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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

4.28.2008

Capitalismo à brasileira: um mega-negócio ilegal


Em "O Espírito das Leis", Montesquieu (1689-1755) anotou: "Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há por toda parte." O autor ficaria corado se lhe fosse dado, num retorno momentâneo ao mundo dos vivos, desembarcar no Brasil de hoje.

Aqui, boas ou ruins, as leis nem sempre são executadas. A telefônica Telemar/Oi acaba de anunciar a aquisição da ex-concorrente Brasil Telecom. Negócio de R$ 5,8 bilhões. Que ainda pode alçar à casa dos R$ 12,3 bilhões.

Há um quê de anarquia na mega-aquisição: ela foi feita à margem da lei. Assinaram-se os contratos ao arrepio da chamada Lei de Outorgas. Uma peça que proíbe operadoras de telefonia fixa de comprarem congêneres que operam em outras praças. Por que? Para tonificar a concorrência. Ou, por outra, para proteger o consumidor.

Curiosamente, anuncia-se aos quatro ventos que Lula baixará um decreto alterando as regras. Ou seja, a ilegalidade está na bica de ser legalizada. A segurança é tamanha que o velho e bom BNDES animou-se a borrifar nas arcas da empresa compradora R$ 2,569 bilhões em verbas da Viúva.

Trançada assim, nas coxas do capitalismo à brasileira, a transação evoca os tempos da privatização do Sistema Telebrás –outro negócio que misturou interesses privados e públicos "no limite da irresponsabilidade", sob FHC. Hoje, como ontem, a platéia assiste a tudo acomodada em dois assentos: o de consumidor e o de contribuinte.

Diz-se que pode haver redução de preços. Porém, o comunicado que trouxe o negócio ao nível do meio-fio não menciona o vocábulo "tarifa." A certa altura, anota o seguinte:

"A Telemar entende que a complementaridade dos serviços telefônicos fixos comutados, dos serviços de telefonia móvel e dos serviços de comunicação de dados prestados pela Telemar e pela BrT permitirá a obtenção de economias de escala e de escopo que resultarão no melhor atendimento das necessidades do mercado e dos consumidores."

Onde se lê "economias de escala", leia-se aumento dos lucros. Ganha o "Troféu Ingenuidade" o brasileiro que for capaz de apostar um níquel na tese de que o lero-lero do "melhor atendimento das necessidades do consumidor" será traduzido em redução de preços.

Assim como as transações entre os executivos das duas telefônicas –a compradora e a comprada—, o decreto que Lula pretende editar vem sendo urdido à sombra. Bem longe dos olhares de quem paga conta de telefone. Nenhuma discussão à luz do Sol. Transparência de cristal cica.

Em ambiente sério, o mercado e o governo deveriam respeitar a lógica do calendário. Primeiro a alteração das regras. Só depois o fechamento do negócio. A mudança das normas é conveniente? Por que não demonstrar a necessidade à bugrada? De preferência antes de o BNDES empurrar um par e meio de bilhões em arcas privadas!

Sob Lula, o governo vai além do que previra Balzac (1799-1850) em "A Casa Nucingen": "As leis são as teias de aranha pelas quais as moscas grandes passam e as pequenas ficam presas." Aqui, as moscas graúdas nem precisam forçar a teia. O Estado cuida de removê-las.
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LOV

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