A cada nova rodada das pesquisas de opinião, a mídia se debruça sobre os resultados apresentados procurando entender as mudanças detectadas e as eventuais causas destas modificações. Não poderia ser diferente com a nova pesquisa IBOPE-Estadão-TVGlobo divulgada nos últimos dias e publicada pelo jornal O Estado de São Paulo de 16 agosto.
Pelos números do IBOPE, em um mês a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) cresceu 7 pontos e assumiu a liderança folgada na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Com 41% , ela abre 15 pontos porcentuais sobre Geraldo Alckmin (PSDB), que caiu 5 pontos e tem agora 26%. Na última pesquisa IBOPE Marta liderava, mas estava tecnicamente empatada com Geraldo Alckmin. Kassab caiu dois pontos porcentuais e, com 8%, está empatado com Paulo Maluf (PP) que se manteve com 9%. Soninha Francine (PPS) e Ivan Valente (PSOL) não oscilaram e se mantém, respectivamente com 2% e 1%. Os demais candidatos não pontuaram.
O desempenho da candidata petista melhorou de forma acentuada na base da pirâmide social, nas faixas de mais baixa escolaridade e renda, e repetiu-se de forma semelhante nas simulações para o primeiro e segundo turnos. Esta ascensão permitiu que a candidata virasse, até mesmo, a previsão para o segundo turno. Agora aparece na frente, com 47% e empatada tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSDB) que teria 43%.
Analistas imputam esta surpreendente melhora ao fato da candidata petista ter sido a primeira a apresentar um plano de governo completo e por ter respondido de forma mais convincente aos questionamentos feitos, sobretudo, nas áreas da saúde, coleta de lixo e segurança nos bairros.
Estas análises me parecem simplistas. Atribuem valor exagerado a um plano de governo que poucos leram, principalmente aqueles de baixa renda e/ou escolaridade. As entrevistas "convincentes", quanto toda a mídia privilegia as Olimpíadas , pouco apelo têm mesmo para os cidadãos mais letrados, inclusive politicamente. Prefiro acreditar nos visitadores assalariados que teriam sido contratados pelo PT.
Mais ainda, se repetindo práticas conhecidas e muito praticadas em eleições anteriores, visitaram antecipadamente as regiões que seriam pesquisadas pelo instituto contratado. Depois do mensalão e do dossiê produzido pelos aloprados nas eleições de 2006, isto seria brincadeira de criança levada.
Afinal no vale-tudo empreendido pelo PT para evitar um segundo turno, onde a rejeição da candidata do PT fará muita diferença, nada me surpreenderia. Estou pagando para ver!
Milton Flávio, médico, professor da UNESP e ex-Deputado Estadual-PSDB
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