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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

8.02.2009

A melancólica transformação da UNE


 
Murilo Augusto de Medeiros
Estudante

CORREIO BRAZILIENSE
01/08/2009

 
É profundamente melancólica a transformação da União Nacional dos Estudantes (UNE) numa entidade destituída de todo o senso crítico para aliar-se incondicionalmente ao governo, mediante escancarado fisiologismo e polpudas verbas públicas. Desde sua criação na década de 1930, a UNE tem participado de forma ativa do debate político no país. Basta lembrar o barulho ensurdecedor que os estudantes da UNE faziam no passado contra o governo, quando o PT ainda era oposição. O caso dos caras pintadas pedindo o impeachment do presidente Collor representa excelente exemplo. Mas, agora que o PT é governo, a UNE passou a omitir todos os escândalos que abalam as estruturas políticas da atual administração.

A UNE, pelo visto, não condena a corrupção do governo quando consegue lucrar com as próprias atitudes passivas. Como os jornais mostraram, a UNE recebeu quase R$ 1 milhão de órgãos públicos federais para realizar seu 51º Congresso, sendo R$ 100 mil da própria Petrobras. Diante dessa fartura de recursos, é de duvidar os verdadeiros interesses dessa organização estudantil, pois mostra não seguir princípios e valores imparciais diante dos debates sobre o desenvolvimento do Brasil e da juventude.

A independência da UNE parece ter acabado desde a primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. A entidade está impregnada de ideologias que remontam aos tempos do muro de Berlim. Atualmente, o movimento estudantil mais parece braço dos partidos de esquerda mundiais, pois é de estranhar que a UNE tenha abandonado o espírito crítico que sempre marcou suas atividades para tornar-se instrumento de apoio aos interesses do governo petista.

Infelizmente, com a chegada ao poder do PT, a UNE deixa de lado suas duras críticas ao governo e adota um constrangedor silêncio em relação aos escândalos de corrupção. Nenhuma palavra contra os infindáveis escândalos políticos. Nenhuma palavra contra a nova e estranha amizade entre Collor e Lula. Onde estão aqueles jovens com caras pintadas? Trocaram as tintas por óleo de peroba estragado? Nada da UNE sobre os escândalos envolvendo a Petrobras, uma das principais patrocinadoras dos possíveis escândalos do governo. Ao contrário: defender a CPI para investigar a corrupção na estatal passou a ser coisa de “capitalistas selvagens”.

A verdade é que muitos jovens percebem desde cedo que há no Brasil um futuro promissor para estudantes que trocam o estudo pelos discursos sensacionalistas. Em vez de se dedicarem arduamente aos estudos e depois competirem no mercado por um emprego produtivo, esses jovens pensam que pegar microfones durante as aulas e condenar as injustiças do sistema capitalista e dos grandes empresários, gritando bravatas e oferecendo soluções utópicas, costuma trazer recompensas melhores e mais rápidas. Mas é preciso reconhecer que os tempos mudaram. As relações econômicas se transformaram. Não somos mais aquela juventude com um ideal na cabeça, uma barbicha no queixo e um fuzil na mão. Não pretendemos lutar por triunfantes revoluções; desejamos estabilidade no emprego e o fortalecimento das instituições democráticas.

Portanto, A UNE dá péssimo exemplo para toda a juventude brasileira que deseja a construção de um Brasil mais independente das forças do Estado. Pergunto: por que batalhar duro para criar riqueza, quando basta colocar uma camisa vermelha e gritar chavões socialistas para adquirir recursos procedentes do governo? É análogo ao que se passa no campo com o MST. Em vez de trabalhar pesado sob o sol nas plantações, os camponeses aprendem rápido que basta pegar uma foice, colocar um boné vermelho e invadir propriedades alheias para que o governo libere verbas milionárias para o movimento.

A lamentável verdade é que a UNE tem contribuído para essa situação por meio de doutrinação ideológica dos estudantes. Precisamos de autonomia para pensar e criar, pois a democracia que temos e a democracia que queremos dependem sobretudo de nós e da nossa participação com novas idéias para o crescimento produtivo do Brasil e dos brasileiros. Seria o caso de questionar: quais estudantes a União Nacional dos Estudantes (UNE) realmente representa?

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