>> vergonha nacional >> Impunidade >> impunidadE I >> impunidadE II >> VOTO CONSCIENTE >>> lEIA, PARTICIPE E DIVULGUE

Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

11.17.2007

Um poço à frente, dois passos atrás

O comunista Haroldo Lima quer mudar as regras da concessão de exploração do petróleo para reforçar o monopólio estatal



Durante a ditadura instalada em 1964 houve um sentimento que uniu comunistas que combatiam o regime e militares que estavam no poder: o nacionalismo exacerbado, que tinha num dos seus principais símbolos a defesa do monopólio da exploração de petróleo. Mesmo depois da redemocratização do País, por todo o governo José Sarney, o setor, no então Conselho Nacional de Petróleo (CNP), foi comandado por militares. Hoje, o CNP foi substituído pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), e os militares agora estão longe do setor. Mas foram substituídos exatamente por um comunista, o ex-deputado baiano Haroldo Lima, do PCdoB.

E é com Lima que retorna o arroubo nacionalista, após o anúncio da descoberta da reserva gigante na Bacia de Santos. A reserva tem um potencial de óleo – leve, de excelente qualidade – equivalente a 80 bilhões de barris. Quando explorada, poderá alçar o Brasil de 24º para a posição de 9º maior produtor de petróleo no mundo. Diante de um cenário que ainda pertence a algum momento do futuro sem qualquer previsão sobre quando exatamente se dará – ou mesmo se se dará assim –, pesou a ideologia nacionalista. Sob o pretexto da defesa dos interesses nacionais, de um risco de que o lucro da exploração acabasse em mãos internacionais, Lima pensou em mudar as regras do jogo.

Logo depois de anunciar a descoberta da reserva de petróleo, ainda na quinta- feira 8, o governo resolveu rever a nona rodada de licitações para concessão de áreas de petróleo e gás. Retirou 41 dos 312 blocos previstos no leilão, justamente aqueles que se encontram na região da Bacia de Campos, para estabelecer regras específicas diferentes para eles. Em reunião naquela quinta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se deixou levar pelo sentimento nacionalista. “Temos de olhar o interesse nacional acima de todos os outros”, defendeu o presidente. No início da semana passada, Lima apresentou a sua idéia de solução. Sugeriu alterar o marco regulatório da exploração do petróleo.

Em 1997, o governo Fernando Henrique Cardoso alterou a lei que definia o monopólio, permitindo a concessão de áreas a empresas estrangeiras. Por essa modalidade, as empresas assumem os riscos da prospecção e os investimentos. Se nada encontrarem, o prejuízo é delas. Se tiverem sucesso, passam a ter a propriedade do óleo encontrado e pagam à Petrobras royalties pela exploração. Lima sugeriu a alteração, estabelecendo no marco regulatório uma nova modalidade de contrato, de partilha de produção. Por essa modalidade, a empresa igualmente arca com os riscos e custos da prospecção. Mas se inverte a lógica quanto aos lucros da exploração: a empresa estrangeira recupera os investimentos que fez e ela é quem passa a receber apenas um porcentual da produção. O raciocínio de Lima é que é esse o tipo de contrato existente em países onde o risco de exploração é baixo, caso da Venezuela e de nações do Oriente Médio.

NELSON PEREZ/VALOR/RJ
PASSADO Lima quer mudar a regra do jogo e pode fazer o Brasil retroceder

Ocorre, porém, que a descoberta das novas reservas de petróleo só é de fato uma novidade no marketing do governo federal. O potencial da região é conhecido desde 2000. Não por acaso, o anúncio coincidiu com um momento em que o governo lidava com um risco real de colapso energético e isso podia afetar a imagem de uma das principais apostas do governo. “Além disso, o petróleo existe de fato, e isso deve ser comemorado, mas nós ainda não possuímos a tecnologia para explorar o óleo em regiões tão profundas, nem temos ainda idéia de qual será o real custo disso”, comenta o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).

A idéia de mudança no marco regulatório provocou reações. Já diante da suspensão do bloco de licitações que atuaria na região do supercampo de petróleo, empresas começaram a considerar a hipótese de desistir de participar da nona rodada. A preocupação diante da possibilidade de mudança do modelo assustou ainda mais os possíveis investidores. “Investimento é o que estamos aqui para fazer, mas existe certa preocupação com a mudança de modelo, isso gera uma situação de insegurança”, reclamou o presidente da Statoil Hydro do Brasil, Jorge Camargo.

Na terça-feira 13, Haroldo Lima esteve no Senado para ser sabatinado pelos senadores, que ratificariam a sua presença na ANP. Ali, pressionado, Lima recuou da idéia de mudar o marco regulatório. “Não é preciso mudar a lei”, disse ele. O que não significa, no entanto, que não haverá regra diferente para a exploração na região. “A forma de exploração dos 41 grupos excluídos da nona rodada será definida pelo Ministério das Minas e Energia, e a ANP dará as suas sugestões”, completa Lima. Ele agora defende uma mudança que não altera a lei, mas que impõe um naco maior de repasse de quem explorar petróleo ali. A lei já estabelece a possibilidade de um royalty adicional para aquelas empresas que exploram o óleo em áreas de alta produtividade. Pelas regras atuais, de um total de 10%, tal porcentual pode pular para até 40% nessas regiões. O que Lima imagina é ampliar essa porcentagem nas novas áreas de altíssima produtividade da região da Bacia de Santos para até 80%.

Por RUDOLFO LAGO
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1986/artigo66652-1.htm

Postado por MiguelGCF >Visite> Impunidade > Vergonha Nacional>

Nenhum comentário: