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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

12.13.2009

Não é só o povo que está na m...

por: Ruth de Aquino - diretora da sucursal da revista ÉPOCA no Rio de Janeiro

O presidente Lula é hoje um mestre do marketing e da oportunidade. Não foi sempre assim. O país – que lhe garante mais de 80% de popularidade – sentirá saudades de suas tiradas surpreendentes. Já imaginaram as manchetes com Dilma ou Serra?


Nesta semana, Lula “se revoltou” contra a corrupção. Só agora, no fim de dois mandatos, deseja transformar a corrupção em “crime hediondo”. No Nordeste, em comício, prometeu saneamento básico para “tirar o povo da ‘merda’”.

Em discurso em Brasília, desejou um Natal fornido de panetones. Todo mundo riu. Eu também. O palavrão não me chocou. Quem já esteve em favelas urbanas e nos rincões remotos do país sabe que é essa a realidade de quem vive sem esgoto e dorme com os filhos ao lado de valões abertos.

Um presidente poderia usar outra palavra, em respeito à liturgia do cargo, mas Lula se lixa para isso. Sem defender o uso público de palavras chulas, diria que a declaração do presidente não falseia a vida real.

É uma imagem crua, sem manipulação digital ou reticências, à maneira desabrida de Lula. O povo precisa mesmo de saneamento básico para viver com um mínimo de dignidade e saúde no século XXI.

Mas Brasília não pode ser esquecida. Seria uma injustiça. O Congresso e os partidos políticos, incluindo o PT, também precisam de saneamento básico. O ano de 2009 está fechando com chave de cadeia.

Os vídeos de José Roberto Arruda e sua corte exalam um odor semelhante ao dos lugares desassistidos pelo poder público. Os escândalos são insidiosos e malcheirosos: se não há mão forte contra a corrupção, se existe condescendência com mensaleiros... se assim é hoje, assim será no ano que vem e nos outros anos, não importa quem passe a ocupar o Palácio do Planalto.

Os bobos da corte seríamos nós se acreditássemos nesse baboseirol de “corrupção hedionda”. Rolam no Congresso há vários anos quatro projetos de lei da oposição para transformar a corrupção ativa e passiva em “crime hediondo”. Lula apenas os requentou com seu senso de oportunidade, para aplacar a indignação do eleitorado. É uma proposta inócua e demagógica, não importa de quem venha.

Crime hediondo não é o crime com requintes de crueldade. Mas o mais revoltante, o que provoca maior aversão na comunidade, o mais reprovado pelo Estado.

Em estado puro de dicionário, “hediondo” significa ato repugnante, imundo e sórdido. De que adianta a corrupção ser considerada crime hediondo se os políticos culpados continuarem soltos, gozando de seus privilégios?

Um exemplo de como a nomenclatura não funciona é o caso do jornalista Pimenta Neves, ex-diretor de jornal, condenado a 18 anos por homicídio duplamente qualificado, crime hediondo. Ele matou em agosto de 2000 a ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide com um tiro pelas costas e outro no ouvido esquerdo. E, apesar de réu confesso, ficou apenas sete meses na prisão.

Se Pimenta Neves tem direito a viver em liberdade, o que aconteceria com políticos, prefeitos e governadores corruptos? Nada, nada... e nada.

Se o objetivo é combater a sensação de impunidade no Brasil, urge mudar os critérios de nossa Justiça. Direito à progressão de regime e direito a recorrer em liberdade até se esgotarem todas as instâncias – para condenados por crimes hediondos? O Supremo Tribunal Federal precisa revisar essa tolerância extrema e nociva.

“A punição tem de ser para o corrupto e para o corruptor. Ainda vai sair muita manchete com casos de corrupção. Prefiro que saia muita manchete do que não sair nada, e a gente estar sendo roubado e não sabe”, disse Lula.

Concordo com o rigor do presidente. Pena que o Supremo prefira, às vezes, que não saia nada. Em votação na quinta-feira, o STF manteve a censura prévia a O Estado de S. Paulo.

Desde julho, o jornal está proibido de publicar reportagens sobre as empresas de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. Os juízes decidiram que o caso será julgado na terra natal dos Sarneys, o Maranhão – exatamente onde Lula prometeu “tirar o povo da ‘merda’”.

Precisamos muito de saneamento básico, presidente.


MG
> Levanta Brasil União e clamor uníssono contra os desavergonhados vendilhões da Patria!




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