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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

10.25.2011

Fábula

por Celio Pezza

Era uma vez, um país que disse ter conquistado a independência
energética com o uso do álcool feito a partir da cana de açúcar. Seu
> presidente falou ao mundo todo sobre a sua conquista e foi muito
> aplaudido por todos. Na época, este país lendário começou a exportar
> álcool até para outros países mais desenvolvidos. Alguns anos se
> passaram e este mesmo país assombrou novamente o mundo quando anunciou
> que tinha tanto petróleo que seria um dos maiores produtores do mundo
> e seu futuro como exportador estava garantido.
>
> A cada discurso de seu presidente, os aplausos eram tantos que
> confundiram a capacidade de pensar de seu povo. O tempo foi passando e
> o mundo colocou algumas barreiras para evitar que o grande produtor
> invadisse seu mercado. Ao mesmo tempo adotaram uma política de comprar
> as usinas do lendário país, para serem os donos do negócio. Em 2011, o
> fabuloso país grande produtor de combustíveis, apesar dos alardes
> publicitários e dos discursos inflamados de seus governantes, começou
> a importar álcool e gasolina.
>
> Primeiro começou com o álcool, e já importou mais de 400 milhões de
> litros e deve trazer de fora neste ano um recorde de 1,5 bilhão de
> litros, segundo o presidente de sua maior empresa do setor, chamada
> Petrobras Biocombustíveis. Como o álcool do exterior é inferior, um
> órgão chamado ANP (Agência Nacional do Petróleo) mudou a especificação
> do álcool, aumentando de 0,4% para 1,0% a quantidade da água, para
> permitir a importação. Ao mesmo tempo, este país exporta o álcool de
> boa qualidade a um preço mais baixo, para honrar contratos firmados.
>
> Como o álcool começou a ser matéria rara, foi mudada a quantidade de
> álcool adicionada à gasolina, de 25% para 20%, o que fez com que a
> grande empresa produtora de gasolina deste país precisasse importar
> gasolina, para não faltar no mercado interno. Da mesma forma, ela
> exporta gasolina mais barata e compra mais cara, por força de
> contratos.
>
> A fábula conta ainda que grandes empresas estrangeiras, como a BP
> (British Petroleum), compraram no último ano várias grandes usinas
> produtoras de álcool neste país imaginário, como a Companhia Nacional
> de Álcool e Açúcar, e já são donas de 25% do setor. A verdade é que
> hoje este país exótico exporta o álcool e a gasolina a preços baixos,
> importa a preços altos um produto inferior, e seu povo paga por estes
> produtos um dos mais altos preços do mundo. Infelizmente esta fábula é
> real e o país onde estas coisas irreais acontecem chama-se Brasil

CELIO PEZZA é escritor.

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