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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

12.07.2008

A aliança de Lula com Serra

Enviado por Ruy Fabiano-

A aquisição da Nossa Caixa, instituição financeira que pertencia ao estado de São Paulo, pelo Banco do Brasil, capitalizou o governador José Serra para enfrentar a crise econômica em 2009.

São R$ 5,4 bilhões, que pingarão no caixa do governo paulista, em prestações mensais de R$ 300 milhões, corrigidas pela taxa selic, durante 18 meses, período abrangido pelo mandato de Serra.

A operação, que permitiu a Serra compor um orçamento não recessivo para o próximo ano, fez ressurgir suspeitas de que entre ele e Lula há mais que simples convívio civilizado. Haveria uma parceria política de conveniência recíproca.

Lula sabe que o PT não dispõe de um nome de peso para fazer frente a Serra. Sabe também que, embora detentor de índices altos de popularidade, não consegue transferi-los a terceiros, como o demonstrou a recente eleição municipal.

Serra tem sido apontado, em sucessivas pesquisas (as mesmas que conferem a Lula índices inéditos de popularidade), como o favorito à sucessão presidencial de 2010. Dilma Roussef, que Lula apresenta como sua favorita, não consegue decolar nas pesquisas.

Para Serra, a simpatia de Lula tem vantagens evidentes: facilita-lhe o desempenho administrativo e reduz-lhe a margem de atritos na futura campanha eleitoral.

Para Lula, que pretende retornar à Presidência em 2014, é conveniente, na hipótese de seu partido perder a eleição de 2010, ter no poder alguém que não lhe infernizará a vida. Alguém que não promoverá devassas que comprometam seu futuro político.

Nesse sentido, Serra lhe é confiável. Não há também entre ambos conflitos ideológicos maiores. Serra tem formação esquerdista, não detonará os movimentos sociais, nem os programas assistenciais do atual governo, como o bolsa-família - que, na verdade, se origina do anterior, do bolsa-educação e dos programas da Rede de Proteção Social, concebidos e conduzidos por Ruth Cardoso. Lula ampliou-os, mas não os concebeu.

Serra pode até modificá-los, ajustá-los à sua concepção administrativa, que difere da atual, mas não iria destroçá-los. Lula, na eleição que disputou com Serra, em 2002, viu-se respeitado pelo adversário, que recusou tentativas de assessores de sua campanha para que partisse para o jogo baixo, de acusações pessoais.

Serra encarna o PSDB que Lula e o PT moderado assimilam – e que, na concepção de muitos, formariam uma dobradinha invencível, capaz de ocupar por décadas o poder. Isso só não acontece porque disputam a hegemonia política em São Paulo, o que cria entre ambos rivalidade insuperável, que os mantêm presos à contemplação da árvore, sem condições de observar a floresta.

Há, por exemplo, muito mais afinidades entre o PSDB e o PT que entre este e o PMDB, integrante da atual base governista. Mas São Paulo impede que essa afinidade se materialize.

O governo Serra já está refazendo o orçamento estadual para 2009 para acomodar os recursos da venda da Nossa Caixa e ampliar o volume de investimentos, de R$ 18,6 bilhões para R$ 21 bilhões - importância igual à que o governo federal investirá no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no ano que vem, em todo o País.

Também foi redimensionada a previsão de investimentos para 2010. Agora, o total a ser aplicado no último ano do governo Serra será de R$ 24 bilhões. A soma dos dois últimos anos de governo chega ao inédito valor de R$ 45 bilhões de investimentos, o que permitirá a Serra condições para que estabeleça um recorde em investimentos em infra-estrutura na história do país.

É óbvio que, sem apoio do governo federal, isso não seria possível. E é óbvio que esse apoio não existiria se não houvesse entre governador e presidente da República disposição de selar um apoio político de simpatia recíproca. Ambos estão convencidos de que saem ganhando. Para Lula, Serra é dos males o menor. Para Serra, Lula é o contrário: dos bônus, o maior.

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