No Brasil, como se sabe, todos os políticos são patriotas. Só o patriotismo justifica o fato de o PMDB, desprezando os riscos de um apagão energético, tenha quebrado lanças para acomodar Edison Lobão na poltrona de ministro das Minas e Energia. Só o amor à pátria explica a gana com que o partido, depois de emplacar o ministro, disputa o controle das estatais energéticas.
A responsabilidade não será banal. Juntando-se Furnas –já confiada à boa gerência do ex-prefeito carioca Luiz Paulo Conde— às outras estatais que Lobão está na bica de entregar a apadrinhados do PMDB, chega-se a orçamentos de notáveis R$ 26,7 bilhões. É muito dinheiro. Mais da metade do que se pretendia arrecadar com a falecida CPMF.
Para a Eletrobras, deve ser nomeado Evandro Coura. É homem de José Sarney (PMDB-AP). Vem da iniciativa privada. Até outubro do ano passado, presidia o Grupo Rede, dono de oito distribuidoras de energia e 34 usinas hidrelétricas. Hoje, a empresa é gerida pela mulher dele, Carmem Pereira.
A Eletronorte deve ser entregue a Lívio Rodrigues de Assis. Traz na testa o selo de qualidade das indicações feitas pelo ínclito deputado Jader Barbalho (PMDB-PA). Lívio parece pouco afeito à seara energética. Hoje, é diretor do Detran do Pará. Mas o que é o preparo técnico diante da disposição de servir ao país?
Na Eletrosul, tudo indica que o PMDB foi ultrapassado pelo PT. A presidência da estatal que leva luz às fábricas e às residências dos Estados do Sul deve ser confiada ao ex-deputado Jorge Boeira. Ele deve a indicação à líder petista Ideli Sanvatti (SC), outra brasileira ávida por contribuir com os destinos da pátria.
De resto, o PMDB tende a emplacar Jorge Luiz Zelada, indicado pela bancada de deputados mineiros do partido para a diretoria Internacional da Petrobrás. Agora deixe a má vontade de lado e responda: são ou não são patriotas os políticos brasileiros?
Escrito por Josias de Souza
Postado por MiguelGCF
Editor do Impunidade Vergonha Nacional
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