RIO DE JANEIRO - Muito antes de Colombo, OS astecas criaram no México uma
civilização Rica e poderosa, com belíssima arquitetura, vastos conhecimentos
de astronomia e matemática e um sistema político, religioso e militar
articulado e eficiente, que dominava toda a região. No século 15, sua
capital, Tenochtitlan, tinha 200 mil habitantes e for a construída num lago
a 4.000 metros de altitude, com ilhas ligadas por pontes e canais, como uma
Veneza artificial, dotada de sistema de água e esgoto e inexpugnável. Em
muitos campos científicos, sua cultura e prática estavam séculos à frente DA
dos europeus.
Nesse tempo, Lisboa tinha 60 mil habitantes, uma média de dois banhos por
ano, as ruas eram imundas de dejetos, o povo era pobre, assolado pelo frio,
pela fome, pelas pestes e pelas guerras.
Em 1480, um sábio asteca concluiu, observando OS astros, que a Terra era
redonda. Construiu uma Grande embarcação, cruzou o Atlântico com uma
tripulação de oito homens e descobriu a Europa. E se horrorizou com a
sujeira, OS corpos ardendo nas fogueiras DA Inquisição, as guerras e as
doenças devastadoras, por um Deus ávido de sangue. Eram uns bárbaros,
concluiu o asteca. E voltou para Casa convencido de que, cedo ou tarde, OS
fedorentos chegariam ao México com suas caravelas e canhões, atraídos pelas
lendas de ouro e riquezas.
A melhor estratégia era conquistá-Los e civilizá-Los antes que else o
fizessem, ele adverte o imperador, pedindo-lhe uma esquadra e um exército
para a invasão. Os bárbaros tinham um fabuloso animal bélico, o cavalo. E
uma prodigiosa invenção que OS levava a toda parte: a roda.
Como seria o "Novo Mundo" dos astecas na velha Europa?
É o eletrizante enredo do romance "O Conquistador", do argentino Federico Andahazi.
Por NELSON MOTTA
Folha de são Paulo 9/11/2007
Postado por MiguelGCF > IMPUNIDADE > VERGONHANACIONAL
11.09.2007
Barbarizantes e barbarizados
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