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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

12.02.2007

Os números do Datafolha – O Brasil não é a Venezuela


Nos posts publicados no começo da madrugada de hoje, vocês encontram todos os números da pesquisa Datafolha sobre a re(reeleição) e os cenários eleitorais. Só para lembrar: 65% são contra qualquer manobra para mudar a lei e permitir a recondução de Lula ao cargo.


Bem, a turma do “queremismo” se deu mal — e isso inclui, sim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil não é a Venezuela. Não é a Bolívia. Não é o Equador. Não é a Rússia. No que diz respeito às instituições, estamos num patamar muito superior a todos esses países. Nos três latino-americanos citados, líderes de perfil populista chegaram ao poder à esteira de crises que já estavam, de fato, instaladas. Para ser uma solução? Para pacificar? Ao contrário. Crias da anomia política, os três investiram ainda mais na desordem — adotados que foram, de resto, pelas esquerdas. Um pequeno (bem pequeno) emblema do que digo se evidencia assim: um dos interlocutores do governo boliviano é ninguém menos do que Emir Sader — sim, ele mesmo. Que também mantém excelentes relações com os bolivarianos de Hugo Chávez. Nos três países, juntaram-se o populismo e o solene desprezo das esquerdas pela democracia. O resultado pode ser visto. A Rússia, que nunca chegou a ser uma democracia plena, ensaia, por outros caminhos, a volta à ditadura. Nos quatro casos, uma coisa em comum: a democracia é usada para golpear a democracia. É o que o PT tentou fazer no Brasil. É o que ainda tenta. É a vocação subjacente à sua tese de “constituinte exclusiva” para fazer a reforma política.

Por que a Folha encomendou a pesquisa ao Datafolha? Mera curiosidade? Não! Porque o debate estava lançado. Segundo os tocadores de tuba, em seu incansável trabalho de soprar o instrumento, quem inventou a tese foram as oposições. A depender do setor do petismo que o soprador represente, varia o responsável. Um anão jura que é coisa dos tucanos; outro anão refuta: é a invenção do DEM. A uni-los, sabe-se lá por quê, haveria certa tentação... golpista!!! A tese é de tal sorte original, que, não sendo só canalhice bem-remunerada, deve ser maluquice mesmo.

O que deu errado? O timing foi um tanto infeliz. A possibilidade surgiu cedo demais — e, com efeito, a oposição fez muito bem em lhe dar visibilidade porque se transformou em matéria de debate político. E a opinião pública é absolutamente clara: não quer a (re)reeleição. Nem no Nordeste, onde Lula obtém seus melhores índices de popularidade, a tese tem a aprovação do povo — com a exceção muito explicável de Pernambuco.

E que se note: a aprovação ao governo Lula (vejam lá um post a respeito) continua alta. Não é uma rejeição ao presidente; é uma manifestação de respeito pelas regras do jogo, coisa a que os petistas não estão acostumados. O Apedeuta tem lá seus motivos para alfinetar FHC — os políticos e, sobretudo, os pessoais, de natureza psicológica. Mas, sendo quem é, deveria odiar o outro por uma razão em particular: herdou um país institucionalmente arrumado — com muito por fazer, claro, claro, mas arrumado. A democracia jamais recuou um milímetro nos oito anos do governo FHC. O país parece ter achado que a legalidade é uma coisa boa.

Mais chato ainda para os queremistas é que os brasileiros não são contrários à reeleição. Não nos moldes em que ela está posta na Constituição: direito de disputar uma reeleição consecutiva. Assim, nem se trata da rejeição a um procedimento, que acabou colhendo Lula por tabela. Nada disso. Os eleitores compreendem muito bem um repeteco, mas dois, não! O PT pode fazer o que quiser, e duvido que consiga impor a (re)reeleição ao processo político. Só não duvido que vá tentar. Porque vai.

O país que falou na pesquisa rejeita a manobra. Lula que vá cantar em outra freguesia. Ou espere até 2014. A operação não deu certo. Falhou. E não porque o Apedeuta não queira (segundo o sopro dos tocadores de tuba), mas porque a lei proíbe e porque os eleitores não querem. Deve ser terrível a Lula imaginar que alguém vai ocupar a cadeira que ele julga lhe caber por direito divino. Mas vai ter de se acostumar com a idéia.

PS — A propósito: parece que até a Venezuela se cansou de ser a Venezuela...

Por Reinaldo Azevedo

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