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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

9.21.2007

Planalto dá cargos e R$ 21 mi em emendas para prorrogar CPMF

Emenda passa em primeiro turno na Câmara por 338 votos a favor, 117 contrários e 2 abstenções

João Domingos, Denise Madueño e Eugênia Lopes

A Câmara aprovou no final da noite de ontem a emenda constitucional que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), como queria o Palácio do Planalto. A mesma proposta - que ainda precisa ser votada em mais um turno pelosdeputados e duas vezes no Senado - permite ao governo movimentar 20% dos recursos do Tesouro sem vinculação, o que ano passado representou R$ 84 bilhões. O placar foi de 338 votos favoráveis à manutenção do tributo, 117 contra e 2 abstenções.

A alegria no imperio da "subornocracia"

Ao longo do dia, a Câmara realizou três sessões. Juntas, duraram 12 horas e 25 minutos. Como são necessários 308 votos para a aprovação de uma emenda constitucional, o governo conseguiu 30 votos a mais do que o mínimo. A vitória, porém, ocorreu em clima de tensão.

Para acalmar a sua própria bancada, que a toda hora se rebelava e ameaçava não votar a prorrogação, o Palácio do Planalto se viu obrigado a prometer tudo, a todos, na hora da votação. E, mais uma vez, a liberar verbas para emendas parlamentares e a efetivar nomeações prometidas em estatais. Somente ontem foram liberados R$ 21,7 milhões para emendas.

Entre elas, as que destinavam verbas para prefeituras controladas pelo PT, por aliados como PTB e PMDB e até por partidos de oposição, como o PSDB.

Controlada pelo PTB, Itinga do Maranhão recebeu R$ 452,1 mil. Administradas pelo PT, Niterói (RJ) levou R$ 626,9 mil e São Leopoldo (RS), R$ 120 mil. Patos (PB), sob gestão do PMDB, obteve liberação de R$ 65,1 mil. Teresina, sob tutela do PSDB, conseguiu R$ 297,6 mil.

Para mostrar que cumprirá as promessas, o governo fez cinco nomeações - quatro para cargos da diretoria do Banco do Nordeste, com as quais atendeu ao PP, PR, PSB e PTB, e outra para a presidência do Porto de Santos, que foi para José Di Bela Filho, apadrinhado dos deputadosMárcio França (PSB-SP) e Ciro Gomes (PSB-CE).

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva encabeçou o esforço governista para enfrentar a barganha generalizada. Ao saber que o maior número de focos de rebeldia estava no PMDB, cobrou da direção do partido o voto a favor da CPMF.

"Quem é parceiro é parceiro para comer no prato cheio e é parceiro para ficar olhando o prato vazio junto, é parceiro nos bons e nos maus momentos", afirmou Lula, em discurso no lançamento do PAC da Funasa, quando a Câmara estava reunida para discutir a votação.

Ao mesmo tempo, líderes governistas e emissários do Planalto juraram rapidez na nomeação de apadrinhados políticos para cargos em estatais e no segundo e terceiro escalões, na liberação do dinheiro das emendas parlamentares e até na renegociação da dívida de R$ 70 bilhões dosruralistas.

Cansado de tanto negociar e de tentar acalmar os deputados, que vêem na votação da CPMF a última trincheira para tirar o máximo do governo, o líder José Múcio (PTB-PE) desabafou, no início da noite, com uma ameaça: "Para o governo, a votação vai servir para saber quem será seu parceiro nos próximos 39 meses." Antes, José Múcio participara de pelo menos dez reuniões, nas quais fez apelos seguidos pelo voto a favor da CPMF, com a garantia de que o governo cumprirá suas promessas.

Uma das reuniões ocorreu com seu próprio partido, o PTB, e com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. Encerrado o encontro, foi indagado pelos deputados se seria possível conversar com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Eles concluíram que Mares Guia faz muitas promessas, mas tem pouca margem para honrá-las.

O PR, que tem 41 deputados, fez uma reunião tensa. Deputados exigiam nomeações e a liberação das emendas de imediato. Múcio correu para lá. Ajudou o líder Luciano Castro (RR) a dizer que o governo cumpriria os acordos. Castro decidiu usar o próprio cargo como avalista: "Pedi aos deputados um voto de confiança em mim. Estou me expondo. Se amanhã não resolver, é a minha cabeça que está a prêmio. Se o governo não resolver, deixo a liderança. Não me sentirei confortável se o governo não cumprir os compromissos que assumiu", afirmou.

O partido reivindica cargos no Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (DNIT) de Santa Catarina, Sergipe e São Paulo, a diretoria de Operações de Furnas, um cargo na Agência Nacional do Petróleo (ANP) e outro na área de energia para o deputado Lúcio Alcântara (PR-CE).

REVOLTAS

Duas das principais revoltas do PMDB ocorreram nas bancadas do Rio Grande do Sul e da Paraíba. A dos gaúchos foi motivada pela revogação da medida provisória que compensava as perdas do setor calçadista com a valorização do real. Para contorná-la, o vice-líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), prometeu o envio de um projeto que retoma as compensações.

A revolta da Paraíba teve como conseqüência uma das nomeações feitas para o Banco do Nordeste. Para atender aos pedidos da base aliada, o governo demitiu o ex-deputado Augusto Bezerra, do PMDB da Paraíba. Foi a conta para a revolta.

Os nomeados do BNB são Paulo Sérgio Ferraro, apoiado pelo PR, PP e pelo governador da Bahia, Jaques Wagner; Luiz Carlos Everton, indicado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e por Ciro; Luís Henrique Mascarenhas, da confiança pessoal do ministro da Fazenda, Guido Mantega; e Osvaldo Serrano, apoiado pelo PTB e pelo oposicionista do DEM Airton Xerez (RJ).

Estadao.com.br | O Estado de S.Paulo |

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