Corrupção derruba Brasil em ranking de liberdade econômica
Marianna Aragão
Apesar de ser uma potência econômica regional, o Brasil ainda não obteve o status de economia livre, segundo estudo divulgado ontem pela Fundação Heritage, instituto americano de pesquisas e análises. Em parceria com The Wall Street Journal, a entidade avaliou os níveis de liberdade econômica em 162 países. O Brasil aparece na 101ª posição do ranking e é considerado "relativamente não livre". Pelo estudo, Hong Kong é a economia mais livre do mundo, seguido por Cingapura e Irlanda.
A classificação no ranking depende de dez critérios, como corrupção, carga tributária, leis trabalhistas, respeito aos direitos de propriedade e interferência do governo na economia. Com base neles, os pesquisadores calculam o porcentual de liberdade de cada economia. Por esse critério, a economia brasileira é 55,9% livre. O índice de Hong Kong é de 90,25%.
A pior colocação do País foi no item corrupção, em que obteve 33 pontos porcentuais.A Nova Zelândia, por exemplo, sexta no ranking, tem 96 pontos. No relatório que acompanha o estudo, o instituto destaca a corrupção existente, principalmente,em contratos com o governo por meio de licitação e nos órgãos do Judiciário. O critério brasileiro melhor avaliado foi a liberdade monetária (que avalia o controle do governo sobre a inflação, entre outros), com 75 pontos.
Para o analista da Fundação Heritage Anthony Kim, o Brasil perde oportunidades ao ter a classificação de "relativamente não livre". "A liberdade na economia promoveu empreendedorismo e a inovação e, por isso, sustenta a prosperidade", afirmou Kim ao Estado. Além disso, segundo ele, quanto mais livre é a economia de um país, mais fácil para sua população trabalhar, economizar e consumir.
Segundo o relatório do instituto, o Brasil não é forte em nenhuma das dez liberdades analisadas. A carga tributária sobre pessoas físicas e empresas é muito pesada, comparada a de outros países em desenvolvimento. "Existem restrições ao capital estrangeiro em diversas áreas e o governo permanece fortemente envolvido nos setores bancário e financeiro."
Em 2003, o Brasil apareceu na 58ª posição no ranking. Foi perdendo colocações, até chegar ao 99º lugar no ano passado. O único país da América Latina entre as dez economias mais livres é o Chile. Com 79,8 pontos, está em 8º lugar no estudo, à frente da Suíça e Reino Unido.
Postado por MiguelGCF
Editor do Impunidade Vergonha Nacional
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