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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

9.24.2008

Falência da Retomada


Ipojuca Pontes
 
Depois de quinze anos de atividade ininterrupta, contando com o derrame de bilhões de reais dos cofres públicos e o apoio permanente, incondicional e irrestrito da mídia engajada, o chamado "cinema da retomada" se declara falido. Quinze anos - como diria o Conselheiro Acácio - não são quinze meses nem quinze dias - é tempo pra burro. No longo período, foram lançados centenas de filmes e o governo federal e os estaduais e municipais investiram dinheiro grosso na produção, distribuição, exibição e propaganda (enganosa) de filmes, e o resultado é que, neste ano de 2008 cujo fim se aproxima, o "cinema da retomada" atingiu patéticos 6,9% da atenção do público que vai às salas de exibição no Brasil.
O negócio chegou a tal ponto que nem os camelôs das ruas, vendedores de filmes piratas, querem comercializar o produto caboclo: para o mercado marginal, que se rege pela lei da oferta e da procura, ele não vale o investimento - salvo raríssima exceção. No entanto, com o dinheiro farto (e fácil) do lesado contribuinte, nunca se produziu tanto. Segundo dados fornecidos pela empresa FilmeB, voltada para a análise do mercado cinematográfico, estão sendo preparados hoje 300 filmes no país (O Globo - A crise dos 9,6%, 28/08/2008), enquanto cevam em processo de captação de recursos (provenientes da isenção fiscal concedida pelos governos) mais 300 projetos - afora os quase 200 filmes que estão sendo rodados, em fase de montagem, nas prateleiras ou mesmo aguardando lançamento.
É uma orgia de gastos irracionais e sem precedentes: os cineastas de "prestígio" gastam em média 3, 4 ou até 5 milhões de dólares na produção de um filme que, em geral, não chega a pagar as despesas envolvendo a confecção de cópias, cartazes e divulgação na mídia. Dos 17 filmes lançados no mercado até o final de abril, apenas três ultrapassaram a faixa dos 100 mil ingressos vendidos - o que significa dizer que todos eles jamais irão sair do "vermelho" na contabilidade do desperdício criminoso.
Ao justificar a completa incompetência para levar o público ao cinema, a casta corporativa do setor levanta todo santo dia os bodes expiatórios de sempre, a saber: 1) Presença maciça do filme americano no mercado; 2) número deficiente de salas de exibição, em torno de 2300; 3) insensibilidade do público da classe média, que dá às costas ao produto nacional, preferindo ver o filme estrangeiro em aparelhos de "home-theater"; 4) o preço do ingresso, considerado caro para o público de baixo poder aquisitivo, tido ilusoriamente como espectador virtual do filme caboclo; 5) escassez do filme nacional nos canais de TV aberta e a cabo.    
Para enfrentar as "muitas ausências", os venturosos caciques da corporação (entre eles Cacá Diegues, o Sinhozinho do cinema nacional) consideram que se faz obrigatório, desde logo, a seguinte e oficial agenda: 1) Decretação de novas leis protecionistas; 2) instalação de mais salas de exibição; 3) criação de novos fundos para financiamento de mais "filmes para todas as telas e todos os públicos"; 4) financiamento do espectador, a partir da implantação do "tíquete-cinema" para ampliar o "consumo" do filme brasileiro; 5) criação de taxas e tributos adicionais objetivando o controle dos meios de comunicação e a imposição do filme nacional na TV aberta e paga.    
O modelo incorporado à manutenção artificial do cinema brasileiro transformou-se num escândalo público, tanto político quanto econômico e social. Num país decente, ele já estaria liquidado para todo o sempre. Mas, no Brasil, o fracasso do sistema viciado só faz fortalecer os seus beneficiários. No momento, para auferir mais recursos públicos, na ordem de bilhões, os seus mentores pautam a mídia ideologizada que, por sua vez, em uníssono, levanta a bola para o saque (no duplo sentido da palavra) da casta corporativa.
Um burocrata da Ancine, Sérgio Sá Leitão, diante da sangria, fala da necessidade de se desenvolver um cinema voltado para o mercado e de se "valorizar a meritocracia". Uma coisa impossível de acontecer, mesmo com a imposição de todas as leis protecionistas do mundo, pois o conflito entre a platéia e o cinema nacional é abismal e de natureza ideológica: o público brasileiro é conservador, acredita em Deus, no casamento, na família, no trabalho, condena o aborto, o consumo da droga, a violência do MST e, de modo geral, todo o receituário "politicamente correto".
Já o cineasta tupiniquim, cultivando uma idiossincrasia ideológica, o "cinema de autor", é em geral um sujeito de esquerda que renega Deus, convive com a droga, tolera a promiscuidade sexual, zomba do casamento, vota pelo aborto e aplaude, dentro ou fora da tela, o que acredita ser a violência revolucionária. Violência revolucionária, de resto, que liquida com mão de ferro qualquer hipótese de justiça social uma vez estabelecido o regime comunista que o nosso cineasta "progressista" almeja.
Qualquer análise de natureza psicossocial evidenciaria tal fenômeno, embora ele não corra o menor perigo de ser considerado pelos integrantes da corporação parasitária. O fenômeno, no entanto, pode ser constatado na prática. Na atual conjuntura de fracassos, o lançamento do extemporâneo "Bezerra de Menezes: Diário de um Espírito", de temática religiosa, feito por encomenda da Associação Estação da Luz, se tornou a única boa notícia da temporada. Com poucas cópias, o filme, dirigido por estreantes e detratado pela crítica engajada, em menos de duas semanas foi visto por mais de 150 mil espectadores - tendo em perspectiva um público de, pelo menos, 500 mil espectadores.   
O filme, que navega contra a corrente do cinema "politicamente correto", não quer fazer a cabeça de ninguém, muito menos do público. Trata simplesmente da recolocação nas nossas telas de valores familiares e das relações espirituais entre a morte e o universo materialista - vale dizer, a correta cinebiografia do médico cearense que propagou a doutrina espírita no Brasil.           
Mas quem disse que o fenômeno será levado em consideração? 



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