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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

11.03.2011

NINGUÉM FICA PRA TRÁS!

Excepcional texto de autoria do Gen Rocha Paiva! A frase-título encerra
magnificamente o texto.


NINGUÉM FICA PRA TRÁS!

* General da Reserva
Luiz Eduardo Rocha Paiva*
General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
Seja escravo de sua consciência, juíza perene de sua vida, e não de cargos
e posições, meros passageiros.
Em dezembro de 2009, o governo lançou o Programa Nacional de Direitos
Humanos-3 (PNDH3) em pomposa solenidade, cujo brilho foi ofuscado pela
repercussão negativa em amplos setores da sociedade. Só o Ministério da
Defesa e as Forças Armadas (FA) tomaram, inicialmente, uma posição mais
firme em relação ao Programa. Tempos depois, a imprensa, a Igreja, o
agronegócio, juristas de renome e outros segmentos manifestaram, também,
repúdio a diversas medidas nele preconizadas. O PNDH3 é uma estratégia de
ampliação do poder do Executivo, que compromete o equilíbrio entre os
Poderes da União, alicerce do regime democrático.

Além disso, o Programa sinaliza a guinada para a linha socialista radical,
propósito não declarado, mas perseguido por uma ala com forte presença no
Executivo. Hoje, discreta e veladamente, muitas propostas do PNDH3 são aos
poucos implementadas, sendo a limitação à liberdade de imprensa a de mais
difícil imposição, em face do poder da mídia.
Os pontos do Programa que, naquela oportunidade, mobilizaram o Ministro da
Defesa e os Comandantes Militares foram os relativos à revisão da Lei de
Anistia e à Comissão da Verdade (CV), que iria apurar as violações aos
direitos humanos cometidas por agentes do Estado, deixando de lado as
perpetradas pelos componentes da luta armada. O governo concordou em
ampliar as investigações, incluindo as violações cometidas, também, por
ex-guerrilheiros. Quanto à Lei de Anistia, o STF confirmou a validade nos
termos em que foi promulgada, ou seja, abrangendo os dois lados. O Projeto
de Lei que cria a CV deu entrada no Congresso Nacional em 2010, mas não foi
então apreciado, pois tratava de assunto delicado para entrar em pauta num
ano eleitoral.
Com a ascensão do novo governo, o contexto se modificou. A disposição de
investigar apenas os abusos praticados por agentes do Estado é declarada
publicamente por autoridades do Executivo e aliados. Com base num quadro
maniqueísta, fundamentado em versões unilaterais dos fatos ocorridos,
haverá intensa campanha para a revisão da Lei de Anistia, ainda uma das
metas da esquerda radical-revanchista.
O argumento de que os guerrilheiros, sequestradores e terroristas de
outrora ficaram conhecidos e pagaram por seus crimes e que agora seria a
vez dos torturadores serem apresentados para uma condenação moral não se
sustenta. Nem todos os primeiros são conhecidos, nem todos pagaram por seus
crimes e muitos foram libertados em troca da vida de pessoas sequestradas.
A Nação não viu a face de todos que planejavam ou executavam assaltos,
sequestros e atentados, não conhece os que atuavam na logística das
operações, tão responsáveis como os executantes, nem os componentes dos
tribunais de justiçamento e execução de guerrilheiros que abandonavam a
luta armada.
O povo tem sim o direito de conhecer sua história, portanto merece saber
que crimes foram planejados e cometidos por ex-guerrilheiros e
ex-guerrilheiras hoje em posições importantes. A Presidente da República
teria participado direta ou indiretamente (portanto seria co-responsável)
de alguma ação com vítimas? Serão essas autoridades ouvidas pela CV? As
vítimas conhecerão os responsáveis por suas sequelas? Outros tantos
componentes da luta armada, hoje desconhecidos da Nação, serão
apresentados, a exemplo do que será feito com relação aos que os
combateram? Os locais onde foram cometidos atentados terroristas, execuções
e assaltos e os cativeiros dos sequetrados serão também identificados e
sinalizados, para ficarem como marcos históricos das ações dos que
pretendiam transformar o Brasil numa ditadura totalitária como as da URSS,
Cuba e China?
A CV não poderá deixar sem respostas esses questionamentos, atendo-se a uma
investigação unilateral e facciosa das violações ocorridas, sob pena de se
desmoralizar e perder totalmente a credibilidade, já discutível pela forma
como será composta. Os membros da Comissão vão ser escolhidos pela
Presidente da República e a esquerda revanchista quer impedir a
participação de quem possa ter tido ligação com os governos militares.
Incoerência explícita, pois quem designará os componentes da CV é uma
ex-guerrilheira que, quando Chefe da Casa Civil, avalizou a versão original
do infausto PNDH3 para a aprovação do então Presidente Lula. Verdade requer
imparcialidade.
A História do Brasil, dos conflitos, revoltas e períodos como o da ditadura
Vargas, nunca precisou de uma CV para ser conhecida, bastando o trabalho de
historiadores e pesquisadores. Além disso, não há nenhuma cisão na
sociedade remanescente do regime militar ou as FA não estariam entre as
Instituições de maior credibilidade no País. Portanto, a necessidade de
reconciliação nacional como alegam os defensores da CV é uma falácia.
A mencionada reação do então Ministro da Defesa e dos Comandantes Militares
em 2009 está neutralizada no tocante à CV. A Comissão será, de fato, um
tribunal de inquisição, que promoverá o linchamento moral apenas dos que
combateram a luta armada, tenham ou não violado direitos humanos. Muitos
defenderam o Estado por missão e idealismo, atributo não exclusivo da
esquerda como alguns hipócritas propagam.
Chefes militares cultuam hierarquia, disciplina e justiça. São francos com
os superiores e cumprem, respeitando a lei e sem alarde, a obrigação moral
e funcional de assumir riscos pessoais para defender os subordinados de
injustiças. Seria inconcebível abandonar irmãos de armas ante a injustiça
que irão sofrer, caso a CV tome o rumo faccioso que prenunciam a sua
composição e o foco das investigações. Caberia a quem estivesse no lugar
deles a missão que cumpriram nos anos 70 e, se alguns infringiram a lei
foram anistiados assim como os assassinos, sequestradores e terroristas,
que não contestavam a anistia antes de chegarem ao poder.
A tradição militar reza: ninguém fica pra trás!

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