1.03.2010
SIMILIA SIMILIBUS CURANTUR
Todo o radicalismo de esquerda que vivemos hoje é, em boa parte, fruto dos erros dos governos militares - ou "radicalismo de direita", se preferir (embora não exista "direita", isso é uma criação da esquerda para identificar seus opositores com o nazi-fascismo, o que constitui uma de suas maiores falácias). A intervenção deveria ter acabado com Castello Branco, em 1967. Não deveriam ter sido extintos os partidos de 1946, que eram muito representativos da sociedade - PSD, UDN, PTB, PSP, PR, PL etc - e criadas as duas abantesmas chamadas Arena e MDB. Não deveria ter sido feita a reforma no ensino de 1970, perpetrada por Jarbas Passarinho, a pretexto de "deter o movimento estudantil". A máquina administrativa não deveria ter sido aparelhada por militares da reserva - como hoje o é por sindicalistas. Geisel não deveria ter estatizado tanto a economia. Figueiredo deveria ter forçado o Congesso a permitir, na reforma política de 1981/82, o retorno aos partidos de 1946 - isso foi proibido. E assim por diante. Sim, muito do que ocorre hoje é fruto de erros dos governos militares - 21 anos de regime forte resultaram numa "ida com muita sede ao pote" - sede de "liberdade" - em 1985. E aí, a água rompeu o dique - não se reprime nem pune mais nada, nem crimes comuns, nem de colarinho branco, nem a corrupção multissecular, nem contravenções simples, porque "repremir e punir" viraram sinônimos de "ditadura militar". E ninguém quer ser associado a ela - ó mesmo o Arruda teve a coragem de jogar a cavalaria sobre o povão, imitando o Gen Newton Cruz no "panelaço" de 1984.
Mas ocorre agora que o esquerdismo está cada vez mais forte, inclusive surfando no carisma de Lula e numa onda assemelhada que assola a América Latina, e gestos extremados estão despontando, como esse de rever a Lei de Anistia e os supostos crimes cometidos por militares...mas não os da esquerda comunista armada.
Também gostaria de estabelecer uma harmonia, um meio termo, um liberalismo econômico e político, onde a democracia, em seu verdadeiro e original sentido, vicejasse. Entretanto, não é isso que deseja a esquerda que nos governa. Ela não quer acordos, harmonia, democracia - salvo no sentido que dá a essa palavra tão desgastada. Ela quer o poder e a "sua" verdade. Ela quer uma ditadura do proletariado, o partido único, a estatização da economia, a "Nomenklatura", o culto à personalidade, a formação de um bloco com Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai, Argentina...e quem sabe, Irã, Coréia do Norte, Líbia, China etc.
Quem achar que pode fazer acordo com a esquerda para uma convivência democrática, estará agindo como Chamberlain e Deladier perante Hitler.
Lamentavelmente, parece-me estar muito próximo o momento em que teremos, todos, de mostrar de que lado estamos - e não há "o lado do meio".
Em outras palavras, a esquerda a que nos opomos é radical. Portanto, não adianta ser contra radicalismos. Eles só são combatidos com outros radicalismos. É a Lei de Newton, é o similia similibus curantur.
Lembre-se, quem radicalizou em 35, 64 e 68 foi a esquerda. A não-esquerda (recuso-me a usar o termo "direita") apenas reagiu. E venceu. Mas não soube consolidar a vitória. Leu muito "O Príncipe" nos Cursos de Altos Estudos Militares, mas...não soube entendê-lo nem aplicá-lo.
Não sei se vencerá agora. Os princípios de Gramsci vêm sendo muito bem aplicados pela intelligentzia que dirige o PT (curiosamente, trotskista; terá mudado?). Aplicaram ainda Goebbels - mentiras repetidas muitas vezes tornam-se verdade - e até Sun-Tzu: tiraram-nos a vontade de combater.
Um povo que não conhece seu passado está condenado a repeti-lo (Georges Santayana).
A história só se repete uma vez, como farsa (Karl Marx).
Historia Magistra Vitae (Caius Tulius Cicero).
Abs,
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