O problema é que o ex-banqueiro, condenado na terra tupiniquim a 13 anos de prisão (por crimes de peculato e gestão fraudulenta), sabe tudo a respeito das bandalheiras praticadas na gestão FHC (1995-2003), o rei da sociologia. Mas pretende abrir a boca para contar a respeito de malfeitos praticados pelo PT.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) é um de seus principais alvos. Sua excelência, segundo Cacciola, recebeu de suas mãos uma série de documentos contendo denúncias a respeito “das responsabilidades de quem havia comandado a mudança na política de câmbio”, sem aprofundar, como deveria, o esclarecimento.
No Brasil, como muitos desconfiam, os acertos efetuados por baixo do pano são sempre para favorecer grupos criminosos que se apossaram do poder e lá permanecem com suas famílias desde que D. João VI aportou por essas bandas.
Com classes médias pedantes e preconceituosas, ouvindo o galo cantar, sem saber onde, o país mantém sua população escravizada, pagando juros escorchantes de dívidas fictícias e impossíveis (tanto interna, quanto externa).
Manipuladas pela televisão, a qual impõe modus vivendi devastador (que beneficia única e exclusivamente os neocolonizadores), as classes médias tudo aceitam de forma passiva sem desconfiarem da penosa asfixia a que estão condenadas.
As chamadas forças políticas, em sua maioria, estão sempre ocupadas e preocupadas com seus próprios conchavos, restando-lhes pouco tempo para cuidarem de alguma coisa que favoreça o país.
Agora mesmo, segundo se noticia, costura-se acordo no Senado para salvar o pescoço de Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais (1995-99). Seria uma forma de agradar a seu partido, conquistando-se apoio para aprovar a CPMF (imposto do cheque).
Azeredo é apontado pela Polícia Federal “como mentor e principal beneficiário do esquema de arrecadação ilegal de recursos das eleições de 1988, quando disputou o governo” na tentativa de reeleição. Ele deverá ser denunciado pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza.
Pois bem: no meio do caminho vão aparecendo pedras. Até agora, existem duas visíveis: Cacciola e Renan Calheiros. Mas não se deve alimentar nenhuma expectativa. O único que teve coragem de efetuar denúncias, correndo o risco de perder o mandato (como perdeu), foi o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ).
Com relação a Renan, um grupo de senadores de peso, pertencentes a vários partidos, vêm tentando colocar o guizo no seu pescoço, apelando para que renuncie até terça-feira ou quarta-feira desta semana.
Este é o prazo para sair incólume, sem suspender os direitos políticos, podendo ser novamente candidato em 2010. Foi assim com os então senadores Jader Barbalho (PMDB-PA), José Roberto Arruda (PFL-DF) e ACM (PFL-BA). Não se sabe se Renan aceitará ou se irá detonar meio mundo com as informações de que dispõe, com provas.
Com relação a Cacciola, aposta-se para saber quantos dias irá ficar na cadeia, enquanto tenta-se encontrar saída. Não é possível que se exponha tanta roubalheira, sujando reputações de bandidos seculares. O fato é que o país não tem referência e a pouca vergonha é levada a sério com pompa e cerimônia. Ave, excelências!
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