Josias
Transformado em presidente da República pelos micróbios que consumiram o organismo de Tancredo Neves, José Sarney arrostou no Planalto a oposição implacável do petismo. Hoje, convertido em âncora de Lula num Senado revolto, Sarney tornou-se o dodói do ex-PT.
Nesta quarta-feira (18), véspera do encerramento do ano legislativo, dia de despedidas no Congresso, Ideli Salvatti (SC), a fera que lidera o partido de Lula no Senado, foi flagrada pelas lentes do repórter Lula Marques no instante em que confraternizava com a fera do PMDB.
No livro “História da Beleza”, Umberto Eco dá a um dos capítulos o seguinte título: “A Beleza dos Monstros”. No texto, anota que “cada cultura, ao lado de uma concepção própria do belo, sempre colocou a própria idéia do feio, embora em geral seja difícil estabelecer pelos vestígios arqueológicos se aquilo que está representado era realmente considerado feio.”
“Aos olhos de um ocidental contemporâneo”, explica-se Eco, “certos fetiches, certas máscaras de outras civilizações parecem representar seres horríveis e disformes, enquanto para os nativos podem ou podiam ser representações de valores positivos.”
Para o PT do Brasil da Nova República, Sarney representava a síntese dos “seres horríveis e disformes” de que fala o livro de Umberto Eco. Para o ex-PT da era Lula "Metamorfose Ambulante" da Silva, Sarney virou a personificação dos “valores positivos.”
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