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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

1.20.2008

O país simbólico

O MST parece estar se aperfeiçoando. O requinte de brutalidade em suas ações apura a cada invasão. E a cada "ato simbólico" desses, aumenta a minha convicção de que "simbólicas" são as Instituições Brasileiras que deveriam ser mantenedoras da ordem, da democracia e da cidadania.


Por Adriana Vandoni (*)

Eram seis e meia da manhã quando vinte ônibus estacionaram e dele desceram cerca de 800 pessoas. Eram integrantes do MST que "ocupavam", pela nona vez desde 2004, a Fazenda Coqueiros, no norte gaúcho.


A Fazenda tem 7.000 hectares, desse total 2.200 hectares ocupados com florestas nativas preservadas, 640 reflorestados com pinus, araucária e eucalipto. O restante é cultivado com soja, milho, trigo e cevada. Além de pastagens para pecuária de corte.

Mas com quais argumentações o MST invade reiteradamente uma fazenda produtiva? O movimento não questiona a produtividade ou grau de eficiência dessa área, nem toca nesse assunto. O que o MST alega é o fato de "uma família apenas ser proprietária de uma terra de 7.000 ha., o que seria uma demasia".

Na terça-feira, dia 15, conversei por telefone com o Incra do Rio Grande do Sul e questionei os dados que recebi sobre a fazenda Coqueiros, indicando que o Grau de Utilização da Terra é superior a 95% (a Lei exige 80%), e o Grau de Eficiência na Exploração é superior a 180% (por Lei deve ser 100%), o que caracteriza ser uma área produtiva. A assessora do superintendente do Incra José Rui Tagliapietra disse que é muito difícil a Fazenda Coqueiros não ser produtiva, ou seja, que o Incra sabe que a fazenda está dentro das especificações exigidas por Lei. Apesar disso o órgão elaborou uma proposta que está sendo analisada em Brasília de desapropriação da fazenda Coqueiros, baseada na Lei nº. 4.132 que define os casos de desapropriação por interesse social, mesmo a terra sendo produtiva. A assessora me explicou que como a área é muito grande e eles, o Incra, precisam de terra para "cumprir um acordo feito com o MST no ano passado, elaboraram a proposta".

O Incra apóia essas invasões?, perguntei. "Aqui no Rio Grande do Sul nós (Incra) não comentamos as ações do movimento, eles são autônomos e nós apenas queremos cumprir nossa função. Sei!, respondi à assessora.

No ano passado o MST fez uma "Marcha". Os sem-terra saíram de três pontos do estado em "colunas" (Coluna do Noroeste, Coluna da Zona Sul e Coluna da Região Metropolitana). Eram cerca de 1.800 integrantes, segundo informações do Incra. Essas "Colunas" se reuniram nas proximidades da Fazenda Coqueiros. A intenção era invadir, mas por uma determinação de uma juíza de Carazinho, a invasão não se concretizou. Nessa ocasião, me contou a assessora, o Incra fez "um acordo com o MST" e assumiu o compromisso de assentar 1.000 famílias até abril de 2008 e mais mil até dezembro. "Por isso estamos em campo procurando terras disponíveis no estado para assentamento. Mas é difícil encontrar área improdutiva aqui", disse-me a assessora do superintendente. "Por isso elaboramos essa proposta para desapropriar a Fazenda Coqueiros". Perguntei como funciona isso. A resposta foi que, se aprovada em Brasília, o Incra faz uma proposta de compra da terra, "sempre a preço de mercado", garantiu ela. Isso me deixou mais intrigada ainda. Mas peraí, na Fazenda Coqueiros possui hidroelétrica, madeireira, lavoura, gado, enfim, é uma empresa rural. E se os proprietários, que estão naquela terra desde 1911, não aceitarem a proposta? "Bem, daí é iniciada uma ação judicial". Sei!, respondi.

Em 2006 escrevi sobre as invasões na Fazenda Coqueiros, onde denunciei a presença de um estrangeiro, Hugo Castelhano, atuando como líder do MST naquela região (o que me rendeu algumas ameaças). Era ele quem elaborava as ações e definia as áreas consideradas estratégicas para o movimento e que, portanto, deveriam ser invadidas. Na época, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar a atuação de um estrangeiro em movimentos sociais, mas não consegui informação do andamento disso.

Nesta ultima "ocupação", do dia 14 (segunda-feira), a tática foi a mesma usada em anos anteriores. Um dos agrônomos da Fazenda com quem conversei me relatou que às 6 horas o pátio foi ocupado por homens que usavam roupas amarradas no rosto. Era a tropa de frente do movimento. Um deles deu um tiro na porta da casa de um empregado, de 54 anos. Rendeu ele e sua esposa, de 49 anos. Aos berros arrastou o empregado pelos cabelos até o pátio onde um técnico agrícola também já tinha sido rendido. Os dois ficaram sob mira de armas e ameaças, até que foram levados para um banheiro onde a mulher já estava presa.

Iniciada essa "ocupação pacífica", chegaram então os ônibus com os 800 manifestantes. Eles permaneceram por duas horas na fazenda e disseram que foi apenas um "ato simbólico". Pois bem, durante esse "ato simbólico" os manifestantes estragaram dois tratores (retiraram o óleo diesel do motor e ligaram os veículos), cortaram a machadadas mais de 20 pneus de tratores e máquinas agrícolas, picharam a parede de um galpão com frases de ordem e símbolos do movimento e, claro, não poderia faltar jamais em um "ato simbólico" como esse, a cara de Che Guevara pintada em vermelho. Saíram, antes da Brigada Militar chegar, levando R$ 200 afanados de um dos empregados, uma motoserra stihl, uma lixadeira bosch industrial, as chaves dos alojamentos e outras coisas mais, pois este foi apenas um levantamento preliminar do prejuízo causado.

O MST parece estar se aperfeiçoando. O requinte de brutalidade em suas ações apura a cada invasão. E a cada "ato simbólico" desses, aumenta a minha convicção de que "simbólicas" são as Instituições Brasileiras que deveriam ser mantenedoras da ordem, da democracia e da cidadania.


(*) Adriana Vandoni é economista, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas/RJ. Professora universitária e Articulista do Jornal A Gazeta. Site: www.prosaepolitica.com

Postado por MiguelGCF
Editor do  Impunidade  Vergonha     Nacional

 

         




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