A notícia da entrada de 175 ex-militares, que logo serão seguidos por mais 425, na Justiça contra a União para pedir indenização por terem combatido no Araguaia parece absurda apenas por causa da conclusão equivocada de que havia algozes, num lado, e vítimas, no outro. Essa conclusão ganhou foros de verdade absoluta, sem fundamento histórico algum, pelo uso competente e cínico da lição dada pelo mago da propaganda nazista, Joseph Goebbels, segundo quem uma mentira se torna verdadeira se incessantemente repetida.

Vítima então e herói sobrevivente da luta dos democratas contra a ditadura, Lula recorreu à falácia para ganhar apoio e votos. Seria tão bom se deles fizesse melhor uso!

José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde

2008 remunera-se o terrorista de 1968

Elio Gaspari *

Daqui a oito dias completam-se 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, 22 anos, deixou seu carro numa garagem da Avenida Paulista e tomou o caminho de casa. Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária. (Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era).

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída. O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefevre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada.

A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada. Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente teria havido o AI-5.

O caso de Lovecchio tem outra dimensão. Passados 40 anos, ele recebe da viúva uma pensão especial de R$571,00 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor de imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho.

A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$1.627,00 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$400.000,00  de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis, participou de quatro assaltos, três atentados à bomba e uma execução. Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa. Tudo isso antes do AI-5.

Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo. Durante o tempo em que esteve preso, ele foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso, foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia iria enorme distância. O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o "Diógenes do PT". Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que revê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte, está adormecido na Câmara.) Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo. Afinal, os terroristas tambem sonham.

*Elio Gaspari  é jornalista