De acordo com o documento, o presidente, através do ministro Celso Amorim, instruiu que o Embaixador do Brasil no Equador, Antonino Marques Porto e Santos, entrasse em contato com a chanceler equatoriana para cancelar a missão que seria chefiada pelo ministro dos Transportes, Alfredo do Nascimento, que discutiria apoio brasileiro a obras de infra-estrutura viária no país.
"Em face dos últimos desdobramentos envolvendo empresas brasileiras naquele país, que contrastam com as expectativas de uma solução favorável quando do recente encontro entre os dois presidentes em Manaus, o governo brasileiro decidiu postergar sine die (sem data definida) a ida ao Equador", diz a nota.
Expulsão
Ontem, o presidente do Equador, Rafael Correa, rejeitou o acordo com a Odebrecht e anunciou a expulsão definitiva da empresa de seu país. Segundo o governo, Correa cedeu "muito", mas a empresa "definitivamente" não pode estar no país.
Na semana passada, a construtora havia anunciado um acordo com o governo sobre a reforma da usina hidrelétrica de San Francisco. A empresa brasileira se comprometeu a depositar uma garantia de US$ 43 milhões até que se apure a culpa pela paralisação da central ocorrida em junho, após ter entrado em funcionamento um ano antes.
Em relação a Petrobras, Correa ameaçou no último sábado nacionalizar um campo da empresa, que produz 32 mil barris de petróleo por dia, caso a petrolífera não renegocie seu contrato. O acordo atual dá ao Estado 18% do petróleo, mas o presidente equatoriano quer que o país fique com toda a extração, em troca do pagamento dos custos de produção e uma margem de lucro às companhias de petróleo.
Na terça-feira, Lula afirmou que a Petrobras poderá deixar o Equador se não houver um acordo satisfatório para que a empresa continue suas atividades exploratórias. No dia seguinte, o ministro Celso Amorim reafirmou essa possibilidade, mas destacou que a estatal tem que ser "compensada" pelos investimentos que fez.
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