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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

10.24.2007

O marxismo e a teoria girardiana do bode expiatório (1)

René Girard é um dos autores que mais admiro no mundo. Ele é um dos raros pensadores cristãos da atualidade cuja fé não é acessória em suas teorias, mas central, atestando o quanto está mergulhado de mente, corpo e alma naquilo em que acredita. Seu conceito de “mecanismo do bode expiatório” é um verdadeiro tesouro para quem quer que sinta a necessidade de compreender tanta matança, tanto ódio justificado racionalmente, em pleno século XX, o século de duas guerras mundiais.

Segundo Girard, todos nós sabemos da existência do mal e sentimos a urgência de uma solução para ele. Para os cristãos, Jesus trouxe essa solução, ao levar embora nossos pecados sacrificando-se Ele mesmo por nós – fazendo-se "maldito" em nosso lugar, como nos diz o apóstolo Paulo. Foi o sacrifício de um inocente, e nós, que cremos nele, é que nos declaramos culpados (o arrependimento cristão é nada menos que isso). Porém, para quem não crê, o problema do mal resta irresolvido, e a solução social que todos encontram – todos, sem exceção, segundo Girard, que pesquisou muitas civilizações antigas e o comprovou – é o "mecanismo do bode expiatório": fazer com que alguém encarne o mal e acreditar de verdade que esse alguém é culpado, eliminando-o em seguida. Tal processo funciona como apaziguador temporário, já que se trata de um falso fator de união entre os demais - em ódio, não em amor. Enquanto a Bíblia enfatiza que o sacrifício de Jesus é eterno, nas sociedades que expiam o mal por si mesmas é necessária a instauração contínua de novos bodes, em uma cadeia de sacrifícios sem fim.

Isso se verifica facilmente nas grandes tragédias do século. O povo judeu foi o bode expiatório da Alemanha de Hitler, e durante todo o regime nazista o ódio aos judeus fez parte, sem contradições aparentes, de um só projeto nacionalista e unificador. Do mesmo modo, o vago conceito de "classe dominante" tem servido como base para a condenação de levas inteiras de bodes expiatórios nos países comunistas e nas organizações de esquerda em geral, que querem enxergar na extinção de classes um ideal de paz. No cristianismo, há a compreensão de que não há quem possa particularmente encarnar o mal, pois todos o reconhecem, de forma estrutural, em si mesmos ("todos pecamos, todos carecemos da glória de Deus", afirma o apóstolo); em Jesus, o cristão encontra ainda a resposta única e definitiva para o problema do mal. Já a sociedade que sustenta seus valores sobre o mecanismo do bode expiatório é sempre uma sociedade polarizada, que fornece subsídios ao infinito para a hostilidade entre seus membros, apresentando em seguida como solução dos conflitos o fim dos que representam o mal – por morte social ou física. Ao endossar a tal “luta de classes”, quem colabora com isso ajuda a perpetuar um ciclo verdadeiramente diabólico, pois não há sacrifícios que cheguem para a sanha dos que pensam combater o mal dessa maneira.

posted by Norma

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