Membro do Conselho Diretor
do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de
Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
Na mitologia grega ficou famosa a
saga do herói Herácles ou Hércules, autor dos famosos doze trabalhos que teve de
executar, todos eles de quase impossível concretização. Um deles foi a limpeza
das cavalariças do Rei Augias, o qual foi feito com o desvio de curso de dois
rios. A situação atual do Brasil é digna de uma décima terceira tarefa dele. De
fato, para colocar o país nos trilhos somente um
milagre.
Para concretizar nossa análise,
reportamo-nos ao excelente seminário realizado no sábado p.p., durante todo o
dia, na Academia Brasileira de Defesa. Tivemos como palestrantes o governador de
Roraima, Sr. José de Anchieta, o deputado federal Paulo César Quartiero, a Profª
antropóloga Maria Helena Wesley e o Embaixador Marcos Côrtes. Com exceção do
governador que fez uma competente palestra sobre sua administração, expondo as
políticas e estratégias adotadas, realizações e óbices, sem poder, por razões
óbvias, aprofundar o relato das pressões existentes, os outros conferencistas
demonstraram, com uma franqueza chocante, a perigosa situação vivenciada pelo
nosso povo.
O deputado colocou um vídeo
mostrando o massacre, inteiramente inconstitucional, feito contra brasileiros
por uma verdadeira SS tupiniquim, na ocasião da invasão ilegal da região
Raposa/Serra do Sol. Em um dos filmes aparece um deputado federal denunciando
ter participado de reunião com um dos ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF), na qual o ministro afirmara ser impossível a demarcação em área contínua
da região, devido à "coincidência" entre as terras demarcadas pela FUNAI e a
existência nos mesmos locais de riquezas minerais incomensuráveis. E apesar
disto, o Brasil perdeu por dez a um no julgamento. O que ocorreu para mudar o
pensamento dos membros da mais alta Corte do país?
Além disto, falece à FUNAI
competência para decidir como partilhar o território brasileiro, a seu bel
prazer, sob a evidente orientação de interesses alienígenas. O parlamentar
anunciou, contudo, que a guerra não está inteiramente perdida, pois já está em
pleno curso a campanha pela revisão imediata do crime perpetrado pela
administração petista, com amplo apoio do povo de Roraima, o maior prejudicado.
As terríveis imagens mostradas de nossos compatriotas, residentes há décadas na
região, muitos descendentes e casados com indígenas, trabalhadores honestos, os
quais viviam decentemente, serem expulsos com uma violência sádica e brutal por
esbirros da ditadura socialista nascente, para sobreviverem agora como marginais
nas favelas de Boa Vista chocaram e emocionaram a todos os presentes.
Idosos, com passos
trôpegos, procuram sustento
trabalhando em tarefas humildes, ao contrário dos atuais detentores do poder
político, os quais lotearam a administração pública em feudos, comandados por
verdadeiras quadrilhas organizadas, com "casco duro", lutando para não perderem
suas sinecuras, em um tsunami de corrupção nunca visto na história do país.
Pune-se o cidadão honesto e trabalhador, submetido a uma escorchante carga
tributária, explorado em especial pelas grandes empreiteiras e grupos
financeiros, sem receber a contrapartida devida sob a forma de prestação dos
serviços coletivos, de responsabilidade dos entes federados em seus três níveis.
Premia-se o corrupto e o corruptor, sob a presunção do ingênuo argumento de que
todos são inocentes até prova em contrário, quando todas as evidências
demonstram os delitos cometidos.
A antropóloga Maria Helena
proporcionou uma lição para não ser esquecida, provando que o trabalho
científico deve partir da ótica de nossa civilização e não ser alterado em
função das características específicas. Ou seja, o índio e outros são antes de
tudo brasileiros e devem ser entendidos como tal e não com uma visão zoológica,
do período da pedra polida.
O embaixador Côrtes
proferiu uma conferência digna de ser inserida definitivamente nos anais do
verdadeiro Itamaraty para todos os tempos, demonstrando com sua cultura,
inteligência, coragem e patriotismo, qual a função de um diplomata e a missão do
Itamaraty, que deve servir ao Estado e não a um governo eventual. Os
participantes do Seminário foram obrigados, naturalmente, a fazer uma comparação
inevitável entre a dimensão do conferencista, bem como de sua exposição e os
atos dos atuais dirigentes do ministério das Relações Exteriores. Foi de causar
pena a realidade brasileira. Tudo de errado que está sendo feito e aquilo que
deveria estar sendo concretizado e não é. São sucessivos crimes de lesa
pátria.
Foram abordados temas da
maior relevância. Impossível mencionar a todos neste curto espaço. Mas o
principal foi a explicação sobre a tragédia havida no lançamento do VLS em
Alcântara em 2003 onde, além da destruição do nosso vetor, pereceu a nata da
inteligência brasileira no campo científico da área, atrasando por décadas nosso
desenvolvimento e ceifando a vida de brasileiros honrados, competentes e
trabalhadores. O relato sensibilizou a todos, em especial considerando-se a
hipótese de ter havido sabotagem por parte de agentes
estrangeiros.
É preciso que algo seja
feito. Os bandidos não podem ganhar sempre.
Correio eletrônico:
mcoimbra@antares.com.br
Página: www.brasilsoberano.com.br (Artigo de 26.10.11 - MM)
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