>> vergonha nacional >> Impunidade >> impunidadE I >> impunidadE II >> VOTO CONSCIENTE >>> lEIA, PARTICIPE E DIVULGUE

Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

11.05.2008

DROGAS - ilusões e verdades

A matéria veiculada na Revista O GLOBO, intitulada “Perfil do Consumidor”, trouxe informações estarrecedoras, mas se referiu a um universo diminuto e seleto. Foram entrevistadas 857 pessoas, numa faixa etária de 15 a 40 anos (71% do sexo masculino), que trabalham ou estudam (38,7% com curso superior incompleto; 20,3% com curso superior completo), cuja renda familiar (73% dos entrevistados) situa-se acima de dez salários mínimos (SM). 67% experimentaram algum tipo de droga entre os 13 e os 17 anos de idade (96,3% principiaram pela maconha) – não foi citado o grau de escolaridade dessa faixa. 44% consomem drogas com o conhecimento dos pais; e, em alguns casos, até com a participação dos próprios pais (8%). Desastradamente, um psicólogo até considerou “elogiável” o fato de que 43% dos entrevistados consomem drogas com o conhecimento dos pais.

Esses dados estão longe de nossa realidade ao tempo que não abordam a violência existente nesse meio ilícito. Bem sabemos que o comércio e uso de drogas ceifa a vida de jovens preferentemente na faixa etária de 15 a 24 anos, portanto muito aquém da faixa etária abordada na citada matéria. E há que se destacar que tal violência liga-se invariavelmente ao comércio e consumo de drogas, em especial no que tange ao recrutamento de jovens para o tráfico, às disputas territoriais, os embates com as forças policiais e, em menor parcela, às dívidas para com os traficantes.

Consultando o livro “Meninos Bandidos Atacam – E nem sabemos o que fazer com eles”, do jornalista e escritor Percival de Souza, este autor transmite-nos que “de todos os adolescentes internados no Brasil inteiro por causa dos atos infracionais praticados, 85,6% eram usuários de algum tipo de droga antes da internação. As mais citadas: maconha (67,1%), álcool (32,4%), cocaína-crack (31,3%) e os inalantes (22,6%)”; e que “nas maiores cidades do país, 60% dos prisioneiros, a maioria na faixa de dezoito a 23 anos de idade, vieram de algum estabelecimento para menores”.

Assim, a pesquisa, apesar de louvável pelo esforço e seriedade empreendidos, abordou apenas pessoas de nível sócio-cultural e econômico diferenciado, contrapondo-se ao vastíssimo universo de pobres e de desempregados, que se amontoam pelas, hoje, mais de mil favelas existentes em nossa cidade, cuja realidade é marcada pelo abandono do poder público, pela falta de ações sociais, pela falta de assistência médica etc. Não podemos olvidar, jamais, das classes menos favorecidas. E, neste desiderato, há que se identificar aquilo que Ralf Gustav Dahrendorf, sociólogo e filósofo alemão, chamou de “áreas isentas da aplicação das leis”; ou seja, áreas nas quais a vigilância policial está ausente e onde vigora a lei do mais forte, mediante o emprego de meios violentos. Claro está que em tais áreas, hoje, com bem mais de um milhão de habitantes, impera o domínio do tráfico, que se relaciona com a comunidade, pois dela necessita o apoio mútuo, calcado numa reciprocidade forçada. Desta forma, por meio da coerção, traficantes mantêm uma “ordem social”, com proteção ao “desenvolvimento da economia local” e “investimentos” em atividades de lazer. Por outro lado, através de um sistema de violência punitiva, o tráfico impõe um “código de silêncio”, garantindo-se-lhes o anonimato que os protege das polícias, impondo também “códigos de comportamento social”, consolidando, por fim, suas bases para a venda local de drogas. Destarte, em termos de “visão econômica”, pessoas da comunidade são empregadas pelas facções criminosas, beneficiando então moradores, criando forte relação com famílias que dependem dos “salários” dos empregados do tráfico, além de que os trabalhadores e vendedores locais beneficiam-se, aumentando suas vendas quase que exclusivamente para os empregados das facções.

Há, ainda, a questão da descriminação de drogas. E, diante disto, a Holanda é sempre citada como exemplo. Todavia, omite-se que a HOLANDA já está retificando esta política, entre outras razões, pelo aumento da criminalidade. O que se fez foi limitar o uso de drogas leves a bares e cafés especiais. Apesar da proibição da venda a menores, o uso da cannabis entre os colegiais de 14 e 15 anos cresceu vertiginosamente entre 1984 e 1996. Antes da implementação desta política, quase não se viam na HOLANDA criminosos ligados ao tráfico internacional de drogas. Hoje, a HOLANDA passou a ser um gigante na produção e distribuição de drogas ilícitas. Apesar de proibida a venda de heroína, esta era facilmente encontrada nos mesmo locais. A Suíça também está voltando atrás na política de liberar espaços nos quais viciados se encontram para injetar heroína fornecida pelo próprio governo. Atualmente, a Holanda encontra-se em primeiríssimo lugar, dentre as nações mais desenvolvidas, quando se considera o número de homicídios. “O altíssimo nível da brutalidade mais extrema a que chegou a Holanda, após a liberalização das drogas, pode ser avaliado pelo fato de o país estar superando hoje até mesmo a taxa de homicídios das nações consideradas mais violentas” – apud IB Teixeira, 2002. Também não é citado que o número de crimes quase dobrou, o de assassinatos triplicou e o de suicídios quadruplicou, a despeito da lei holandesa estipular restrições, liberando apenas a maconha.

Em 2001, segundo a Drugs Enforcement Administration (DEA), 80% da produção mundial de ecstasy provinha dos laboratórios clandestinos da Holanda e, em segundo lugar, do norte da Bélgica.

Ficaram fora da pesquisa, da Revista O GLOBO, drogas como o crack e os inalantes voláteis.

Com base em certas estatísticas, corremos o risco da formação de opiniões fora da realidade de nosso pais, além do perigoso clamor pela descriminação da maconha.

 

Dr. Leví Inimá de Miranda – Coronel Médico Reformado

Perito Legista aposentado da Polícia Civil do Rio de Janeiro

Nenhum comentário: