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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

8.17.2009

O voto é do eleitor

O Globo
O apagão de Dilma
Ricardo Noblat

"O voto não é do Serra, nem da Dilma, nem do Lula, nem de ninguém. Ele é do eleitor." (Marina Silva, senadora do PT-AC)

Em que estado se encontravam as lamparinas do juízo da ministra Dilma Rousseff quando ela negou o encontro que teve no final do ano passado, no Palácio do Planalto, com a então secretária da Receita Federal, Lina Vieira? Não teria sido mais fácil confirmar o encontro e negar o que Lina disse ter ouvido dela? Ou afirmar que fora mal entendida?

Lina contou à "Folha de S.Paulo" que fora chamada para uma reunião com Dilma.

O portador do convite — ou da convocação, se preferirem — não foi ninguém menos que Erenice Guerra, secretáriaexecutiva da Casa Civil. Inusitado que tenha sido Erenice. Ela é importante demais para sair dos seus domínios e se ocupar com tarefa tão prosaica.

Mas por inusitado, parece crível. Erenice não discute ordens de Dilma. Está ali para fazer o que ela manda.

O resto da equipe da Casa Civil, também. Alguns assessores veneram a ministra.

A maioria teme seus ataques de cólera. O chefe do Gabinete de Segurança da Presidência, general Jorge Armando Felix, já foi alvo de um deles.

Lina revelou ter ouvido de Dilma a recomendação para que apressasse as investigações em torno dos negócios suspeitos do empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP).

A Polícia Federal chegou a pedir a prisão dele, recusada por um juiz do Maranhão. Lina foi embora do gabinete de Dilma e não falou mais com ela sobre o assunto.

A assessoria da ministra negou tudo — o encontro e a conversa sobre Fernando Sarney. No dia seguinte, foi a própria ministra que negou.

E voltou a negar mais duas vezes. Fala Lina: "Ela me perguntou se eu podia agilizar a fiscalização do filho do Sarney. Fui embora e não dei retorno. Acho que eles não queriam problema com o Sarney."

Fala Dilma: "Eu não fiz esse pedido. Olha, eu encontrei com a secretária da Receita várias vezes, com outras pessoas junto, em grandes reuniões. Essa reunião privada a que ela se refere, eu não tive com ela." Fala de novo Lina: "Ela sabe que eu estive lá e sabe que falou comigo. Não custava nada ela ter dito a verdade."

Vai na bola, Dilma: "Há coisas que a gente não afirma; a gente prova. Não vou fazer avaliação subjetiva quanto a interesses de ninguém". Devolve a bola, Lina: "Qual a dificuldade (de a ministra admitir o encontro)? Na minha biografia não existe mentira".

Por sua vez, Erenice negou ter sido portadora de convite para que Lina se reunisse com Dilma.

Erenice falou por meio de nota oficial: "A secretáriaexecutiva da Casa Civil da Presidência da República afirma que jamais esteve no gabinete de trabalho da exsecretaria da Receita Federal Lina Vieira". Rebateu de viva voz Iraneth Dias, ex-chefe de gabinete de Lina: "Eu confirmo que ela esteve aqui e que a secretária (Lina) falou que iria ao palácio".

Quem fala a verdade? É o que quer saber a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que convidou Lina para depor amanhã. Lina pediu passagem e hospedagem para voltar a Brasília.

Está de repouso numa praia. Alguns senadores querem ouvir também Dilma e, se possível, acareá-la com Lina. Nem pensar, retruca o governo.

Seria muito fácil para o governo provar que a verdade está do lado de Dilma e Erenice.

Ninguém entra no Palácio sem ser identificado.

Nenhum carro estaciona ali sem ter a placa anotada.

Ninguém circula pelos corredores a salvo de câmeras de televisão. Depois de consultar seus arquivos, por que o governo não disse simplesmente que Lina mentiu?

De duas, uma: não disse porque Lina falou a verdade. Ou porque o apagão nas lamparinas do juízo de Dilma o deixou sem saída. Recolheu-se ao silêncio obsequioso. De resto, Dilma já mentiu em outras ocasiões. Disse, por exemplo, que era mestre e doutoranda pela Universidade de Campinas — falso. Disse que não participou da luta armada contra a ditadura de 64 — falso. Disse que o governo não fez dossiê sobre despesas sigilosas do governo Fernando Henrique — nada mais falso.
I M P U N I D A D E

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