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De: IberêMS
Enviado: 07/03/2012 09:24:52
Assunto: CMRJ 63 comentário sobre o manifesto dos cineastas
*Como se diz no boxe: "alguém acusou o golpe..."*
Acredito que alguns setores das esquerdas brasileiras subestimaram a
capacidade dos militares da Reserva de reagirem contra o estado de coisas
por que passa o País.
Era de se esperar que parte da Intelligentsia nacional fosse, no mínimo,
mais inteligente, ou menos parcial.
O jornal O Estado de São Paulo, de 6 de março de 2012, faz referência a um
manifesto de cineastas brasileiros no qual, entre outras coisas, repudiam
as recentes declarações de militares, com destaque para a inquietação de
oficiais da reserva, com relação à Comissão da Verdade.
Em meio àqueles surrados chavões esquerdistas, o manifesto diz que os
diretores de cinema repudiam os ataques "desses setores minoritários das
Forças Armadas" que, de forma alguma, poderão obstruir as investigações que
deverão ser iniciadas o quanto antes (destaco: o quanto antes...). Diz,
ainda: "estaremos atentos para que tal comissão seja composta por pessoas
comprometidas com a democracia e com a verdade."
Gostaria inicialmente, com a devida vênia, de levar ao conhecimento dos
senhores diretores de cinema que nas Forças Armadas não existem "setores
minoritários", embora seja isso o que muita gente queira fazer parecer. O
"setor minoritário" a que os senhores fazem referência, nada mais é do que
a Reserva militar mobilizável do Brasil. Um dia, os integrantes dessa
Reserva estiveram no serviço ativo. E foi nessa época que viveram,
presenciaram ou construíram outra parte da verdade que agora, por ser
extremamente oportuno, eles querem que seja esclarecida também.
Os militares que combateram a subversão, a guerrilha e o terrorismo não
formavam uma milícia de loucos desgovernados que combatiam de forma
acéfala. Eles formavam organizações militares, normalmente de pequeno
efetivo, mas legalmente constituídas por leis, atos e diretrizes
específicas.
Esses militares, hoje na Reserva, não eram um grupo de facínoras. Eles
compunham uma força lutando por ordem do Estado contra uma força,
completamente irregular, cujas principais armas eram a surpresa e a
traição. O que cabia a esses militares era, de uma forma ou de outra,
vencer a parte que lhes opunha resistência de armas na mão. O que foi
feito. E bem.
Guerrilha? Subversão? Terrorismo? Muito mais do que temas para filmes,
foram coisas que existiram no "mundo real". E causaram muitos danos à
população brasileira, essa mesma que no seu manifesto os diretores de
cinema querem jogar contra os militares da Reserva. Mas isso já é assunto
por demais sabido e comentado.
Talvez seja o caso de lembrar aos senhores diretores de cinema que muitos
de seus filmes não teriam enredo se não fosse o papel, ainda que
estereotipado, que sempre reservaram para os militares.
Iniciamos com um "campeão de bilheteria": O que é isso companheiro?". Há
como dizer, de sã consciência, que esse filme não retrata as articulações
de associações criminosas para o cometimento de um crime? Ou planejar e
executar um sequestro, mantendo a vítima em cárcere privado por dias, e,
assim, submeter sua família à tortura, não pode ser considerado como um
crime?
Tomemos "Lamarca. O Capitão da Guerrilha". Não obstante todo o engajamento
ideológico de seu diretor e do ator principal, é possível, à luz da lógica,
negar o fato de Lamarca ter sido um traidor, um desertor e um ladrão, e,
por isso, ter sido buscado pelos militares Brasil afora?
Vejamos "Hércules 56". Por acaso não trata o filme de uma reunião, na vida
real, de pessoas que cometeram todos os tipos de crimes como assaltos,
mortes e sequestros de pessoas? E que no filme revelam suas verdadeiras
ações e intenções da época? O filme não retrata verdadeira reunião festiva
para relembrar uma pretérita associação para o crime?
Quem sabe... "Batismo de Sangue"? Por mais que se torne os padres adeptos
da luta armada em "anjos" e " mártires", não há como negar que seu "guia
espiritual" era Marighella, líder de organização criminosa e autor de um
opúsculo denominado "Mini manual do Guerrilheiro Urbano".
Se observarmos "Araguaia. Conspiração do Silêncio", o subversivo "Oswaldo"
que ali é retratado não parece um semideus descido do Olimpo diretamente
para a selva amazônica? Só que o diretor esqueceu-se de mostrar os crimes
que ele cometeu e levou seu grupo a cometer. Esse senhor chegou a negar aos
militares uma trégua para que retirassem do campo de batalha o corpo de um
soldado morto por ele. Quando se conseguiu recolher o corpo, pouco restava,
senão a parte protegida pelo calçado.
Então senhores diretores de cinema do Brasil, não seria a Comissão da
Verdade uma excelente oportunidade para, como num filme, estabelecer-se
quem deu o primeiro tiro? Quem detonou a primeira bomba? Quem fez as
primeiras vítimas? Quem assaltou bancos, carros-fortes e trens? Quem matou
e aleijou pessoas inocentes, algumas delas mortas com extrema violência,
tomando-as como simples efeitos colaterais? O que foi feito dos milhões
roubados? Como se negociaram as armas que Lamarca roubou? Por que treinar
em Cuba, Coreia do Norte e noutros países que se destacam por suas
"democracias"? Tudo isso daria bons filmes.
Caso os diretores de cinema, como dizem no seu manifesto, estivessem
cuidando da memória nacional, como poderiam não ser a favor de uma comissão
da verdade que ouvisse ambos os lados? Para o bem da cinematografia
nacional, seria bom, e a sociedade agradeceria, se os senhores ajudassem a
mostrar o outro lado. Seriam mais filmes...embora, devo admitir, o
patrocínio viria a ser mais difícil.
É bem como disse no manifesto a Sra. Lúcia Murat: "Se a gente, a sociedade
civil, que é maioria, não defender nosso direito de conhecer a história do
Brasil, quem vai?" Caso a senhora me permita, posso indicar-lhe uma
resposta: por incrível que pareça, serão os militares da Reserva e um
significativo número de civis, que concordam com aqueles, que lhes
ajudarão. Pois, ao que parece, são os únicos a quererem ver a História do
Brasil completamente contada.
Jorge Alberto Forrer Garcia
Coronel Reformado
Curitiba/PR
PS: *essa é a minha opinião e ninguém está obrigado a concordar comigo.*
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