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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

10.07.2007

Sucateamento e despriorização das FFAA.- Amazônia é foco de tensão militar


Nunca os estados da Amazônia estiveram tão bem representados na base governista do Senado. A maranhense Roseana Sarney (PMDB) é líder do governo no Congresso. O acreano Tião Viana (PT), vice-presidente da Casa. O líder do governo, Romero Jucá, é representante de Roraima. O líder do PMDB, Valdir Raupp, de Rondônia. E o ex-presidente José Sarney (PMDB), eleito pelo Amapá, uma eminência parda no Senado, onde nada de importante se aprova sem a sua discreta aquiescência. Todo esse prestígio da representação da região, entretanto, não foi capaz de evitar o vazio de poder existente na Amazônia. Há uma evidente subestimação do problema por parte dos políticos da região. Não é à toa que nenhum desses cardeais do Senado compareceu à palestra do comandante da Força Terrestre, general-de-exército Enzo Martins Peri, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, quinta-feira, na qual ele reconheceu que o Exército não está em condições de guarnecer satisfatoriamente as fronteiras da Amazônia.

Sucata
O presidente da comissão, Heráclito Fortes (DEM-PI), e os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ), Eduardo Suplicy (PT-SP), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Edison Lobão (DEM-MA), o único da região Norte, ouviram perplexos a confirmação de que o Exército virou sucata, conforme relatou o repórter Leonel Rocha, do Correio. A deterioração de seus equipamentos, segundo balanço do general Peri, é impressionante: os fuzis de assalto dos soldados brasileiros têm em média 42 anos de uso; 78% dos blindados têm mais de 34 anos, a maioria sem condições operacionais; obuseiros e canhões são oriundos da II Guerra Mundial. Além disso, a modesta indústria bélica nacional se estagnou por falta de demanda. E os recursos do Orçamento da União destinados ao reaparelhamento das Forças Armadas sempre são contingenciados pela Fazenda. Segundo o comandante da Força, o Exército “tem perdido, paulatinamente, sua capacidade de dissuasão e de se fazer presente nas nossas fronteiras” e o Brasil precisaria “recompor o equilíbrio da balança dissuasória regional.”

É por essa razão que a Amazônia virou um foco permanente de tensões no Ministério da Defesa. Recentemente, seu secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa, general Maynard Marques de Santa Rosa, foi substituído pelo general José Benedito de Barros Moreira. Ele havia denunciado o “vazio de poder” na região durante um depoimento na Câmara. Santa Rosa foi responsável pela aprovação da Estratégia Militar de Defesa e da Doutrina Militar de Defesa, além do estabelecimento das diretrizes estratégicas do Programa Calha Norte. Barros Moreira, ex-comandante da 6ª Região Militar em Salvador (BA) e da Escola Superior de Guerra, era assessor militar do ministro da Defesa. Sua tarefa, segundo o ministro Nelson Jobim, é incluir a Amazônia na agenda do governo como uma questão de defesa, pois hoje ela é tratada apenas como problema ambiental e indígena.

Contradição
Um exemplo da contradição entre a política de defesa e as políticas ambiental e indígena é a situação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, no norte de Roraima, com 1,8 milhão de hectares, homologada há dois anos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Polícia Federal prepara uma megaoperação para remover 8 mil arrozeiros da região, na qual vivem 18 mil indígenas das etnias Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona, a maioria nômade. Com muita relutância, o atual comandante militar da Amazônia, general-de-exército Augusto Heleno Pereira, aceitou dar apoio logístico à operação de retirada dos posseiros, que pode ocorrer a qualquer momento. A resistência do general tem lógica: não se pode confiar apenas nos índios para manter a soberania sobre a região, até porque historicamente foram os colonos — garimpeiros, seringueiros e catadores da babaçu, principalmente — que asseguraram a soberania sobre a Amazônia.

Com 42% do território e 3,35 habitantes por quilômetro quadrado, a Amazônia tem a maior diversidade do planeta e 15 das reservas de água potável do planeta. O efetivo do Exército é insuficiente para defender 1.200 quilômetros de costa e 11 mil quilômetros de fronteira. Mesmo assim, em muitos lugares, só as Forças Armadas conseguem socorrer a população civil com medicamentos e alimentos. Na chamada Cabeça do Cachorro, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, o único hospital é mantido pelo Exército, em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, a 852 quilômetros de Manaus. Segundo levantamento feito pelo Exército, das 276 mil organizações não-governamentais que atuam no Brasil, 100 mil aproximadamente estão na Amazônia. Muitas atuam com interesses ocultos, envolvidas com o tráfico de drogas, armas, lavagem de dinheiro e espionagem, segundo denúncia do general Santa Rosa. A presença de narcotraficantes e das Farc nas fronteiras amazônicas está mais do que confirmada.

Por Luiz Carlos Azedo
Domingo, 7 de outubro de 2007 - Correio Braziliense

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