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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

9.25.2007

Só não vê quem não quer


por João Luiz Mauad em 25 de setembro de 2007

Resumo: Só altas doses de fantasia ideológica, sintetizada pela permanente recusa em aceitar evidências plenas de nossos sentidos e o sistemático desprezo pelo raciocínio lógico, para fazer alguém, em sã consciência, continuar apostando no socialismo.

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Duas ex-colônias inglesas da África Meridional, Zimbábue e Botswana, enveredaram por rotas distintas depois de proclamadas as respectivas independências. A primeira, governada pelo truculento tirano Robert Mugabe, nação um dia chamada de "A Jóia da África", seguiu o caminho do socialismo, lançando mão de frenéticas políticas de expropriação, redistribuição e estatização da economia. Como era previsível - pelo menos para quem conhece minimamente a teoria econômica e a história do século XX -, seu povo encontra-se hoje em situação de profundo sofrimento, com destaque para a fome, as doenças, a perseguição política, a hiperinflação e a falta de liberdade.

Enquanto isso, a vizinha Botswana escolheu o caminho oposto, do livre mercado, tendo-se tornado uma das mais dinâmicas economias não apenas do continente, mas de todo o mundo, dona de uma renda per capta superior a do próprio Brasil (US$ 11.400 em 2006) e equivalente a 4,5 vezes a do Zimbábue. Graças à firme aderência ao Estado de Direito e à economia de mercado, há no país um clima de relativa prosperidade, especialmente quando comparado aos vizinhos próximos e ao restante da África Subsahariana.

A diferença entre os dois países chega a ser gritante. Enquanto Botswana tem mantido uma das maiores taxas de crescimento econômico do mundo, desde a sua independência em 1966 (média anual de 8,5%), o povo do Zimbábue vive na mais absoluta penúria. Como não poderia deixar de ser, os níveis de renda dos dois países mantém fortíssima correlação com os respectivos índices de liberdade econômica (veja gráficos abaixo). Enquanto Botswana ocupa o 38º lugar no ranking da Heritage Foundation, o Zimbabwe é o 154º, à frente somente de Líbia, Cuba e Coréia do Norte.

Fonte: Heritage Foudation

Mas, engana-se quem pensa que as coisas sempre foram assim. Na época da sua independência (1966), Bostswana tinha somente oito quilômetros de estradas (a maioria de terra batida). Não dispunha nem mesmo de uma moeda própria e utilizava a da África do Sul em suas trocas. Por volta de 1970, sua renda per capta era de US$ 590, enquanto a média dos demais países da África Negra (exceto África do Sul) era de US$ 609.

Já a história do Zimbábue é diametralmente oposta. Em 1980, quando o estúpido Mugabe subiu ao poder, o país tinha uma renda per capta ao redor de US$ 1.600 (praticamente idêntica à do vizinho). Hoje, sua RPC é de míseros US$ 2.580, o que dá um crescimento médio anual de parcos 1,8% em mais de 25 anos. Se tomarmos somente o período analisado pela Heritage Foundation, entre 1995 e 2006 (veja gráfico), a performance da economia socialista do Zimbábue é ainda mais horrorosa, com crescimento negativo da renda, em média, de 0,5% anual.

É evidente que todas essas diferenças não ocorrem por mero acaso. Há muito tempo já se sabe que o desenvolvimento econômico e social das nações guarda relação direta e estreita com certas instituições formais e informais, com destaque para o respeito ao direito de propriedade, a liberdade de comércio, empreendimento e escolhas individuais.

Ludwig Von Mises e F. A. Hayek, em suas contundentes e insofismáveis críticas ao socialismo, evidenciaram de forma cristalina que a propriedade privada e a liberdade para negociar os direitos a ela inerentes estavam na base do desenvolvimento econômico e social. Sem elas, o dinheiro perde a sua funcionalidade, os sinais de ganhos e perdas são distorcidos e a alocação dos recursos torna-se absolutamente ineficiente.

Nos exemplos de Botswana e Zimbábue, fica claro que o tamanho do Estado e a interferência dos governos na vida econômica tiveram papel preponderante nos destinos das duas nações. Enquanto na primeira o Estado manteve-se relativamente contido, dentro de suas atribuições primordiais, oferecendo segurança, garantindo o direito de propriedade e cuidando da infra-estrutura, na segunda ocorreu basicamente o inverso.

A exemplo de Alemanha (1945 a 1989) e Coréia (1953 até hoje), que sofreram divisões geopolíticas forçadas por guerras e mostraram ao mundo resultados sócio-econômicos totalmente diversos nos dois lados da fronteira, Zimbábue e Botswana também dividem, além de uma grande fronteira, homogeneidade étnica e lingüística, além de culturas e tradições bastante similares. A diferença está justamente nas escolhas dos modelos adotados.

Depois de tantos exemplos ao longo da história, só altas doses de fantasia ideológica, sintetizada pela permanente recusa em aceitar evidências plenas de nossos sentidos e o sistemático desprezo pelo raciocínio lógico, para fazer alguém, em sã consciência, continuar apostando no socialismo. Os áulicos petistas que o digam.

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