A situação econômica brasileira está travestida. Apesar do discurso mentiroso em contrário, a evidente crise econômica internacional afeta o humor de Lula da Silva. Em reunião de emergência do gabinete de crise, ontem à noite, Lula quis saber de seus ministros mais próximos se o Brasil tem mesmo condições de agüentar o tranco. Lula gelou ao ouvir do ministro Guido Mantega, da Fazenda, a resposta: "Não sei!". Lula convocou o presidente Henrique Meirelles, do Banco Central, cujo discurso também o deixou inquieto.
A maior preocupação real de Meirelles, transmitida reservadamente ao chefão Lula, é sobre a saúde das reservas internacionais do Brasil. Hoje elas são de US$ 185 bilhões e 024 milhões (Posição em 18 de janeiro de 2008). Na verdade, as Reservas em moeda estrangeira (em divisas conversíveis) são de US$ 163 bilhões 526 milhões. Deste valor, o Brasil tem investidos, em títulos, US$ 156 bilhões 057 milhões. A preocupação reside em como, onde e em que está aplicado tal dinheiro – que é "virtual", pois existe na mágica contabilidade financeira.
Para inglês ver, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, jura que a instituição está pronta para agir preventivamente se for necessário. Ao admitir tal possibilidade, Meirelles demonstrou que o Brasil não está tão seguro assim, como ele se vangloriava em passado recente. Tanto que o Comitê de Política Monetária do Banco Central, que se reúne hoje sob a presidência de Meirelles, vai parar com a queda de juros – que só deve ocorrer, se nada der errado, a partir de 2009.
Por enquanto, a crise dos EUA afeta o mercado diretamente o mercado financeiro e as Bolsas de Valores (que oscilam conforme as notícias especulativas). O valor de mercado das empresas brasileiras já caiu R$ 344 bilhões e 900 milhões, nos 21 primeiros dias de 2008. Até agora, só foi poupado o setor de Agro e pesca, com quatro empresas. O setor bancário em 21 de janeiro acumula valor de mercado de R$ 341,5 bilhões, valor equivalente ao total pedido pelo mercado brasileiro no mesmo período. O setor mais afetado foi o de Petróleo e Gás com queda de R$ 97,1 bilhões. Tanto que o setor apela para factóides na tentativa de evitar a depreciação. O anúncio da já conhecida descoberta do campo de Júpiter, na Bacia de Santos, foi mais um efeito especial.
No médio prazo, o Brasil será afetado se a recessão norte-americana contaminar o resto da economia mundial, reduzindo o poder de compra dos países ricos. A recessão fará desabar os preços das mercadorias com cotação internacional, como soja, milho e minérios. Neste caso, a crise afetaria diretamente as exportações brasileiras de commodities. Como sinal de péssimo agouro, a balança comercial apresentou saldo de apenas US$ 1 milhão na terceira semana de janeiro. Por culpa do aumento das importações, foi registrado o menor índice desde 2003. No ano, o superávit comercial está em US$ 395 milhões, uma queda de 84,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Por Jorge Serrão
do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com/
Postado por MiguelGCF
Editor do Impunidade Vergonha Nacional
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