por Adriana Vandoni
Claro que eles consideram imediatista o plano real, lançado em 1993 e que Lula e nós brasileiros colhemos os frutos ainda hoje. Condenaram as privatizações, mas se esqueceram de comentar que o governo federal de Lula está privatizando, dentre outras coisas, as rodovias, inclusive rodovias federais na Bahia. Mas o melhor foi o argumento para mudar a constituição, que é de uma riqueza e profundidade que beira a idiotice. Tudo bem ter como bandeira ser contra a privatização, concessão ou outra modalidade de parceria, mas utilizar isso como argumento para um novo mandato é um deboche com a nossa constituição.
Além do mais, o argumento fácil esconde que privatizar também está entre as formas que o atual governo federal encontrou para destravar o grave problema de infra-estrutura do país, que impede o crescimento e, conseqüentemente a geração de novos empregos. Mentir dessa forma aos ouvintes de uma rádio, deliberadamente, deveria ser considerado crime hediondo, e os condenados deveriam voltar às salas de aula. Mas, como já disse Lula, são apenas bravatas para chegar ao poder. Depois o discurso muda e se adéqua à nova função.
Nelson Pellegrino é o candidato do PT à prefeitura de Salvador, será sua 4ª tentativa. Petista de carteirinha e de carreira, já foi assessor político de sindicatos e a sua esposa, a juíza Fabiana Andréa Almeida Oliveira Pellegrino, foi quem ordenou a invasão à casa da viúva de ACM.
Como bom petista, já declarou também que o turismo na Bahia deveria ser interno, desprezando o turista estrangeiro, uma das grandes fontes de renda daquele estado. Provavelmente o retardo mental do deputado petista o faz imaginar que um morador do estado ou mesmo do Brasil iria à capital com a mesma intenção de usufruir das quinquilharias que todo turista estrangeiro gosta de comprar. Um despreparo total, ridículo!
Na entrevista que ouvi, Pellegrino tergiversou sobre diversos assuntos, mas o que mais me chamou a atenção foi um dos seus grandes momentos de reflexão. Explicava ele que não é possível administrar um município sem que este esteja ligado ao governo estadual ou federal. Idéias características, quase filosóficas, que eu poderia até descrever como uma nova corrente de pensamento: seria o pensamento legítimo de um pelego. Daria até um nome novo para essa nova doutrina, homenageando o deputado, claro: seria o “Pellegorismo”.
O deputado também pratica o que poderíamos chamar de “nepopellegorismo”. Ele indicou seu primo para a secretaria municipal de saúde e este por sua vez, colocou duas primas em duas coordenadorias. Ao serem denunciados o atual prefeito exonerou as moças.
É impressionante a facilidade como esse pessoal cria “verdades” de acordo com os próprios interesses. Gostaria de ouvir os seus discursos como candidato quando FHC estava na presidência, ou mesmo o grupo de ACM no governo do estado. É provável que tenha dito que a prefeitura seria uma forma de combater a “oligarquia política”. Como não é isso o que ocorre hoje, o ideal de relacionamento entre os poderes executivos é peleguismo político. Pelego, em definição é um “agente disfarçado do governo que procura agir politicamente nos sindicatos de trabalhadores ... indivíduo servil e bajulador; capacho, puxa-saco”.
Como não voto em Salvador, torço para que o senhor do Bonfim ilumine as mentes dos que lá votam, para impedir que tanta tolice assuma a prefeitura daquela capital.
Ô Bahia iaiá, cadê você iansã?
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