Transcorreu, esta semana, o Dia da Roupa de Baixo. Não haverá que estranhar, num país que tem "dia" de tudo, até da geladeira. O inusitado foram as comemorações. Na estação rodoviária de Brasília um grupo de modelos desfilou de calcinha e sutiã. Foi a glória dos candangos, peões e flanelinhas que moram ou passam por lá.

Exortar para que a moda dos dias especiais pegue é redundância, porque já pegou. Basta consultar aqueles calendários mais sofisticados para se notar não haver um dia vago, sequer, nos 365. Na maioria deles acumulam-se homenagens, desde aos santos às mais esdrúxulas homenagens prestadas a categorias, religiões, esportes, máquinas e muita coisa a mais.
Apesar de tudo, falta um. Que tal criarmos o Dia da Corrupção? Sempre que fosse comemorado, estaria a população inteira autorizada a cometer lambanças de toda ordem. Os bancos e os banqueiros poderiam aumentar juros o quanto quisessem, enquanto as multinacionais remeteriam para o exterior lucros inexistentes. Funcionários públicos teriam a prerrogativa de utilizar cartões corporativos para despesas pessoais e familiares. Tecnocratas disporiam da condição de elevar impostos.
Por Carlos Chagas
do prosa e politica
Nenhum comentário:
Postar um comentário