Com um total de 186 votos postados, Cristóvan Buarque (PDT) viu confirmada a preferência dos leitores do blog PORFIRIO LIVRE, ao final da apuração, obtendo 63 indicações (33%) na pesquisa em que José Serra aparece como candidato do PSDB e 63 (36%) na pesquisa em que o nome tucano é o de Aécio Neves. Na primeira pesquisa, sem Ciro, Aécio e sem o general Heleno, Cristóvan havia vencido com 23% dos votos, seguido por Dilma Rousseff (PT), com 20%.
Mas a grande novidade é a votação dada ao general Heleno, que sequer tem filiação partidária. Ele ficou em segundo lugar com 34 indicações (18%) no primeiro cenário e 30 (17%), no segundo. No primeiro caso, o terceiro colocado foi José Serra (PSDB), com 23 indicações (12%), portanto 11 a menos. Já no segundo cenário, o general Heleno teve 30 indicações (17%) o dobro dos terceiros colocados – Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PV), que tiveram 15 votos (8%).
Em nenhum momento, dissemos que a pesquisa do nosso blog reflete o contexto geral, como achamos que as pesquisas dos institutos especializados precisam ser recebidas com reservas, considerando o tempo que separa do dia da votação, em outubro de 2010, e quem as encomenda, geralmente confederações empresariais.
Mas dá para refletir sobre a consistência do desempenho do senador Cristóvan Buarque, hoje muito melhor posicionado do que em 2006, e sobre o fenômeno personalizado pelo ex-comandante da Amazônia, que se tornou uma referência para uma área de opinião, não necessariamente de militares.
A viabilidade de Cristóvan
A militância do PDT quer e precisa de um candidato próprio, com o mínimo de viabilidade, a Presidência da República. Do contrário, se o partido ficar atrelado ao PT, como parece ser intenção do ministro Carlos Lupi, perderá as poucas oportunidades que têm de fazer governadores e aumentar sua bancada federal, hoje de apenas 23 deputados e 5 senadores. Se o PDT quiser Cristóvan como uma candidatura viável, terá que lançar sua pré-candidatura imediatamente, como ele sugeriu, e ir se afastando dos governos que terão outros candidatos, inclusive de Lula.
Por conta da falta de coerência patrocinada pela direção nacional, o PDT tem as mais diversas posições em cada Estado e está sempre próximo dos palácios locais. Se tem um ministro com Lula, tem secretários nos governos de Aécio Neves, em Minas, e José Serra, em São Paulo. Massacrado pela oligarquia de Sarney no Maranhão, inverte sua posição no Amapá, onde seu único governador e aliado do questionado presidente do Senado.
No Paraná, onde o senador pedetista Osmar Dias é o favorito, sua coligação inclui o DEM e, possivelmente, o próprio PSDB. Em Alagoas, de Renan e Collor, dois senadores da tropa de choque de Lula, o ex-governador Ronaldo Lessa vai ter que lutar muito para não ser massacrado.
No Rio Grande do Sul, onde o PT já lançou Tarso Genro, o partido de Brizola elegeu o vice na Prefeitura de Porto Alegre, encabeçada pelo peemedebista José Fogaça, e chegou a participar do governo da tucana Yeda Crusius Na Bahia, por intervenção do presidente licenciado, abandonou a aliança com o prefeito de Salvador, do PMDB, e foi juntar-se ao governador Jacques Wagner, do PT, ganhando secretarias e a promessa de um nome na composição majoritária de 2010.
Os votos dados ao general
Na análise dessa pesquisa, é importante considerar os votos no general Heleno. Seu desempenho reflete o resgate do prestígio dos militares, na proporção inversa do desgaste dos políticos. Em setembro de 2007, a Associação dos Magistrados do Brasil divulgou uma pesquisa realizada por telefone junto a 2011 brasileiros em que a Policia Federal (75,5%) e as Forças Armadas (74,7%) apareceram como as instituições mais confiáveis do país. Os políticos estavam em último lugar, com 11%, sendo que a Câmara Federal tinha 12,5% e o Senado, 14,6%.
Entre os leitores que encaminharam opinião, alguns disseram que viam o general como um candidato nacionalista e à prova de corrupção. Um, de Barra do Pirai, RJ, chegou a opinar pela dobradinha Crsitóvan-General Heleno.
Os outros candidatos
Também surpreende a cotação de Ciro Gomes, ausente na primeira consulta, que teve apenas 2% nos dois cenários. Desta vez, José Serra derrotou Dilma Rousseff, com 12% contra 6% da candidata petista. Aécio Neves também teve mais indicações do que ela no segundo cenário: 8% contra 5%.
José Serra cresceu em relalção à primeira pesquisa e so ficou atrás de Cristóvan e do general Heleno. Marina Silva e Heloisa Helena ficaram praticamente empatadas, com percentuais superiores ao de Dilma, mas inferiores ao de José Serra. Pelo que se viu no encontro nacional do PSOL, a atual vereadora por Maceió prefere disputar o Senado por seu Estado. Já Marina, que foi ministra de Lula por 6 anos, começa a ser questionada. Ela só renunciou ao Ministério do Meio Ambiente depois que o presidente entregou a gerência de um projeto para a Amazônia ao ex-ministro Mangabeira Unger.
Nas outras duas pesquisas, 72% dos leitores consideram o Senado desnecessário e se posicionam a favor de um parlamento unicameral, enquanto 66% se manifestam contra o direito de Lula pleitear um terceiro mandato. (Confira as tabelas em http://www.porfiriolivre.com/)
Veja os resultados:
Cenário 1 (com José Serra como candidato do PSDB):
VOTOS TOTAIS 186 %
Cristóvan Buarque (PDT) 63 (33%)
General Heleno (sem partido) 34 (18%)
José Serra (PSDB) 23 (12%)
Marina Silva (PV) 18 (9%)
Heloísa Helena (PSOL) 17 (9%)
Dilma Rousseff (PT) 13 (6%)
Ciro Gomes (PSB) 4 (2%)
Não tenho candidato hoje 7 (3%)
Não votará em ninguém 6 (3%)
Outro 1 (0%)
Cenário 2 (Com Aécio Neves pelo PSDB)
VOTOS TOTAIS 168 %
Cristóvan Buarque (PDT) 63 (37%)
General Heleno (sem partido) 30 (17%)
Aécio Neves (PSDB) 15 (8%)
Marina Silva (PV) 15 (8%)
Heloísa Helena (PSOL) 13 (7%)
Dilma Rousseff (PT) 10 (5%)
Ciro Gomes (PSB) 5 (2%)
Não tenho candidato hoje 9 (5%)
Não votará em ninguém 5 (2%)
Outro 3 (1%)
Sobre o Senado – Votos dados 165
O Senado é desnecessário 119 (72%)
O Senado é necessário 46 (27%)
Lula e o terceiro mandato
(Nesta pergunta o Programa autoriza mais de um voto)
Votos totais 206
Contra terceiro mandato 138 (66%)
A favor do terceiro mandato 24 (11%)
Contra qualquer reeleição 44 (21%)
Contra limite à reeleição 12 (5%)
Nenhum comentário:
Postar um comentário