O tema foi recorrente em quase todos os discursos, mas coube ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso o manifesto mais contundente pela garantia da democracia no Brasil, contra o que ele chamou de risco real da manipulação de instrumentos democráticos, como o plebiscito e a consulta popular, para justificar mudanças eleitorais que possibilitem o continuísmo e um eventual terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Citou como exemplo ditadores como Stalin, Mussolini e Hitler, que se aproveitaram da facilidade de comunicação com as massas para se perpetuar no poder.
— A democracia não pode ser substituída pela consulta popular, manipulada , não pode se restringir ao sim ou ao não. Se fizermos um plebiscito sobre a pena de morte, ganha.
Não é qualquer assunto que pode ser resolvido por plebiscito.
Democracia não é massa, requer respeito às minorias.
O tucano disse ser inaceitável qualquer mudança nas regras eleitorais que levem ao continuísmo.
E cobrou: — Isso está no ar, mais do que no ar, em algumas ações concretas.
Lula, menos leguleios para justificar seu colega venezuelano! Diga com clareza: eu sou contra ( o terceiro mandato).
Porque em 97 foi contra, achava que quatro anos eram suficientes para um mandato.
Ele criticou o inchaço da máquina do governo, o descontrole e as mordomias dos cargos de confiança, os gastos secretos da Presidência e a complacência de Lula com os aloprados que deveriam estar no “hospício”.
Ao falar da frouxidão moral no governo, Fernando Henrique atacou o descontrole dos cargos de confiança e disse que era uma vergonha que se aproveitassem das mordomias dos cargos públicos. Afirmou que as agências reguladoras estão carcomidas pelo “filhotismo e pelo partidarismo”, e as nomeações privilegiam amigos que perderam as eleições para cargos com salários milionários nas estatais.
— É preciso de gente mais competente, mais correta, que presta contas. Não ficar aí só pegando as mordomias, isso é uma vergonha! Gastos da Presidência tornados secretos, o que isso? No meu governo só a Abin tinha gastos secretos. Não existe democracia com gastos secretos. Isso aproxima da corrupção e é inaceitável!
Do O Globo pag 12
Postado por MiguelGCF >Visite> Impunidade > Vergonha Nacional
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