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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

10.25.2011

COMISSÃO DA HIPOCRISIA

por Marco Antonio Esteves Balbi
No final do dia 19 de outubro de 2011, repassei aos meus correspondentes o
link de uma notícia da página do Senado Federal, relatando a aprovação, na
Comissão de Constituição e Justiça, do projeto de lei da Comissão da
Verdade, de autoria do Executivo e já aprovado na C2âmara dos Deputados.
Disse naquela oportunidade que a luta continuava, embora não soubesse bem
como. Será que é possível sustar a votação em caráter de
urgência/urgentíssima no plenário do Senado na próxima semana? Será que, em
sendo aprovado e depois de sancionado pelo Executivo, poder-se-á apresentar
alguma medida judicial que impeça o seu funcionamento?
Enquanto divagava nos meus pensamentos, eis que um antigo e experiente chefe
militar, respondeu a minha mensagem e me chamou a atenção para o largo
sorriso que estampava o rosto do relator, o Senador Aloysio Nunes Ferreira,
na fotografia que ilustrava a matéria. E lembrava um pequeno detalhe do
currículo do Senador: o assalto ao trem-pagador da Estrada de Ferro
Santos-Jundiaí.
O Brasil é mesmo o país da piada pronta. Não se passa um dia sequersem que
se comprove a assertiva. Acolhemos todo o tipo de bandido e deportamos
outros nem tão culpados assim, dependendo da ideologia.
Lembram-se de Ronald Biggs que chegou a ter vida de celebridade aqui entre
nós, sendo um renomado assaltante de trem?
Bom, fiz esta digressão no parágrafo acima para dizer que o Senador Aloysio
Nunes Ferreira foi elogiado pelos seus pares, de acordo com a matéria a qual
me referi, por "ter sido vítima da repressão, tendo sido perseguido por sua
militância política e obrigado a sair do país".
Vejamos como se deram estes fatos, em especial para conhecimento dos jovens.
E para eles vou citar que as fontes estão disponíveis em qualquer site de
buscas. Começou a militância política em 1963 quando entrou na Faculdade do
Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo. Logo depois da
revolução de março de 1964, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB)
que atuava na clandestinidade.
Como o PCB se opunha à luta armada Aloysio Nunes, assim como vários jovens
da época que tinham ideais esquerdistas, ingressou na ALN -Aliança
Libertadora Nacional, organização guerrilheira liderada por Carlos
Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo.
Assumiu na clandestinidade o pseudônimo Mateus. Durante muito tempo foi
motorista e guarda-costas de Marighella. As ações da Aliança Libertadora
Nacional incluíram assaltos para angariar fundos que sustentariam a luta
armada. Em agosto de 1968, Aloysio Nunes participou do assalto ao trem
pagador da antiga Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Segundo relatos da
imprensa da época, a ação ocorreu sem que houvesse o disparo de qualquer
tiro. Aloysio Nunes foi o motorista do carro no qual os assaltantes fugiram
do local com os malotes que continham NCr$ 108 milhões(US$ 21.600), dinheiro
suficiente para o pagamento de todos os funcionários da Companhia Paulista
de Estradas de Ferro. Em outubro do mesmo ano, participou do assalto ao
carro-pagador da Massey-Ferguson, interceptando o veículo na Praça Benedito
Calixto, no bairro paulistano de Pinheiros.
Sofrendo um processo penal em que já havia um pedido de prisão preventiva e
com a possibilidade de que descobrissem algo sobre suas ações armadas, foi
enviado a Paris por Marighella utilizando um passaporte falso. Foi
posteriormente identificado como guerrilheiro e condenado com base na
extinta Lei de Segurança Nacional. Tornou-se representante da Ação
Libertadora Nacional no exterior e coordenou as ligações desta com
movimentos de esquerda de todo o mundo. Filiou-se ao Partido Comunista
Francês em 1971 e negociou com o presidente Boumedienne, da Argélia para que
brasileiros recebessem treinamento militar de guerrilha naquele país.
Pôde, finalmente em 1979, regressar ao Brasil devido à promulgação da Lei de
Anistia, a qual beneficiou todos que cometeram crimes políticos de qualquer
tipo.
Agora me respondam: as assertivas dos atuais pares do Senador Aloysio Nunes
Ferreira, colocadas entre aspas alguns parágrafos acima, guardam alguma
relação com o que aconteceu?
A organização que o Senador pertenceu, chefiada por Marighella e Toledo, foi
uma das mais violentas das que atuaram no país e contra a qual as Forças de
Segurança tiveram que se contrapor. Notem que em 1968 nem mesmo o
"famigerado" AI-5 havia sido promulgado. O Minimanual do Guerrilheiro Urbano
de autoria de Marighella foi obra de referência para organizações
terroristas do mundo inteiro.
Para finalizar eu pergunto: como acreditar na lisura do trabalho de uma
comissão umbilicalmente ligada à Casa Civil, cujos membros serão todos
indicados pelo Executivo? Por mais que as declarações sejam concedidas de
que só querem conhecer a verdade, como acreditar se até o que já está
sobejamente comprovado é deturpado? Será, na melhor das hipóteses, uma
comissão da hipocrisia!
http://www.senado.gov.br/noticias/comissao-da-verdade-e-aprovadapela-ccj-e-segue-para-plenario.aspx
O autor é Coronel.

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