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23 de setembro de 2007 | ||||
Por Orion Alencastro Em meio às denúncias de irregularidades em dezenas de obras do PAC, com flagrantes ajustes de facilidades (corrupção) apontadas pelo Tribunal de Contas da União, o estado de sub judice da quadrilha de quarenta oportunistas do mensalão no Superior Tribunal Federal, o desmoralizante caso Renan destruindo a imagem do Senado da República e as prisões de narcotraficantes com repercussão internacional, o ministro da Justiça Tarso Genro desembarca no principado de Mônaco para tratar da extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola.
A senhora Brunet Fuster e a máxima autoridade da Justiça de Mônaco Philippe Narmino receberão individualmente Tarso Genro mas, pelos comentários da imprensa do principado, transparece o ponto de vista comum das autoridades que se trata de caso processual de cunho eminentemente jurídico, descartando-se quaisquer conotações de ordem política ou diplomática. Merece ser lembrado que os governantes e a sociedade de Mônaco primam por defender o principado da sua conceituação inverídica de paraiso fiscal, não acobertando criminosos transnacionais, o que torna o ambiente favoravel à extradição. O ministro brasileiro será recebido diplomaticamente e a justiça do principado aguarda com serenidade as alegações da defesa de Salvatore Cacciola com argumentos que deverão configurar um caso político para livrá-lo do pedido de extradição ao Brasil. O fato político está na percepção do defensor do ex-banqueiro, advogado Frank Michel, ao interpretar o ambiente subjetivo político-ideológico do governo brasileiro, a obstinação de Tarso Genro e a expectativa do chefe petista da Polícia Federal, um dos investigadores do caso Cacciola. Estes desejam a pronta punição de Cacciola, condenado a treze anos de prisão em 2005 por crime de gestão fraudulenta, peculato e corrupção passiva por ocasião da crise cambial em 1999 no governo FHC, que resultou na desvalorização do real.
Como já comentado na série "Luiz Inácio organiza polícia política para se garantir na Presidência", em quatro partes e restando a última, o ministro da Justiça coordena tacitamente a montagem da polícia política do presidente da República para blindá-lo de fatos adversos que possam comprometê-lo e necessita produzir eventos em sintonia com o Ministério das Comunicaçoes Sociais para tirar da mídia os acontecimentos da corrupção que possam escapar e afetar a imagem do ocupante do Palácio do Planalto ou abalar o Governo. (OI/Brasil acima de tudo) |
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