>> vergonha nacional >> Impunidade >> impunidadE I >> impunidadE II >> VOTO CONSCIENTE >>> lEIA, PARTICIPE E DIVULGUE

Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

10.30.2007

Entre a canalhice e a sobrevivência

O Brasil é um país que precisa sempre de novos escândalos, para agüentar o bárbaro tranco da existência sofrida. Como a vida aqui seria insuportável, sem a exposição sempre fresquinha de imoralidades variadas a freqüentarem nosso dia-a-dia!

As massas se entretêm, as classes médias aparentam indignação e todos os salafrários e anunciados moralistas, quando não envolvidos, fazem ar de revoltados em comentários enfurecidos. Quando têm a oportunidade, cometem os mesmos atos vis.

Acredita-se que a instituição do escândalo nacional surgiu de maneira natural e espontânea, numa sociedade criada e nutrida por bandalheiras das mais escabrosas desde que a família real portuguesa aqui aportou. É só pesquisar a história.

É a capacidade de aparentar indignação (no que parece revolta íntima, por não ser pivô beneficiário da mutreta denunciada), o que distingue nacionais dos habitantes de países ditos desenvolvidos com organização social divergente.

No Brasil, o feio é se deixar flagrar na irregularidade. Pessoas que não possuem renda para tanto, apresentam padrão de vida completamente dissociado dos seus pagos, mas tratadas como vestais. São larápios respeitados, louvados bem-sucedidos!

Não são incomodados pela Receita Federal (que dá a impressão de existir apenas para molestar assalariados). Tudo flui como se no melhor dos mundos: carrões, barcos, mansões cinematográficas, os mandatários, especialmente, vivem como nababos.

O genial Aparício Torelly, o Barão de Itararé, costumava dizer que “-Negociata é todo aquele grande e bom negócio do qual fomos excluídos”. Que faria a maioria de nossos mandatários se não estivesse envolvida em negociatas vergonhosas? Certamente não cuidaria do país, do qual não entende nem gosta.

A formalidade e pompa herdadas do Estado português servem apenas como biombo na escamoteação de malfeitos, pouca-vergonha e roubalheira. É “excelência” pra lá e pra cá, como se existisse respeito. Somos sociedade nelsonrodrigueana, putrefata e dolorida.

Isso não quer dizer que as outras sociedades do planeta sejam melhores, até porque fica difícil estabelecer o que é melhor ou pior no comportamento da chamada raça humana. O fato é que brasileiros, conjuminados com os que habitam esse vasto continente sul-americano, são diferentes.

Quando Dom Pedro I embarcou no navio inglês Warspite, que iria levá-lo de volta à Europa (7 de abril de 1831), a oficialidade inglesa ficou impressionada com suas más maneiras. Ao observar sua esposa, D. Amélia, passando do escaler para o navio, sua majestade gritou e todos ouviram:

“-Lembre-se, querida, de que está sem calças.”

Quem é capaz de identificar comportamento mais canalha? E como um ato de canalhice pode ser mensurado ou aferido? Sem contar que D. Amélia era sua segunda esposa. A primeira, D. Leopoldina, morreu grávida de três meses e as suspeitas da época a colocam como vítima de maus tratos infligidos por Sua Majestade Imperial.

Hoje, longe do oficialismo dourado de nossa história, sabe-se que D. Pedro I costumava aplicar “corretivos” na esposa que devem ter apressado sua morte.

O fato é que o imperador tanto a castigou e humilhou, impondo-lhe inclusive a companhia da amante, a marquesa de Santos (Domitila de Castro), que na vizinhança da morte ela se queixava de “dores na perna e chorava como criança”.

O nosso tipo de canalhice é diferente. Não somos como a Inglaterra ou os EUA, que se apoderam do mundo ameaçando e matando, espoliando seus recursos naturais. Não somos os canalhas espoliadores, somos os espoliados.

Vem desde bem longe a submissão aos interesses estrangeiros, na concessão do futuro das gerações de nossos descendentes pelo suborno, entrega do patrimônio e venda da alma, muitas vezes, em troca de medalhas e comendas. Introjetamos o espírito do dominado, o colonizado. O assaltado acomodado.

Afinal, os portugueses chegaram subornando e matando os poucos que tentaram resistir. Em Pernambuco, por exemplo, foi eliminada a maior parte dos que buscaram construir nação diferente. Veja-se frase profética do libertador Simon Bolívar, analisando o continente de colonização ibérica:

“-Nunca seremos afortunados, nunca!”.

A entrega indiscriminada de nossas reservas e recursos já se mostra disseminada. Como se evolução genética na área social. A canalhice de nossos dirigentes é clara e explícita. Ela já não engana a mais ninguém, somente aos tolos e imbecis.

Escolhemos a submissão, a entrega indiscriminada, a renúncia aos nossos direitos, a estruturação governamental de fancaria, na qual os poderes constituídos acobertam crimes e desvios, pregando o combate aos mesmos crimes e desvios.

Somos nação doente, sucumbindo na desmoralização da incúria e da indiferença. Diferentemente daqueles que nos espoliam e fomentam nossa miséria (na cumplicidade dos que supostamente nos dirigem), seremos dizimados pela fome e pela violência, numa terra repleta de incontáveis fundos.

Por Márcio Accioly - Jornalista.

Postado por Alerta Total 

Nenhum comentário: