9.13.2008
Militares bolivianos rebatem Chávez; países vivem crise com EUA
Os militares bolivianos afirmaram nesta sexta-feira que rejeitamqualquer intervenção militar internacional no país, que passa poruma grave crise política. O grupo faz referência à oferta deintervenção feita pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, em casode ameaça contra o presidente boliviano, Evo Morales.Ontem (11), em mensagem transmitida pela TV estatal da Venezuela,Chávez afirmou que, "se derrubarem ou matarem Evo", "os golpistas daBolívia sabem que me dariam luz verde para apoiar qualquer movimentoarmado" naquela país. Os "golpistas" aos quais Chávez se refere sãogrupos anti-Morales que realizam protestos freqüentes e violentos emcinco dos nove departamentos (Estados) do país, nos últimos dias."Ao presidente da Venezuela, o senhor Hugo Chávez, e à comunidadeinternacional, dizemos que as Forças Armadas rejeitam enfaticamenteintervenções internacionais de qualquer tipo, não importa de ondevenham", disse comandante-em-chefe Luis Trigo, também na TV. "Nãopermitiremos que nenhum soldado ou força armada estrangeiros ponhampé em nosso solo."O comunicado dos militares contra Chávez cria uma rusga entre osdois países, que estão atualmente envolvidos em uma crisediplomática com os Estados Unidos.Essa crise diplomática começou na quarta-feira (10), quando Moralesacusou os EUA de apoiar seus opositores, que têm aspiraçõesseparatistas. Ele, conseqüentemente, expulsou do país o embaixadoramericano em La Paz, Philip Goldberg. No dia seguinte, Washingtonfez o mesmo com o embaixador boliviano Gustavo Guzman.Ontem (11), Chávez se envolveu no embate entre Morales e os EUA aotambém expulsar de Caracas o embaixador americano Patrick Duddy --que, na realidade, já estava nos EUA havia alguns dias, de acordocom a agência de notícias Efe. Nesta sexta-feira, em nova reação, osEUA expulsaram o embaixador venezuelano, Bernardo Alvarez Herrera."Lamentamos as ações tanto do presidente Hugo Chávez quando dopresidente Evo Morales de expulsar nossos embaixadores na Venezuelae na Bolívia, respectivamente. Isso reflete a fraqueza e o desesperoque desses líderes ao enfrentar problemas internos", disse porta-vozdo Departamento de Estado americano, Sean McCormack.O porta-voz ressaltou acreditar que as acusações feitas contra osembaixadores sejam falsas. "E os líderes daqueles países sabemdisso."Nesta sexta, os EUA anunciaram ainda sanções a três venezuelanos doalto escalação do governo daquele país --Hugo Armando CarvajalBarrios, Henry de Jesus Rangel Silva, e o ex-ministro venezuelano,Ramon Emilio Rodriguez Chacin. Os três são suspeitos de ligação como tráfico de drogas. De acordo com o Departamento de Estado, assanções não estão ligadas à crise diplomática.BolíviaOs departamentos nos quais a atuação dos anti-Morales tem sido maisforte são aqueles que têm governadores de oposição --Santa Cruz,Pando, Beni, Tarija e Chuquisaca.Desde o começo da semana, os enfrentamentos entre os opositores, asforças de segurança e os grupos pró-Morales --como os camponeses--tem sido freqüentes e violentos. Ontem, no departamento de Pando, umconfronto deixou oito camponeses mortos. Antes, explosões já tinhamprejudicado o envio de gás natural do país para o Brasil.Os anti-Morales reivindicam que o governo devolva aos seusdepartamentos a renda oriunda do petróleo que, desde janeiropassado, é destinada a um programa nacional de assistência aosidosos. Eles rejeitam o projeto da nova Constituição e pedem autonomia.
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