Mas é claro que sabia o que estava fazendo ─ e fez o que fez com prazer. Nenhuma das principais diretrizes do programa colide com o que o chefe de governo acha, imagina ou pensa. Mais que isso: reduzidas à sua essência, as 71 páginas do documento apenas repetem, sem tantos pontapés no português, conceitos e opiniões que povoam os improvisos de Lula depois do almoço. A diferença está na forma: o que se lê é sempre mais assustador que o que se ouve.
Declamadas pelo palanqueiro compulsivo, as agressões à lógica, à sensatez e à Constituição lembram bravatas de inimputável. A aversão ao convívio dos contrários, o desapreço por valores democráticos, a ojeriza pela imprensa independente, a opção preferencial por alianças fora-da-lei, a institucionalização da impunidade, o ódio à divergência ─ esses e outros sintomas de autoritarismo agudo nem sempre são suficientes para desmascarar o tirano que o portador camufla.
Reunidos num decreto depois de retocados por revolucionários de araque, os mesmos sinais de perigo bastam para anunciar a iminência do naufrágio. O que para Lula é instrumento eleitoreiro vira programa de governo quando transcrito por um Paulo Vannuchi, um Tarso Genro, um Franklin Martins ou qualquer outro devoto de velharias desaparecidas do mundo civilizado há 30 anos.
Em parceria, o presidente que jamais levou um livro no isopor da praia e a Irmandade dos Órfãos do Muro de Berlim produziram um indispensável esboço ideológico do governo Lula. Sob o codinome Programa Nacional de Direitos Humanos, foi lançada no Natal a primeira edição do Guia do Stalinismo Farofeiro.MG > Levanta Brasil – União e clamor uníssono
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