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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

9.21.2007

CHUMBO GROSSO EM XIMANGO

Carta Cinza em um País de Tolos


Lista de inverdades

Diariamente, somos bombardeados com inverdades, sempre dentro daquela técnica de que uma mentira repetida muitas vezes acaba sendo aceita como verdade. Vejamos alguns exemplos: a ética do PT; a inocência do Renan Calheiros; a inexistência do mensalão; inflação anual abaixo de 10%, a justificativa do inchaço da maquina administrativa federal; que tudo será rigorosamente investigado; os culpados punidos etc.. Com as recentes demonstrações de independência do Supremo, espero que a esperança de muitos de que "tudo acabe em pizza" seja também uma mentira.

LUCIANO HARDMAN BEZERRA, em Cartas dos Leitores, O Globo, 8 de setembro de 2007

Depois de ouvir o discurso que o presidente da República teve a desfaçatez de proferir na véspera do Dia da Independência, no qual não fez uma afirmação verdadeira, sequer, já que, seguindo a sua tradição de jactanciar-se, preferiu manipular os fatos de modo a escamotear os índices pífios do seu governo, transformando-os em uma peça de ficção bem ao estilo “nunca antes na historia desse país”, tornou-se irresistível usar, no título deste artigo, a adaptação do bordão usado na propaganda oficial “Brasil, um país de todos”, na forma que vem circulando insistentemente na Internet.

Como pode haver quem ainda leve a sério essas pessoas que mentem com tamanho descaramento, para justificar os seus próprios desmandos ou para desmerecer a quem quer que ouse discordar das suas idéias extravagantes ou dos seus métodos indecorosos?!

Além das mentiras clássicas citadas pelo leitor de O Globo, atento à realidade brasileira, outras, de interesse mais limitado, infestam o nosso dia-a-dia de maneira tão intensa que se torna difícil encontrar os poucos elementos de verdade que conseguem sobreviver nas matérias que são divulgadas nos meios de comunicação.

Assim é que, recentemente, começou a circular a notícias de que o ministro da Defesa teria ameaçado demitir o Comandante do Exército e todos os integrantes do Alto-Comando daquela Força que se insurgissem contra um livreco mentiroso editado sob os auspícios da presidência da República ou contra as ameaças infantis que fez na cerimônia de lançamento.

Pouco antes, havia sido noticiado que a nota emitida pelo Comandante do Exército fora negociada com o ministro da Defesa.

As duas afirmações não resistem a uma análise por mais superficial que seja.

Em primeiro lugar, porque o ministro não tem o poder de demitir nenhum dos militares citados, uma vez que são nomeados ou demitidos por decreto presidencial, enquanto ele, sim, é demissível ad nutum, pela mesma autoridade, como bem lembrou o General-de-Exército Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, ex-presidente do Clube Militar, em “Ato Falho”, memorável artigo publicado na Tribuna da Imprensa de 4 de setembro.

Se, realmente, tivesse ameaçado com demissão os militares, teria cometido outra bravata ou, mais uma vez, superestimado suas possibilidades. Parece que a carta branca do presidente, que o ministro vive dizendo ter, não é tão branca assim.

Por outro lado, como poderíamos acreditar em que a nota do Comandante do Exército tenha sido “negociada” com o Ministro, e que este tenha concordado com a divulgação, se ela fez, justamente, o que ele disse que nenhum militar faria, sob pena de “ter resposta”. A nota saiu e ele nada fez. Ou o ministro negocia muito mal ou não foi capaz de impedi-la.

A bem da verdade, ele foi contestado diversas vezes; a tão ameaçadora resposta não veio; e o que fez o ministro? Demitiu-se para preservar um mínimo de dignidade? Não, preferiu amarelar. Disse que considerava a crise encerrada e foi para a Parada Militar de 7 de setembro, como se nada tivesse acontecido, embora fosse visível o constrangimento dos Comandantes Militares fotografados a seu lado.


A crise está encerrada, sim, por enquanto, vencido o primeiro embate por “WO”. Para usar uma frase feita – bem ao estilo do ministro, que, sem dúvida, deve ter ouvido alguma versão desse aforismo incontáveis vezes, desde os tempos de piá nas plagas de Santa Maria da Boca do Monte – o assunto morreu porque os militares não costumam “gastar chumbo grosso em ximango”. A guerra, porém, está longe de terminar. Houve, apenas, um recuo tático.

E a falta de autocrítica do Ministro não tem limites. Depois de visitar o senador Renan Calheiros para hipotecar-lhe solidariedade e, quem sabe, oferecer-lhe advocacia administrativa ou apoio das Forças Armadas, que, em delírio, ele acreditava comandar, voltou a desfilar por ai, travestido de General-de-Exército, como se fosse um bufão, um bobo da corte, ou se vivesse, sempre, em um interminável baile de carnaval.

Dele devemos esperar tudo, pois já nos deu diversas e suficientes provas do que é capaz. É, portanto, imprescindível que estejamos atentos e não deixemos passar ofensa sem resposta enérgica.

A omissão ou a leniência somente servirão de estímulo a novas fanfarrices ministeriais.

Peço que me relevem por insistir em dizer coisas tão óbvias, mas continuarei a repetir as verdades reprimidas infinitas vezes, se preciso for.

Talvez assim, como acontece com as mentiras do governo que, repetidas, viram “verdades”, as nossas verdades repetidas virem mentiras e todos passem a acreditar nelas como verdades que são.

Luís Mauro é Coronel-Aviador e responsável pelo setor de Comunicação Social do Clube de Aeronáutica

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