CRISE GRAVE
Por Reinaldo Azevedo
A canalha dos tontons-maCUTs está alvoroçada. Toma o ministro do Supremo
Joaquim Barbosa como seu herói. Ele fez por merecer ser tomado como
porta-voz, malgrado suas intenções, de um movimento organizado para
desmoralizar o Supremo e seu presidente, Gilmar Mendes. Barbosa atacou,
nesta quarta, seu colega de tribunal com uma virulência e uma estupidez
inéditas na história da Casa. Nota: um dos filmes no Youtube está
obviamente contaminado pela politicalha.
Joaquim Barbosa tem o péssimo hábito de dar pito nos seus pares. Por 
alguma razão não explícita nem explicitada, acredita ter licença 
especial para se comportar como se estivesse, sei lá, num debate de 
centro acadêmico, numa assembléia, num boteco, na beira do tanque. 
Qualquer lugar em que as pessoas podem bater boca à vontade e fazer 
acusações irresponsáveis, sem que precisem provar nada. Ademais, age 
como se tivesse um saber jurídico superior a de seus pares. E ele não 
tem. Não tem mesmo!!!
Por que tudo começou?
O tribunal estava analisando recursos em que se debatia se decisões 
sobre benefícios da Previdência do Paraná e sobre foro privilegiado 
tinham ou não efeito retroativo. Questões puramente técnicas. Essas 
decisões haviam sido tomadas na ausência de Barbosa, que estava de 
licença. Desconhecendo, pois, o assunto, ele afirmou que a tese de 
Mendes deveria ter sido exposta "em pratos limpos". Compensava com 
agressividade a falta de informação.
O presidente do Supremo respondeu: "Ela foi exposta em pratos limpos. Eu 
não sonego informações. Vossa Excelência me respeite". E observou que o 
colega faltara à sessão em que o recurso começara a ser decidido. 
Barbosa continuou a dar pito em todo mundo. Mendes respondeu que ele não 
tinha condições de dar lição de moral a ninguém
Joaquim Barbosa, então, não teve dúvida. Afirmou que Gilmar Mendes está 
"destruindo" o Judiciário brasileiro", convidou-o a sair "às ruas" e 
afirmou que o presidente do Supremo não estava falando com seus 
"capangas no Mato Grosso".
Vamos ver:
- Mendes está empenhado, ao contrário do que diz Barbosa, em preservar o 
Estado de Direito da ação de aventureiros que acreditam que podem fazer 
justiça com as próprias mãos ou com a própria toga.
- Ministro do Supremo que "ouve as ruas" deve dirigir táxi, não ter 
assento na máxima corte da Justiça brasileira. Um ministro do Supremo 
deve ouvir apenas a lei e o que está nos autos. Quem "ouve as ruas" é a 
política. Se um ministro do Supremo faz isso, adere ao populismo vagabundo.
- Joaquim Barbosa está obrigado a provar, como ministro do Supremo, que 
seu colega tem "capangas". Se Mendes tem capangas e Barbosa tem as 
provas, então está prevaricando. Sua função o obriga a agir legalmente, 
não a fazer acusações irresponsáveis.
Noto, ademais, que essa acusação de Joaquim Barbosa é nota corrente em 
setores do subjornalismo a soldo de um projeto político, ligados a um 
partido. Joaquim Barbosa fez-se porta-voz dessa turma, a escória da 
imprensa e da política brasileiras.
É o primeiro espetáculo que este senhor protagoniza? Não! De memória, 
lembro de agressões verbais, em termos obviamente inaceitáveis, contra 
Marco Aurélio de Mello, Eros Grau, Maurício Corrêa (ex-ministro) e, 
claro, contra o próprio Mendes.
O relator do mensalão
Joaquim Barbosa ganhou projeção como relator do processo sobre o 
mensalão. Fez ali a coisa certa, de acordo, diga-se, com o que ia nos 
autos. Ter acertado nesse caso, no entanto, não lhe confere licença para 
agir ao arrepio das regras e do decoro. E também da lei.
Com o bate-boca protagonizado por este senhor nesta quarta, também o 
Supremo atinge o ponto mais baixo, creio, de sua história. No post 
seguinte, transcrevo o bate-boca. Não confiem em versões editadas que 
andam por aí, em que a agressividade de Barbosa parece mitigada, 
restando apenas seu suposto heroísmo.
Heroísmo nada!
Joaquim Barbosa agrediu uma instituição chamada Supremo Tribunal Federal.



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