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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

11.22.2007

Assim começam as ditaduras

Assim começam as ditaduras

Logo após o ministro Mangabeira Unger assumir a Secretaria de Ações de Longo Prazo e trazer para sua subordinação o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), previ neste espaço editorial o risco de aparelhamento ideológico da instituição. Não era exercício de quiromancia, pois a independência científica do Ipea sempre incomodou o governo petista. A exoneração de quatro dos seus mais capacitados pesquisadores confirmou a suposição e pode ser interpretada como o passo inicial para enquadrar uma instituição que foi criada no governo militar para pensar o desenvolvimento do Brasil e nem durante o regime de exceção sofreu tamanha violência.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, declarou estar indignado com as “interpretações” lançadas pela mídia nacional de que as demissões teriam um caráter de purgação ideológica. Perfeitamente, é um direito dele, mas a forma e a motivação como se verificou o desligamento dos estudiosos tem a marca da perseguição política. Pochmann afirmou ao jornal O Globo que pretende reestruturar o Ipea, explicação vaga que só reforça a “interpretação” de aparelhamento petista de uma das poucas instituições que funcionam bem no Brasil.

Ao contrário do pensamento corrente entre os grandes economistas brasileiros de que o Estado nacional é paquidérmico e perdulário, Pochmann o considera raquítico. O presidente do Ipea é um economista parado no tempo e pleno de devaneios fora de moda. Acredita, por exemplo, que falta ao Brasil “passado revolucionário”, imagina que o País é “prisioneiro das elites” e tem como certo, olhem a estultice, que o “desaburguesamento” da classe média e a “desproletarização” dos trabalhadores podem unir as duas classes sociais em torno de um projeto de revolução. Como se vê, Zumbi está vivo e Lênin muito bem representado.

Para se ter noção da independência do Ipea, basta citar que o instituto sempre contrariou a bisonha e falaciosa idéia das causas sociais da violência sustentada pelo governo Lula para ter razão à imobilidade da União em relação à segurança pública. Em vários estudos demonstrou que a criminalidade teria quase uma centena de determinantes, sendo a pobreza uma das razões concorrentes. Pesquisas do Ipea sobre a eficácia do gasto público, os efetivos resultados das políticas sociais e a crise previdenciária brasileira fazem parte de um conjunto de verdades que o governo Lula não quer ouvir e por isso foi classificado como desvio de finalidade do instituto, uma vez que se trata de “análise de conjuntura” quando a função do Ipea é cuidar do longo prazo.

O argumento não convence e reforça a desconfiança de que a gestão do senhor Pochmann está orientada para converter o Ipea em instância de homologação das ações do governo central. Em vez de realizar estudos sérios e criteriosos que visam orientar as ações econômicas do governo, a instituição passaria a pesquisar o elogio às políticas petistas.  Sob o ponto de vista científico, o adestramento ideológico do Ipea é uma temeridade para um País que produz tão pouco conhecimento e tem na instituição uma ilha de excelência respeitada internacionalmente e que tanto serviu ao Brasil nestes 43 anos de existência.

Já em relação à atitude política do governo a situação é mais grave,  pois reforça a crescente disposição autoritária do petismo de enquadrar as instituições. A decisão ocorre em um momento delicado, quando as encenações sobre a pretensão de um terceiro mandato para o presidente Lula ameaçam a frágil democracia brasileira, principalmente depois que o próprio mandatário do País prestou solidariedade explícita ao bonapartismo moreno de Hugo Chávez. Pode parecer exagero, mas é assim que começam as ditaduras. Espero que o senhor Marcio Pochmann, quando for dar explicações ao Senado, nos convença do contrário.

Por Demóstenes Torres - procurador de Justiça e senador (DEM-GO) 

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