por Valdemir Caldas
Valdemir Caldas - , 17/03/09 08:00
Longe, muito longe, vão os tempos de uma Porto Velho bucólica em que se podia dormir com as janelas abertas para aproveitar a aragem das madrugadas frias de uma cidade arborizada e cordial. A capital rondoniense continua traumatizada pelo assassinato de cinco pessoas, no bairro Ulisses Guimarães, Zona Leste da cidade. Não que a morte dessas cinco vítimas seja um acontecimento diferente e, por isso mesmo, merecedor das considerações do colunista. Diariamente, em todos os bairros e por qualquer motivo, muitas vezes de uma irrelevância que torna inexplicável a sua explosão, vítimas são imoladas no altar da violência, famílias são privadas das presenças dos seus chefes e crianças condenadas ao desespero de um futuro incerto por falta de seus pais. Os registros das crônicas policiais revelam que a violência atinge, indiscriminadamente, todas as camadas da população. É o apodrecimento de alguns segmentos sociais que, embrulhados pelos mais diferentes motivos, ou enlouquecidos pela absorção de drogas estupefacientes, investem contra o tecido social a que pertencem, como um câncer. Agora, o que deixa qualquer cidadão indignado, além da impunidade reinante, é a brutalidade desproporcional com que os facínoras investem contra suas vítimas, na maioria das vezes, pessoas indefesas. Vive-se, hoje, um regime de guerra civil, com marginais fortemente armados, assaltando a luz do dia. Ninguém tem mais a mínima segurança. Até pobres e remediados já estão sendo seqüestrados. O mal não pode continuar vencendo o bem, na luta que trava a sociedade pacífica e organizada, contra o bantidismo. Não é justo, porém, atribuir a responsabilidade pelo caos que impera na segurança pública estadual apenas ao governo estadual. O governo federal também tem sua parcela de contribuição, quando deixa o abacaxi nas mãos do Estado. É preciso investir mais na construção de presídios, na contratação e preparação de pessoal, pagar salários decentes aos policiais e melhorar as condições de trabalho desses profissionais, a fim de que eles possam se tornar protetores legítimos da população. A sociedade, por sua vez, precisa participar mais, sair às ruas e cobrar providências de seus representantes no Congresso Nacional, na Assembléia Legislativa e Câmaras de Vereadores, aqui e alhures, contra essa cavalgada de violência. Urge colocar um freio no império da violência e da impunidade. A criminalidade não é apenas um caso de polícia, como pensam muitos desavisados, mas, também, de competência, seriedade, responsabilidade e, principalmente, de falta de educação. Vivemos em estado de alerta máximo contra a violência, contra a impunidade e em defesa da solidariedade, da fraternidade e da democracia. do:http://www.rondonoticias.com.br
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