10/07/2006 - *A REVOLUÇÃO SILENCIOSA*
*Diego Casagrande, jornalista - Porto Alegre/RS*
Não espere tanques, fuzis e estado de sítio.
Não espere campos de concentração e emissoras de rádio, tevês e as redações
ocupadas pelos agentes da supressão das liberdades.
Não espere tanques nas ruas.
Não espere os oficiais do regime com uniformes verdes e estrelinha vermelha
circulando nas cidades.
Não espere nada diferente do que estamos vendo há pelo menos duas décadas.
Não espere porque você não vai encontrar, ao menos por enquanto.
A revolução comunista no Brasil já começou e não tem a face historicamente
conhecida.
Ela é bem diferente.
É hoje silenciosa e sorrateira.
Sua meta é o subdesenvolvimento.
Sua meta é que não possamos decolar.
Age na degradação dos princípios e do pensar das pessoas.
Corrói a valoração do trabalho honesto, da pesquisa e da ordem.
Para seus líderes, sociedade onde é preciso ser ordeiro não é democrática.
Para seus pregadores, país onde há mais deveres do que direitos não serve.
Tem que ser o contrário para que mais parasitas se nutram do Estado e de
suas indenizações.
Essa revolução impede as pessoas de sonharem com uma vida econômica melhor,
porque quem cresce na vida, quem começa a ter mais, deixa de ser "humano" e
passa a ser um capitalista safado e explorador dos outros.
Ter é incompatível com o ser.
Esse é o princípio que estamos presenciando.
Todos têm de acreditar nesses valores deturpados que só impedem a evolução
das pessoas e, por conseqüência, o despertar de um país e de um povo que
deveriam estar lá na frente.
Vai ser triste ver o uso político-ideoló
farão das disciplinas de filosofia e sociologia, tornadas obrigatórias no
ensino médio a partir do ano que vem. A decisão é do ministério da
Educação, onde não são poucos os adoradores do regime cubano mantidos com
dinheiro público. Quando a norma entrar em vigor, será uma farra para
aqueles que sonham com uma sociedade cada vez menos livre, mais estatizada
e onde o moderno é circular com a camiseta de um idiota totalitário como
Che Guevara.
A constatação que faço é simples. Hoje, mesmo sem essa malfadada
determinação governamental - que é óbvio faz parte da revolução silenciosa
- as crianças brasileiras já sofrem um bombardeio ideológico diário. Elas
vêm sendo submetidas ao lixo pedagógico do socialismo, do mofo, do atraso,
que vê no coletivismo econômico a saída para todos os males.
importa que este modelo não tenha produzido uma única nação onde suas
práticas melhoraram a vida da maioria da população. Ao contrário, ele
sempre descamba para o genocídio ou a pobreza absoluta para quase todos.
No Brasil, são as escolas os principais agentes do serviço sujo. São elas
as donas da lavagem cerebral da revolução silenciosa. Há exceções, é claro,
que se perdem na bruma dos simpatizantes vermelhos. Perdi a conta de
quantas vezes já denunciei nos espaços que ocupo no rádio, tevê e internet,
escolas caras de Porto Alegre recebendo freis betos e mantendo professores
que ensinam às cabecinhas em formação que o bandido não é o que invade e
destrói a produção, e sim o invadido, um facínora que "tem" e é "dono" de
algo, enquanto outros nada têm. Como se houvesse relação de causa e efeito.
Recebi de Bagé, interior do Rio Grande do Sul, o livro "Geografia",
obrigatório na 5ª série do primeiro grau no Colégio Salesiano Nossa Senhora
Auxiliadora. Os autores são Antonio Aparecido e Hugo Montenegro. O
Auxiliadora é uma escola tradicional na região, que fica em frente à praça
central da cidade e onde muita gente boa se esforça para manter os filhos
buscando uma educação de qualidade. Através desse livro, as crianças
aprendem que propriedades grandes são de "alguns" e que assentamentos e
pequenas propriedades familiares "são de todos". Aprendem que "trabalhar
livre, sem patrão" é "benefício de toda a comunidade". Aprendem que
assentamentos são "uma forma de organização mais solidária... do que nas
grandes propriedades rurais". E também aprendem a ler um enorme texto de...
adivinhe quem? João Pedro Stédile, o líder do criminoso MST que há pouco
tempo sugeriu o assassinato dos produtores rurais brasileiros. O mesmo
líder que incentiva a invasão, destruição e o roubo do que aos outros
pertence. Ele relata como funciona o movimento e se embriaga em palavras ao
descrever que "meninos e meninas, a nova geração de assentados..
filas na frente da escola, cantam o hino do Movimento dos Sem-Terra e
assistem ao hasteamento da bandeira do MST".
Essa é A revolução silenciosa a que me refiro, que faz um texto lixo dentro
de um livro lixo parar na mesa de crianças, cujas consciências em formação
deveriam ser respeitadas. Nada mais totalitário. Nada mais antidemocrático.
Serviria direitinho em uma escola de inspiração nazi-fascista.
Tristes são as conseqüências.
Um grupo de pais está indignado com a escola, mas não consegue se organizar
minimamente para protestar e tirar essa
porcaria travestida de livro didático do currículo do colégio. Alguns até
reclamam, mas muitos que se tocaram da podridão travestida de ensino têm
vergonha de serem vistos como diferentes. Eles não são minoria, eles não
estão errados, mas sentem-se assim.
A revolução silenciosa avança e o guarda de quarteirão é o medo do que
possam pensar deles.
O antídoto para A revolução silenciosa? Botar a boca no trombone, alertar,
denunciar, fazer pensar, incomodar os agentes da Stazi silenciosa. Não há
silêncio que resista ao barulho.
4.24.2008
A REVOLUÇÃO SILENCIOSA
REPUBLICO porque não ha silencio que resista ao barulho
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