O governo chega ao final desta semana que antecede a votação da CPMF convencido de que é melhor arriscar do que administrar o prejuízo político de uma demonstração de fraqueza, não votando a proposta. O prazo regimental para negociar apoio, em tempo de aprovar a proposta este ano e garantir os R$ 40 bilhões em 2008, se encerra nas próximas 48 horas. Com isso, líderes aliados admitem que esses três dias serão dedicados a um “intenso balcão de negócios” para atrair os senadores e garantir os 49 votos necessários para dar vitória ao governo.
“A questão não é mais de número, é de tempo. Tem de ter votação com vitória ou derrota”, resume um colaborador do presidente Lula. Segundo o interlocutor, o máximo que a circunstância atual permite, respeitando prazos e regras previstos no regimento do Senado, é adiar o exame da emenda por mais 24 horas, liquidando a questão na quarta-feira.
No cálculo dos aliados do Planalto, se a CPMF não for votada até o dia 31, o governo já terá perdido a batalha. A partir da virada do ano, o Tesouro passa a amargar um prejuízo mínimo de R$ 15 bilhões - devido à noventena, período sem cobrança do imposto -, ainda que os aliados consigam aprová-lo para reiniciar a cobrança em 2008.
DISCURSO AFIADO
Diante das dificuldades em ampliar os apoios na base aliada e descrente da hipótese de virar votos do PSDB, a despeito do apelo dos governadores tucanos, Lula não só intensificou a cobrança pública, como afiou o discurso. Um líder governista diz que o presidente está se preparando para a possibilidade de enfrentar a derrota em plenário e reapresentar a proposta no ano que vem.
É isso que, na visão do líder, explica o tom agressivo dos discursos presidenciais, a cada dia mais carregado nas críticas e ataques à oposição. O senador avalia que, quando carrega nos ataques, Lula não se dirige ao Senado. O raciocínio, nesse caso, é de que o presidente já está falando para a opinião pública, em busca de apoio popular para reverter uma derrota e virar o jogo no início de 2008.
Isso não significa que o governo tenha jogado a toalha e desistido de perseguir os 51 votos - os 49 exigidos para aprovar a emenda, mais 2 de reserva. O time governista ainda trabalha com o cenário de vitória com “pequeníssima” folga de votos e muita concessão do Planalto.
Por Christiane Samarco
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Postado por MiguelGCF
Editor do Impunidade Vergonha Nacional
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