Não se sabe, finalmente, qual a serventia dos representantes do poder público, grande parte envolvida com desvios de recursos financeiros e desenfreada corrupção, desmoralizando qualquer tentativa de imposição de autoridade.
Enquanto brigam por espaços, nossas "autoridades" demonstram desconhecer o que acontece no país, principalmente com relação à segurança pública. O índice de violência em Pernambuco, por exemplo, já extrapola todos os níveis, sem que se tomem medidas indispensáveis e inadiáveis. O que se está esperando?
Na última semana, o Pará foi alçado ao centro das discussões, ao se descobrir que ali as prisões tornaram-se mistas, com mulheres colocadas em celas masculinas e barbarizadas na cumplicidade do Estado.
A violência registrada em todo o país aterroriza a população e a faz refém da inação estatal. E voltemos mais uma vez a Pernambuco, onde autoridades municipais e estaduais se mostram incapazes de encaminhar qualquer proposta viável.
Recentemente, parlamentares federais da CPI do sistema carcerário percorreram as dependências do Presídio Professor Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, descobrindo, em suas próprias palavras, tratar-se do "pior complexo prisional do país".
O deputado Neucimar Fraga (PR-ES), presidente da CPI, sugeriu a demolição imediata do presídio, classificando-
De acordo com a página da internet (PE Bodycount) que faz a contagem diária de mortes em Pernambuco (média de 13 assassinatos por dia), o Aníbal Bruno abriga a maior população carcerária da América Latina com quase quatro mil presos.
Se fossem cumpridos todos os mandados de prisão expedidos pela Justiça, não existiria espaço suficiente para apenados amontoados em celas exíguas e superlotadas. Basta acessar http://www.pebodyco
É quase impossível encontrar um morador do Recife que não tenha sido vítima ou testemunha de algum ato de violência. Em todos os bairros, ruas e avenidas, os assaltos são praticados a qualquer hora do dia, ou da noite.
Os prejuízos à economia são significativos, com o fechamento de restaurantes e casas noturnas. Nas portarias dos prédios residenciais, os condomínios contratam grupos de segurança particular que fazem ronda permanente, inclusive acompanhando os moradores na entrada e saída dos prédios.
Diante de situação tão inquietante, o PSDB realizou Convenção Nacional em Brasília (DF), na qual o ex-presidente FHC (1995-2003), poço de vaidade alheio aos interesses nacionais, afirmou que o país quer ser governado "por quem saiba falar corretamente a língua".
O que o brasileiro gostaria mesmo seria de ter emprego, segurança e saúde. E, claro, educação. Mas, em troca, os mais pobres estão tendo bolsas-esmolas e programas que só irão agravar o quadro de miséria nos seus desdobramentos.
FHC foi quem pôs em prática o desmonte generalizado ao qual o presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP) vai alegremente dando seqüência. As cidades brasileiras estão gritando por socorro há décadas, sem conseguirem chamar a atenção dos governantes. Infelizmente, nesse ritmo, não irá demorar muito para uma catástrofe.
Por Márcio Accioly - Jornalista.
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