A doutrina sobre o funcionamento do crime organizado é bem clara. A narcoguerrilha, as milícias e as máfias, que são atividades criminosas financiadas e auto-financiáveis, formam o que se chama de "Aparelho Terrorista". Essas chamadas "Forças Subterrâneas", também conhecidas doutrinariamente como "Quarto Elemento" promovem ações de guerrilha em regiões urbanas ou rurais.
Atrás das atividades criminosas, se escondem grupos ideológicos que defendem os nobres princípios da "Justiça e Paz". Não por coincidência, "Justiça e Paz" é o slogan do Comando Vermelho e do Primeiro Comando da Capital – facções criminosas, bem organizadas administrativamente, no Rio de Janeiro e São Paulo.
Ontem, em ação típica de treinamento de guerrilha urbana, com objetivo de gerar terror, mais de 50 pessoas foram vítimas de arrastão que durou 16 hora e meia na Zona Norte do Rio de Janeiro. Três homens armados, num Corsa prata, percorreram pelo menos três bairros, aterrorizando pedestres. O arrastão começou às 15h de quarta-feira e só terminou às 7h30m de quinta-feira, quando os bandidos foram finalmente avistados por PMs na Rua Diamante, em Rocha Miranda.
Houve perseguição e troca de tiros. Após o carro derrapar e rodar duas vezes, os ladrões foram presos. O trio roubou, entre outros itens, celulares, documentos, dinheiro, roupas, Bíblias, biscoitos e até uma marmita. A ação dos marginais não foi meramente criminosa. Tinha claras intenções de efeito psicossocial, para que a população se sinta refém absoluta da face armada do crime organizado.
Os serviços de inteligência do Exército e da Marinha infiltraram agentes no movimento dos marginais do Rio de Janeiro, e acompanham, de perto, o que acontece. A Agência Brasileira de Inteligência emitirá um relatório em breve sobre a situação. Mas o teor do documento ficará guardado a sete chaves no Palácio do Planalto, onde os ex-participantes da luta armada detestam comentar a atuação dos atuais companheiros insuflados pelos Comandos Vermelhos e PCCs da vida.
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