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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

9.25.2008

CRIME E SILÊNCIO


por Reinaldo Azevedo
Li a notícia na madrugada passada e, confesso, mesmo esperando o pior dessa estranha gente que está no poder, fiquei um tanto chocado.Expedito Veloso, aquele funcionário do Banco do Brasil que integrava o comitê da reeleição de Lula e se meteu na tramóia do dossiê fajuto, foi promovido no banco. Segundo informa o Estadão, "Veloso administrará 42 planos de previdência complementar de empresas ouentidades privadas, com ativos totais de R$ 1,37 bilhão" O inquérito dos aloprados está parado. Não deu em nada. O homem deixou o tal comitê, ficou seis meses afastado do banco, voltou, foi promovido.Uma auditoria interna concluiu que ele não prejudicou o banco. Entendo.

Pensei na madrugada de ontem: "Escrevo a respeito?" Por qualquer tola razão, achei que alguém pudesse fazê-lo. Afinal, eu sou aquele cara de O País dos Petralhas, não é? Vocês sabem: essa crítica sistemática, radical, com algumas raízes ideológicas, turva o ambiente. Deixei, por 24 horas, a indignação para os neutros, para os isentos, para os que não fazem uma crítica passadista como a minha. Disse cá para os nove buracos da minha cabeça: "Sosseguem. É tão escandaloso que um sujeito metido naquela safadeza seja promovido, que algum outro comprometido com uma crítica ao petismo mais justa e iluminada do que a minha há de evocar as forças da ética ao menos, já que as da lei, até agora, falharam miseravelmente". Mas nada!

Nem uma linha! E olhem que Expedito Veloso não é um homem, mas um método. Este senhor é funcionário de uma estatal, é um militante partidário deslocado para o núcleo de inteligência de uma campanha política, é o homem que se meteu com criminosos para tentar criar um fato que fraudasse a vontade das urnas em São Paulo. Ele e o bando foram pegos em flagrante. Pela via policial, não se chegou a lugar nenhum. Pela via administrativa, ele encontra agora o reconhecimento por serviços prestados.

"Isso sempre houve no Brasil". Mentira! Não houve, não. A promoção de Veloso é uma forma de exercício de poder. A exemplo dele, centenas, talvez milhares, de pessoas estão hoje em postos do estado de posse de informações sigilosas ou estratégicas que dizem respeito à vida de todos os brasileiros.

Acham a minha crítica radical, agressiva, dura, com os olhos voltados para o passado? Então por que não escrevem ao menos a crítica sensata, amena que seja, com os olhos voltados para o futuro? Sim, eu digo aqui, em O País dos Petralhas e em qualquer lugar: essa forma de o PT exercer o poder frauda a essência da democracia, embora mimetize, na aparência, os seus pressupostos. Nunca tratei o petismo como um
partideco stalinista vulgar; nunca considerei que petistas estão dispostos a dar um golpe (talvez disposição até haja, mas sabem que não podem); nunca lhes atribuí a intenção de extinguir as formalidades (sic) democráticas.

Mas serão essas as únicas formas de tornar a democracia irrelevante, de solapá-la? O "x" da questão é este: o melhor, mais eficaz e mais sofisticado modo de fazê-lo é justamente exacerbando o caráter externo, superficial e popularesco da consulta democrática. E a essência está de tal sorte corrompida, que a questão é pouco mais do
que uma nota de jornal, lida sob o silêncio cúmplice de muitos que se querem donos de uma crítica, então, mais moderada e justa do que a minha.

Sim, O País dos Petralhas está vendendo bastante, muito mesmo, nesta primeira semana. Vai se sustentar? Não sei. Quantos há dispostos à batalha? Qual batalha? A do estado de direito, humilhado, submetido ao vexame por um governo que parece acreditar que a popularidade substitui a necessidade de seguir as leis e o decoro. Petralhotários furiosos, como já noticiei, aparelham até site de livraria para alertar outros leitores: "Cuidado com esse cara!" — no caso, eu. Outros ainda escarnecem: "O Reinaldo publicou um livro justo agora com críticas aos petistas, mas o Lula está no auge da popularidade". Pois é, se não fosse numa hora como esta, seria quando? Eu quero é agora. Gosto da idéia de que o livro sirva como uma senha de identificação, a exemplo dos primeiros cristãos, que desenhavam peixes na areia .

Não! Não vou condescender com o crime, com a impunidade e com o cinismo. O país dos petralhas tem de ser exorcizado.
do: Blog Reinaldo Azevedo




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