Prof. Marcos Coimbra
Membro efetivo do Conselho Diretor do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos
(CEBRES), Professor aposentado de Economia na UERJ e Conselheiro da ESG.
Presenciando a triste situação enfrentada agora com a ameaça real de um surto de febre amarela no país, recordamo-nos da conversa havida e reconhecemos a veracidade da informação, infelizmente. O pronunciamento do ministro da Saúde, em cadeia nacional, foi emblemático. Quase ninguém acreditou no que disse. Há sinais evidentes demais que a situação é séria. De início, tentou negar o já visível. Depois, tentou demover as pessoas da idéia de se vacinarem. É lógico que não existem vacinas em quantidade suficiente. Como o risco atinge a maior parte do Brasil, não só os seus habitantes, como as pessoas que para lá se dirigem, devem ser vacinadas. Não há um sistema de mobilização confiável para atingir todo o universo necessário. Pessoalmente, já tentamos três vezes, infrutiferamente. Na primeira, o posto estava fechado. Na outra só vacinam 3ªs e 5ªs. Na última, só havia 50 doses que se esgotaram em menos de uma hora. E a guarda municipal gentilmente informou que havia uma clínica particular, perto dali, que aplicava a vacina por R$ 180,00 cada. Até o momento, cinco mortes e seis casos confirmados e dezenas a confirmar.
E o pior. Outras doenças voltarão. E continuaremos a não possuir os meios suficientes para combatê-las e proteger a população. A desculpa de falta de recursos não procede. Afinal, o país paga anualmente R$ 160 bilhões de juros apenas da dívida interna. Possui 37 ministérios e assemelhados, com cerca de 30.000 afilhados políticos, nomeados não por sua competência, mas sim por indicações partidárias. Obras ciclópicas são entregues a grandes empreiteiras, superfaturadas, através de licitações suspeitas.
Grandes fortunas surgem em curto espaço de tempo, em especial de políticos e lobistas A carga tributária é de primeiro mundo e a contrapartida em serviços é de terceiro. O cidadão é obrigado a recorrer aos serviços da iniciativa privada na infra-estrutura social (saúde, educação e segurança). A blindagem de carros passa a ser rotina. Contudo, até os serviços privados, mesmo regiamente pagos, são de qualidade inferior aos antes fornecidos pelo setor público.
Na infra-estrutura econômica, o panorama não é muito diferente. Nas comunicações, somos controlados, de fato, por empresas estrangeiras. Nos transportes, a cada dia que passa, mais estradas construídas com recursos públicos, são privatizadas. Enquanto a malha rodoviária, sob a responsabilidade do setor público, deteriora-se, chegando ao
limite da insegurança. A malha ferroviária não progride. Nos transportes aéreos, permanece o caos. Os portos não suportam a demanda. Há o nó logístico. Na energia, aumenta o risco da elevação de preços, do racionamento e do ?apagão?. A cada afirmativa de Lula de que não há risco, mais a população acredita que haverá. Até o presidente da ANEEL já acendeu a luz amarela, reconhecendo um fato do conhecimento público. A briga entre os ministérios do meio-ambiente e energia é inconcebível.
No campo da segurança nacional, há pelo menos treze anos, as Forças Armadas brasileiras estão sendo perseguidas, por quem não as aprecia e procura vingar-se do sucesso de suas ações no passado. Os salários dos militares estão brutalmente aviltados. Um oficial-general no posto de Almirante-de-
Na política externa, depois do acerto do distanciamento progressivo da subserviência à potência hegemônica, os seus dirigentes deixam-se levar pela ideologia pregada pelo Foro de São Paulo e perdem a noção do que consulta aos interesses nacionais, envolvendo-se em polêmicos episódios, como o da recente libertação de duas reféns colombianas em possível troca por dinheiro e apoio político a um grupo terrorista com notórias ligações com o narcotráfico (lembram-se do ?Fernandinho Beira-Mar?), que mantém mais de 700 prisioneiros em condições subhumanas.
Alguém precisa fazer algo imediatamente!
Correio eletrônico: mcoimbra@antares.
Sítio: www.brasilsoberano.
Artigo escrito em 15.01.2008 para o Monitor Mercantil.
Postado por MiguelGCF
Editor do Impunidade Vergonha Nacional
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