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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

9.14.2008

Barreiras ao desenvolvimento

O que dizer de um país cuja economia há dois anos cresce acima de 5%, mas ocupa no mundo uma posição medíocre entre os países que oferecem melhores condições para abrir negócios e instalar empresas? Um país que há 18 meses expande continuamente seus investimentos, mas não incentiva a economia do conhecimento; que tem um péssimo desempenho em criação e inovação tecnológica e cuja taxa de investimento patina em 18,7% do Produto Interno Bruto (PIB), muito abaixo de China, Índia e Rússia?

A economia brasileira tem um potencial de dimensões imprecisas, mas, com toda certeza, de um vigor muito mais enérgico do que a taxa de expansão de 6% do PIB apurada no primeiro semestre deste ano. Por isso nossa economia está sempre produzindo surpresas - boas e más, mas surpresas -, como o resultado do PIB calculado pelo IBGE, que superou as previsões mais otimistas, ou os gastos inúteis, sigilosos e misteriosos com cartões corporativos e as maletas de escuta telefônica que alimentam a bisbilhotice da arapongagem governamental.

E por que acontecem esses contrastes? O que falta fazer para nosso país explorar na plenitude seu potencial, sua força e fomentar desenvolvimento?

O governo Lula produziu alguns acertos: 1) Manteve a política econômica de FHC e com isso controlou a inflação, promoveu crescimento econômico e emprego e elevou a massa salarial; 2) ampliou programas de transferência de renda que reduziram a pobreza e a exclusão social; e 3) ao diversificar oportunidades de crédito, expandiu o consumo.

Os erros do governo Lula se situam nos campos político das instituições e econômico da não realização do potencial de desenvolvimento. Seja por oportunismo político, cegueira ideológica, inexperiência, incapacidade, teimosia ou por uma incontrolável vocação populista, fato é que o período Lula foi marcado por desnecessários atrasos no desenvolvimento do País e progresso nulo ou até retrocessos em conquistas institucionais que constroem a democracia.

Pesquisas do Banco Mundial divulgadas na última semana registram: 1) Atrás de Zâmbia, Bangladesh, Etiópia, Paraguai e Nigéria, o Brasil ocupa a 125ª posição entre os países onde o ambiente de negócios é favorável e ajuda o desenvolvimento; e 2) produzir conhecimento e inovação tecnológica aqui é tão precário que detemos só 0,18% das patentes internacionais.

As deficiências relativas à abertura de negócios são os velhos e conhecidos entraves ao desenvolvimento e aos investimentos em infra-estrutura: 1) Burocracia em excesso na linha de criar dificuldades para vender facilidades; 2) Lula não tocou nem pretende tocar as reformas (política, trabalhista, tributária e previdenciária); 3) há incertezas e deficiências de regulação em todos os serviços públicos; 4) enfraquecidas e politizadas, as agências reguladoras foram transformadas em meros departamentos de ministérios; e 5) o governo vive interferindo politicamente em projetos privados de investimento (a Usina de Jirau é o mais recente).

No campo ideológico, o governo Lula parece querer se afirmar, mas fica tonto e cambaleia em várias direções. Na campanha eleitoral demonizou as privatizações menos por convicção e mais por oportunismo político. Agora quer privatizar os aeroportos Tom Jobim e de Viracopos, não porque a Infraero superfaturou obras pelo País inteiro, mas porque o Estado não tem dinheiro para equipar os dois aeroportos até a Copa do Mundo. Lula sabe que a privatização é inescapável no Estado moderno, mas não a reconhece para usar como bandeira política contra adversários na campanha eleitoral. Com isso o País perde e não constrói seu potencial de desenvolvimento.

Mas é no campo político-institucional que acontece o estrago maior. O governo Lula fala de liberdade e democracia, em instituições fortes e livres, mas age em sentido contrário, na mão inversa. Daí o retrocesso e não o progresso do que foi conquistado. A ânsia por popularidade fácil, de extrair dividendos políticos em tudo, tem levado Lula a fraquejar em decisões que exigem do estadista firmeza, serenidade e coragem. A corrupção foi banalizada e os corruptos petistas ou de partidos aliados a ele ganham carinho, compreensão, absolvição e perdão, em vez de advertência e incentivo à punição.

O ruim dessa ausência de limites é que ela se espraia pela máquina pública, influencia e incentiva políticos e funcionários a usar o Estado para atender a interesses pessoais ou corporativos e não aos da população. O descontrole das ações da Abin é o mais recente exemplo disso.

*Suely Caldas, jornalista, é professora de Comunicação da PUC-RJ (sucaldas@terra.com.br)

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