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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

12.22.2009

Guerras de quarta geração - GERS

 Por Carlos Alberto Pinto Silva

Atualmente verificamos em alguns países tendências políticas, econômicas e sociais que favorecem o surgimento de indivíduos, ou de grupos, tão poderosos que são capazes de produzir e de atrair para a sua esfera de influência a devoção a certas causas que são colocadas até mesmo acima da própria nação. A Ideologia Bolivariana, projeto claramente político expansionista e de intervenção em assuntos internos de outros países da América Latina, pode ser apontado como um exemplo.

A guerra deixou de ser simplesmente o embate entre nações por intermédio de seus exércitos. A sociedade, hoje, poderá ser atacada mediante o emprego, normalmente combinado, de idéias, da tecnologia, da força militar e do controle dos meios de comunicação.

Interessante artigo, de autoria de Nilder Costa, comenta uma entrevista publicada no jornal mexicano Excelsior com Mário Moya Palencia, ex-Secretário de Justiça e ex-Embaixador na Itália, na qual ele denuncia a associação do Exército Zapatista de Libertação Nacional1 com organizações não governamentais (ONGs) internacionais para desestabilizar o México:

“Moya declarou que os vínculos entre os zapatistas e as ONGs transnacionais ‘são mais que evidentes` e cita um trabalho do Grupo de Estudos Internacionais da RAND contendo uma lista de 33 ONGs ´especializadas` em direitos humanos, direitos indígenas, desenvolvimento de sistemas cibernéticos (comunicação), ecumênicas ou religiosas [...]”.

“Um aspecto de especial relevância foi a atuação das ONGs que deram (e dão) suporte logístico de comunicações, principalmente via internet, e que acabou transformando um obscuro e localizado movimento de cunho maoísta em atração internacional. De fato, recorde-se que foram trocados alguns tiros nos primeiros dez dias de confronto, após o que os zapatistas retraíram para seu santuário na selva Lacandona e, a partir daí, metamorfosearam-se nos primeiros guerrilheiros ´virtuais` de nossos tempos, graças, em grande parte, à atuação desse enxame de ONGs que encarregavam-se de divulgar mundialmente as ´mensagens` e as ordens de marcha do subcomandante ´Marcos`.”

“A rigor, pode-se afirmar que os zapatistas não teriam resistido mais que algumas semanas não fosse esse maciço suporte propagandístico e logístico proporcionado pelo aparato internacional de ONGs, o que levou alguns estudiosos a qualificar a insurgência como a primeira experiência bem sucedida de uma netwar. Nesta nova modalidade de guerra irregular, as ONGs utilizam-se de faxes, teleconferências (netmeetings), mensagens eletrônicas (e-mails), pagers e telefones celulares (que, em 1994, já eram operacionais em Chiapas) para coordenar campanhas, divulgar ordens e pronunciamentos etc”.

“A forma organizacional destes grupos não é mais hierárquica mas de rede (net), com coordenação de baixa intensidade, mas onde todos comunicam-se entre si e sem mostrar uma cabeça visível, o que dificulta sua contra-organização por órgãos governamentais que usualmente possuem estruturas hierarquizadas. O governo mexicano, por exemplo, precisou adaptar-se a esta nova modalidade de guerra irregular e criou um grupo interagências no Centro Nacional de Investigação e Segurança (CISEN), subordinado à Secretaria de Justiça, que passou a coordenar a estratégia geral de contrainsurgência.”2

Henrique Antoun acrescenta que “para Arquilla e Ronfeldt a luta pelo futuro que faz o cotidiano de nossas manchetes não está sendo travada por exércitos liderados por Estados ou sendo conduzida por imensas e milionárias armas feitas para os tanques, aviões ou esquadras. Elas se desenvolvem através de grupos que operam em unidades pequenas e dispersas, podendo se desdobrar repentinamente em qualquer lugar ou tempo como uma incontrolável infecção por afluência popular (swarming).

Eles sabem como enxamear e dispersar, penetrar e romper ou iludir e fugir. Os combatentes podem pertencer a redes de terroristas como a Al Qaeda, redes de traficantes como Cali, redes de militantes anarquistas como o Black Bloc, redes de luta política como o Zapatismo ou redes de ativistas da sociedade civil global como o Direct Action Network (DAN).”

“Para compreender este modo emergente de luta e conflito, surgido na sociedade contemporânea, a partir da revolução tecnológica que construiu a infra-estrutura do ciberespaço, Arquilla e Ronfeldt criaram [...] o conceito de guerra em rede (netwar), como o oposto correlato do conceito de ciberguerra (cyberwar) [...]. Enquanto a ciberguerra compreenderia a luta de alta intensidade conduzida através de alta tecnologia militar travada por dois Estados (como, por exemplo, a Guerra do Golfo), a Guerra em Rede tem dupla natureza, pois, por um lado, é composta por conflitos travados por terroristas, criminosos e etnonacionalistas extremistas e, por outro, por ativistas da sociedade civil - Guerra em Rede Social (GERS)”.

A GERS pode se apresentar sob a forma de conflito, não necessariamente de guerra, e é apoiada por ferramentas de Guerra Psicológica Mediática, como estratégia e sistema avançado de manipulação e controle social.

A Guerra Psicológica Mediática, em apoio à GERS, é realizada por grupos operacionais de guerra psicológica infiltrados na sociedade civil. Esses grupos se aproveitam do fato mediático, obtido por intermédio do emprego planejado da propaganda e da ação psicológica, para direcionar condutas. Em outras palavras, por meio do terrorismo ou da propaganda, buscam o controle social, político e militar do país, e de sua população, sem recorrer ao uso de armas.

As redes na GERS, desenvolvidas principalmente por ativistas políticos e ONGs, podem incluir instituições oficiais de governo. Normalmente, sua campanha não possui escritórios centrais ou burocracia e funciona pelas livres coordenação e comunicação entre seus diversos grupos na busca de objetivos comuns. Um exemplo: as ações de agentes bolivarianos no Equador, na Bolívia, na Nicarágua, na Argentina e no atual conflito em Honduras.

A GERS é um instrumento de alcance estratégico, de aparência amorfa, deliberadamente estruturado e coordenado para golpear, a partir de diversas direções, um ponto particular ou vários pontos de uma sociedade, por meio da presença sustentável de idéias - operações psicológicas mediáticas. Essa presença sustentável de idéias será metafórica, no caso da ação de ativistas ligados às ONGs.

Na conjuntura brasileira atual, não somente as questões ambientais e indígenas constituem alvos potenciais para uma possível GERS. Vale destacar que o desenvolvimento de uma "guerra civil de baixa intensidade", como anunciada publicamente pelos líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST), deve ser motivo de atenção do governo e da sociedade brasileira.

Também é preciso ressaltar o constante incremento no número de ONGs, nacionais e estrangeiras, que atuam em nosso território, normalmente abastecidas com recursos vindos do exterior ou do próprio governo brasileiro.

Analisando declarações do atual presidente venezuelano, e o apoio que prestou para o retorno do presidente hondurenho recentemente deposto, podemos entender como possível a existência de operadores de guerra psicológica mediática oriundos da Venezuela atuando em Honduras em favor do Chefe de Estado afastado.

No âmbito da diplomacia brasileira, convém procurar entender o apoio prestado pelo Brasil, que quebrou sua neutralidade ao emprestar sua embaixada para escritório político de um presidente afastado do poder...

A Venezuela se dedica a estudar a Guerra de Quarta Geração, principalmente na vertente GERS, por acreditar que ela constitui um instrumento empregado pelos Estados Unidos na manutenção de sua “postura imperialista” contra seu país e por ser a estratégia que escolheu para impor a nações latino-americanas o seu Projeto Bolivariano.
Se esse raciocínio estiver correto, o próximo alvo na América do Sul será o governo liberal do Peru.

Aos que duvidam disso, recomendamos a leitura da Declaração Final do XV Encontro do Foro de São Paulo, realizado de 20 a 23 de agosto de 2009, na Cidade do México...
http://www.jusbrasil.com.br/politica/3434045/foro-de-sao-paulo-divulga-declaracao-final-do-xv-encontro


Carlos Alberto Pinto Silva é General de Exército da reserva


MG > Levanta Brasil União e clamor uníssono




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